domingo, 19 de abril de 2009

Lygia Fagundes Telles (1923)

1923
Nasce em 19 de abril, em São Paulo, Lygia de Azevedo Fagundes, quarta filha de Durval de Azevedo Fagundes e Maria do Rosário Silva Jardim de Moura.
Acompanhando o pai, advogado que exercia as funções de promotor público e delegado, Lygia passa a infância em cidades do interior paulista: Sertãozinho, Apiaí, Descalvado, Areias e Itatinga.
1931
Influenciada pelas histórias que ouvia das empregadas de sua família, a menina recheia de imagens aterrorizantes as suas primeiras narrativas, escritas em cadernos escolares e contadas em casa.
1936
Seus pais se separam, mas não se desquitam.
1938
Numa edição financiada por seu pai e assinando Lygia Fagundes, lança seu primeiro livro, “Porão e sobrado”, com 12 contos. A escritora nunca mais autorizaria a republicação deste livro.
1939
Conclui o curso fundamental no Instituto de Educação Caetano de Campos, em São Paulo.
1940
Começa a cursar a Escola Superior de Educação Física e o preparatório para a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco (USP).
1941
Inicia o curso de Direito no Largo de São Francisco e conclui o de Educação Física. Participa de rodas literárias da faculdade em lugares como a Leiteria Itamarati, a Confeitaria Vienense e a Livraria Jaraguá. É apresentada a escritores como Oswald de Andrade e Mário de Andrade e conhece o crítico de cinema Paulo Emílio Salles Gomes, com quem viria a se casar mais de 20 anos depois. Fazendo parte da Academia de Letras da faculdade, colabora nos jornais acadêmicos “Arcádia” e “O Libertador”. Consegue emprego como funcionária da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo.
1944
Ainda estudante de direito, publica pela editora Martins “Praia viva”, seu segundo livro de contos.
1945
Seu pai morre num hotel na cidade de Jacareí, interior paulista.
1946
Forma-se bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais.
1949
Publica outro volume de contos, “O cacto vermelho”, pela editora Mérito. O livro conquista o Prêmio Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras, mas também não voltaria a ser reeditado, embora alguns desses contos estejam incluídos em “Antes do baile verde”, de 1970.
1950
Primeiro casamento.
1952
Volta a viver em São Paulo, onde começa a escrever seu primeiro romance, “Ciranda de pedra”.
1953
Sua mãe, Maria do Rosário, apelido Zazita, pianista, morre na capital paulista.
1954
Nasce em São Paulo Goffredo da Silva Telles Neto, seu filho. Sai pelas Edições O Cruzeiro “Ciranda de pedra”, que seria o marco de sua maturidade intelectual na opinião do crítico Antonio Candido.
1958
“Histórias do desencontro” é lançado pela editora José Olympio e premiado pelo Instituto Nacional do Livro.
1960
Separa-se do marido.
1961
É nomeada procuradora do Instituto de Previdência do Estado de São Paulo.
1963
Publica seu segundo romance, “Verão no aquário”, pela editora Martins. Começa a viver com Paulo Emílio Salles Gomes num apartamento da Rua Sabará, em São Paulo.
1964
Lança a coletânea de contos “Histórias escolhidas”, pela Martins, com prefácio de Paulo Rónai.
1965
Ainda pela editora Martins publica o livro de contos “O jardim selvagem”.
1967
Escreve de parceria com Paulo Emílio Salles Gomes um roteiro de cinema inspirado no romance “Dom Casmurro”, de Machado de Assis, a pedido do diretor Paulo Cezar Saraceni. O roteiro acabaria publicado apenas em 1993, sob o título “Capitu”, pela editora Siciliano.
1970
É publicado pela Bloch “Antes do baile verde”, seleção de contos escritos e publicados entre 1949 e 1969. O conto-título conquista na França o Grande Prêmio Internacional Feminino para Estrangeiros.
1973
“As meninas”, seu terceiro romance, cujas primeiras linhas tinham sido escritas dez anos antes, é publicado pela editora José Olympio e recebe três prêmios:
Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro; Coelho Neto, da Academia Brasileira de Letras; e o de Ficção, da Associação Paulista de Críticos de Arte. A apresentação do livro é de autoria de Paulo Emílio Salles Gomes.
1977
“Seminário dos ratos”, livro de contos, é lançado pela José Olympio. Em setembro morre Paulo Emílio. Lygia recebe como herança a causa do marido na luta pelo cinema nacional. Assume a presidência da Cinemateca Brasileira.
1978
Sai pela editora Cultura o volume de contos “Filhos pródigos”, que a partir de 1991 passaria a se chamar “A estrutura da bolha de sabão”. Uma adaptação de seu conto “O jardim selvagem” é exibida no programa “Caso especial”, da Rede Globo.
1980
Lança “A disciplina do amor”, reunião do que classifica de “fragmentos” e que marca o início de um relacionamento de 17 anos com a editora Nova Fronteira.
1981
“Mistérios”, coletânea de contos fantásticos, é publicada. Entre maio e novembro, a Rede Globo exibe “Ciranda de pedra”, novela baseada em sua obra homônima.
1982
É eleita para a cadeira 28 da Academia Paulista de Letras.
1985
É eleita para a cadeira 16 da Academia Brasileira de Letras no dia 24 de outubro, por 32 votos a 7, na vaga de Pedro Calmon.
1987
Toma posse na ABL em 12 de maio.
1989
Lança seu quarto romance, “As horas nuas”.
1990
É tema do documentário “Narrarte”, dirigido por seu filho Goffredo e Paloma Rocha. O filme é premiado no Festival de Cinema de Gramado.
1991
Aposenta-se como procuradora do Instituto de Previdência do Estado de São Paulo.
1993
Adapta seu conto “O moço do saxofone” (do livro “Antes do baile verde”) para a série “Retratos de mulher”, da Rede Globo, num episódio chamado “Era uma vez Valdete”.
1994
Participa da Feira de Frankfurt.
1996
Lança o livro de contos “A noite escura e mais eu”. “As meninas” chega ao cinema num filme de Emiliano Ribeiro, que assume o projeto de David Neves depois da morte do cineasta.
1997
A editora Rocco adquire os direitos de publicação de toda a sua obra, que chega em novas edições às livrarias.
1998
Integra a delegação brasileira que vai ao Salão do Livro de Paris.
2000
É publicado pela Rocco o volume de contos “Invenção e memória”.
2001
Recebe o Golfinho de Ouro, o Grande Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte e o prêmio Jabuti por “Invenção e memória”.
2002
Lança "Durante aquele estranho chá - Perdidos e achados", com textos organizados pelo jornalista Suênio Campos de Lucena que relembram encontros, acontecimentos e emoções que viveu, ressaltando-se sua paixão pela literatura.
2003
Seu mais conhecido romance, “As meninas”, completa 30 anos e é tema de artigos e celebrações. Torna-se nome de prêmio literário criado pelo governo do Estado de São Paulo, que a homenageia, pelo conjunto de sua obra, com uma grande festa em 29 de setembro.
2004
Lança a antologia Meus contos preferidos, reunindo 31 textos que mesclam épocas, estilos e temas.
2005
Recebe o Prêmio Camões, o mais importante da literatura em língua portuguesa, no valor de € 100 mil. Entre os brasileiros laureados, estão João Cabral do Melo Neto, Rachel de Queiroz, Jorge Amado, Antonio Candido, Autran Dourado e Rubem Fonseca. Lança Meus contos esquecidos, depois que leitores se quixam da ausência de textos importantes na antologia publicada no ano anterior.
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Biografia mais detalhada = http://singrandohorizontes.blogspot.com/2008/02/lygia-fagundes-telles-1923.html
Contos:
O Moço do Saxofone http://singrandohorizontes.blogspot.com/2008/01/o-escritor-com-palavra-lygia-fagundes.html
Venha ver o pôr do sol http://singrandohorizontes.blogspot.com/2008/03/lygia-fagundes-telles-venha-ver-o-pr-do.html

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