ESPANTO
O gato não estava em cima da mesa
na lã que a senhora, em sonho, enrolava.
sonho não estava em cima da mesa
na lã que a senhora o gato embalava.
A lã não estava em cima da mesa
no sonho de gato que a senhora sonhava.
Em cima da mesa a toalha bordada.
Velha senhora de rugas marcadas
que a lã desfibrada
em gato tornou.
Um gato de malha
de sonho moldado
tão novo
que o velho
da velha senhora
ressuscitou.
¨¨¨¨¨¨¨¨
PEREGRINO
O gato não estava em cima da mesa
na lã que a senhora, em sonho, enrolava.
sonho não estava em cima da mesa
na lã que a senhora o gato embalava.
A lã não estava em cima da mesa
no sonho de gato que a senhora sonhava.
Em cima da mesa a toalha bordada.
Velha senhora de rugas marcadas
que a lã desfibrada
em gato tornou.
Um gato de malha
de sonho moldado
tão novo
que o velho
da velha senhora
ressuscitou.
¨¨¨¨¨¨¨¨
PEREGRINO
Desperta! Desperta e vem ouvir
o hálito da manhã que se anuncia
Desperta! Desperta e vem receber, o sol
ombreando as matas, tingindo de dourado as esperanças
Desperta! Desperta e vem acalentar, a fuga da insentida noite
e observar a testemunha nua, calando abrigo no manto matinal
Desperta! Desperta e vem musicar, o teclado das alvíssaras do dia
onde a pauta das nuvens braços estendidos são, ao teu redor
Arruma tuas tralhas, e olha a vida que começa hoje
Sim. É por ali que nós vamos
Deixa estar aí nosso passado
ainda que tarde a fonte prateada
Não. Não pede nada
mataremos nossa sede
pela estrada
Coloca aqui e ali tuas lembranças
e escuta em tempo novo a prata do teu pranto
Vem!
Dá-me as mãos surgidas do descanso
e ergue o olhar à fria claridade
Vem! Ignora os fatos do passado
Pois passo a passo, ontem para hoje
em busca da Amanhã
Ao longe, a borboleta arpeja um ritmo gostoso
São sílabas, sinônimos, palavras
da natureza infinda
que ao compasso da aurora
delineiam serenatas
de uma noite linda
Bem perto, o colibri desvenda o mistério morto
inerente à tessitura simples do néctar das flores
derramando a madrugada em líquidos de amores
E ambos, em missões esquivas, apresentam a Deus
a terra promissora
Sim.
É por ali que nós vamos
É cinza a caminhada
e azul o nosso rumo
Apaga a voz do tempo
e ouve a eternidade
Pirilampos, lampejos
lantejoulas
Cálidos cálices de argamassas toscas nos esperam
na linha do horizonte
São presságios
de mormaços certos
São colóquios de venturas, redescobertos
Preciosismos tolo, de sonoridade múltipla
Que tornam a caminhada insinuante e crua
Desperta, então!
Sim, É por ali que nós vamos
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
o hálito da manhã que se anuncia
Desperta! Desperta e vem receber, o sol
ombreando as matas, tingindo de dourado as esperanças
Desperta! Desperta e vem acalentar, a fuga da insentida noite
e observar a testemunha nua, calando abrigo no manto matinal
Desperta! Desperta e vem musicar, o teclado das alvíssaras do dia
onde a pauta das nuvens braços estendidos são, ao teu redor
Arruma tuas tralhas, e olha a vida que começa hoje
Sim. É por ali que nós vamos
Deixa estar aí nosso passado
ainda que tarde a fonte prateada
Não. Não pede nada
mataremos nossa sede
pela estrada
Coloca aqui e ali tuas lembranças
e escuta em tempo novo a prata do teu pranto
Vem!
Dá-me as mãos surgidas do descanso
e ergue o olhar à fria claridade
Vem! Ignora os fatos do passado
Pois passo a passo, ontem para hoje
em busca da Amanhã
Ao longe, a borboleta arpeja um ritmo gostoso
São sílabas, sinônimos, palavras
da natureza infinda
que ao compasso da aurora
delineiam serenatas
de uma noite linda
Bem perto, o colibri desvenda o mistério morto
inerente à tessitura simples do néctar das flores
derramando a madrugada em líquidos de amores
E ambos, em missões esquivas, apresentam a Deus
a terra promissora
Sim.
É por ali que nós vamos
É cinza a caminhada
e azul o nosso rumo
Apaga a voz do tempo
e ouve a eternidade
Pirilampos, lampejos
lantejoulas
Cálidos cálices de argamassas toscas nos esperam
na linha do horizonte
São presságios
de mormaços certos
São colóquios de venturas, redescobertos
Preciosismos tolo, de sonoridade múltipla
Que tornam a caminhada insinuante e crua
Desperta, então!
Sim, É por ali que nós vamos
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
QUEM SABE?
Quero terminar a ronda do destino sem fazer rodeios
sem construir frases
Quero terminar a ronda do destino sem mostrar protestos
sem deixar saudades
Quero terminar a ronda do destino entre coisas sem piedade
No mar
Onde o silêncio medita e há profundidade
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
SONETO PARA JOGAR FORA
Quando souberes que em tempo algum te amei
dirás, a quantos perguntarem, o impossível
sem saberes que satisfaço os meus desejos
além, muito além do que é possível
Não me importa saber se tenho ou curto
por alguém, alguma espécie de sentimento,
pois não consigo dominar, e nem quero,
deixar de completar o que sinto no momento
Uso teses, invoco Deus, e o Diabo em paralelo
nas palavras antropofágicas e, sem fracos argumentos,
prendo o corpo de forma mais abjeta, amando
O amor que uso são figuras falsas e bonitas
que me saem à mente promíscua e talentosa
como se fosse rosa o que falei babando
¨¨¨¨¨¨¨¨
Quero terminar a ronda do destino sem fazer rodeios
sem construir frases
Quero terminar a ronda do destino sem mostrar protestos
sem deixar saudades
Quero terminar a ronda do destino entre coisas sem piedade
No mar
Onde o silêncio medita e há profundidade
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
SONETO PARA JOGAR FORA
Quando souberes que em tempo algum te amei
dirás, a quantos perguntarem, o impossível
sem saberes que satisfaço os meus desejos
além, muito além do que é possível
Não me importa saber se tenho ou curto
por alguém, alguma espécie de sentimento,
pois não consigo dominar, e nem quero,
deixar de completar o que sinto no momento
Uso teses, invoco Deus, e o Diabo em paralelo
nas palavras antropofágicas e, sem fracos argumentos,
prendo o corpo de forma mais abjeta, amando
O amor que uso são figuras falsas e bonitas
que me saem à mente promíscua e talentosa
como se fosse rosa o que falei babando
¨¨¨¨¨¨¨¨
UMA CANÇÃO DO OUTRO MUNDO
Quando a noite descer sobre teu leito, estarei
no parapeito, humilde
da janela
Quando a estrela aprender, dirá, sobre teu leito
o despeito orgulhoso que tem
da tua janela
Quando a tua janela se fechar, a noite e a estrela se confundirão
na mediocridade, álacre, da mediunidade
Estou, também, como os astros
e a passagem do sol, debruçado
em tua janela
para vê-la nua
Como se fosse lua, como se fosse espaço
Quando a noite descer sobre teu leito, estarei
no parapeito, humilde
da janela
Quando a estrela aprender, dirá, sobre teu leito
o despeito orgulhoso que tem
da tua janela
Quando a tua janela se fechar, a noite e a estrela se confundirão
na mediocridade, álacre, da mediunidade
Estou, também, como os astros
e a passagem do sol, debruçado
em tua janela
para vê-la nua
Como se fosse lua, como se fosse espaço
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