IAIÁ-DE-OURO. 1. Era como se chamava uma famosa feiticeira que morava no largo do Forte das Cinco Pontas, no Recife, e que viveu nos fins do século XIX e começos do século XX. Quando faleceu, deixou uma considerável fortuna, graças aos seus clientes ricos; 2. Iaiá-de-ouro era também um tecido, uma chita vermelha, enfeitada com bolas amarelas e Iaiá-de-prata era o mesmo tecido, azul, com rodelas brancas, preferido pelas mulheres ciganas, com o qual se faziam as fantasias nos carnavais do passado.
IAIÁ-IOIÔ. 1.Tratamento dado pelos escravos, significando senhora e senhor; 2. Ioiô também é um brinquedo que consiste num pedaço redondo de madeira ou plástico que sobe e desce num cordão.
IALORIXÁ. É a mãe-de-santo, mãe-de-terreiro, sacerdotisa e governadora de candomblé.
IANSÃ. É um orixá (do Sudão, na África), dos ventos e da tempestade, uma das várias mulheres do Xangô. Também é conhecido por Oiá, na Bahia e Oxum. Sexta-feira é o seu dia, dia de Xangô, e vermelho e branco são as suas cores.
IAÔS. Assim são denominadas as filhas-de-santo quando estão cumprindo os deveres e encargos do curso de iniciação.
IAPINARI. Diz uma lenda da região do Rio Negro, Amazonas, que Iapinari era filho de uma mulher virgem. Nasceu cego, tendo recuperado a visão depois que esfregou nos olhos o sumo dos olhos de um cancão. Voltaria a ficar cego se sua mãe contasse, a outra pessoa, como ele ficou bom, vendo tudo. Apaixonada por um homem, a mãe de Iapinari contou-lhe o segredo da cura do filho, que ficou cego novamente e se atirou no rio onde se transformou numa pedra, o mesmo acontecendo com outras pessoas que também se atiraram no rio.
IARA. A iara é a mãe-d’água, a rainha das águas. Metade mulher, metade peixe, a iara é uma índia muito bonita, que enfeitiça os homens entoando canções mágicas, atraindo-os para a profundeza dos rios, dos lagos ou do mar, onde se afogam. Os caboclos dizem que a iara fica deitada nos bancos de areia dos rios, brincando com os peixes, penteando seus longos cabelos com um pente de ouro. A iara se confunde com a sereia européia.
IEMANJÁ. Iemanjá é a mãe de todos os orixás. É a mãe-d’água dos iorubanos e a entidade que goza de maior prestígio nos candomblés baianos. Ela recebe, no seu dia, comemorado com muita festa, muitos presentes de flores, animais vivos (e até crianças como acontecia antigamente), que são atirados no mar. Iemanjá é a padroeira dos amores, encontrando solução para os problemas amorosos. É, também, a protetora das viagens e é conhecida por outros nomes: Janaína, Dona Janaína, Princesa do Mar, Princesa do Aiocá ou Arocá, Sereia, Sereia do Mar, Olôxúm, Dona Maria, Rainha do Mar, Sereia Macuná, Inaê, Marbô, Dandalunda e outros mais. Quem vive no mar (marinheiros e pescadores) é devoto de Iemanjá. Ela representa a água salgada; a concha do mar é o seu fetiche. Tem o leque e a espada como insígnias. Seus alimentos sagrados são o pombo, o milho, o galo, o bode castrado. Suas cores são vermelho, azul escuro, e cor-de-rosa. As pulseiras são de alumínio. Sábado é o seu dia sagrado. Iemanjá, na religião católica, corresponde a Nossa Senhora. Ela tanto protege, como defende, castiga e mata. Às vezes se apaixona e leva seus amantes para o fundo do mar, de onde nunca mais voltam. É ciumenta, vingativa, cruel. Na cidade de Salvador sua festa acontece no dia 2 de fevereiro, dia de Nossa Senhora do Rosário.
IERÊ. É uma semente parecida com a do coentro, muito usada na culinária baiana para temperar o caruru, o peixe, a galinha.
ILU. Tambor grande, atabaque grande usado nos candomblés da Bahia.
IMBU ou UMBU. O imbu ou umbu é um fruto muito amigo dos sertanejos. É muito gostoso. Dos frutos que estão querendo amadurecer é feito um doce em calda muito apreciado. Faz-se, também, a imbuzada ou umbuzada da seguinte maneira: espremem-se os frutos maduros e junta-se o caldo com leite e açúcar, pondo-se ao fogo até engrossar. O imbu ou umbu é uma fruta amiga dos sertanejos porque, durante as secas, as pessoas retiram de suas raízes umas batatas para matar a sede. Quando o sertão está seco, com todas as árvores sem folhas, o imbuzeiro ou umbuzeiro está sempre verde porque guarda água necessária em suas batatas e com ajuda delas, da água que contêm, o imbuzeiro ou umbuzeiro consegue ficar sempre verde e sobreviver às secas. Os gramáticos dizem que o nome certo é imbu, palavra tupi, i-mb-u, "a árvore que dá de beber".
INAMBU. Também conhecido por inamu, inhambu, enambu, nhambu e nambu, nome como é conhecida, no Nordeste, esta ave cujo canto é o relógio do sertanejo, avisando que são seis horas da tarde, hora de largar o trabalho. Trata-se de uma caça muito apreciada.
INDEZ. É o ovo que se bota no ninho das galinhas quando elas estão demorando a pôr.
INFERNO. O povo acredita que o inferno é o lugar onde mora o Diabo e pra lá vão as almas das pessoas que morreram em estado de pecado mortal, sem fazer as pazes com Deus. No inferno, o Diabo e seus companheiros castigam as almas dos pecadores, que são metidas em caldeirões enormes, com água fervendo, ou tomando banho de fogo, ou sendo espetadas por garfos de ferro. Na linguagem popular o povo usa muito a palavra inferno, quando quer se referir a um lugar ruim, a uma situação difícil.
INHAME. É um tubérculo comestível, trazido da África pelos escravos. Algumas pessoas chamam o inhame de cará, tubérculo também comestível. Os inhames, durante a colonização, eram comidos apenas pelos negros e pelos colonos brancos, enquanto que o cará era preferido pelos índios. Na primeira sexta-feira de setembro tem lugar, nos candomblés da Bahia, a festa do inhame-novo, em homenagem a Oxalá.
INCELÊNCIAS. Orações cantadas nos velórios. Veja EXCELÊNCIAS.
INVERNO, SINAIS DE. Os agricultores do Nordeste sabem se o inverno vai ser bom ou não, observando o seguinte: 1. Na madrugada de 25 de dezembro, observa-se a faixa que fica no horizonte formada pelas nuvens e o sol que vem nascendo. Quando as nuvens são pesadas formam uma barra, que é sinal de um bom inverno no ano próximo. A experiência pode ser repetida no dia 1° de janeiro; 2. Relâmpago para o lado do sertão, no dia 2 de fevereiro, é sinal de que o ano vai ser bom de inverno; 3. Relâmpago, na direção do sertão, no dia de São José, 19 de março, é sinal de ano bom de inverno; 4. Se o círculo do sol for branco, é sinal de sol e, se for roxo, é sinal de chuva; 5. Se o círculo da lua for grande, é sinal de chuva e se for pequeno, é sinal de sol; 6. Quando a ponta da lua nova estiver voltada para o Norte, é sinal de chuva; 7. Nas noites escuras, nuvens fechadas fazem listras largas e longas no céu. Os agricultores dizem que são os carreiros, sinal bom de chuva; 8. Redemoinhos fortes levantando folhas secas – sinal de trovoada, de chuva; 9. Quando o arco-íris aparece, é sinal de chuva; 10. Quando faz muito calor durante a noite, pode esperar que vai chover; 11. Quando faz frio durante a noite, é sinal de que o dia vai ser ensolarado; 12. Quando a fuligem do fogão de lenha começa a escorrer, é sinal de chuva; 13. Todo ano bissexto terminado em 4, é bom de chuva; 14. Todo ano terminado em 5 e 7 tem inverno fraco, de pouca chuva; 15. Quando o formigueiro muda os filhos para outro buraco, é sinal de chuva; 16. Quando a formiga de asa aparece ao anoitecer, a chuva está bem próxima; 17. Quando a caranguejeira sai de sua toca e vai passear, é sinal de chuva; 18. Quando a aracuã canta em pau seco, é sinal de sol. Em pau verde, é sinal de chuva; 19. Cobra esquentando ao sol, é sinal de que o inverno está acabando; 20. Quando as cobrinhas novas saem de suas tocas, é sinal de que o inverno está terminando; 21. Quando o gado está correndo e jogando as patas traseiras para os lados (escamurçando, como dizem) é sinal de trovoada próxima; 22. Quando a arribaçã ou avoante vai embora é sinal de seca; 23. Quando as abelhas fazem enxame é sinal de fim de inverno; 24. Barata voando à noite, é sinal de chuva; 25. Quando o teiú ou teijú desaparece, é sinal de que o inverno vai começar; 26. Quando a galinha está se espreguiçando, é sinal de chuva; 27. Quando o vagalume voa baixo, é sinal de chuva. Quando voa alto, vai fazer sol no dia seguinte; 28. Quando o mandacaru flora, é sinal de chuva; 29. Quando a barriguda flora, o próximo ano será bom de inverno, principalmente se o fruto sustentar; 30. Fumo bravo, florando, é sinal de fim de inverno; 31. Camará florando, é fim de inverno; 32. Cipó de se fazer cesta florando, é sinal de inverno; 33. Quando uma cicatriz antiga, sarada, coça, é sinal de chuva; 34. Quando o calo começa a latejar, é chuva na certa; 35. Quando a mulher sente muito calor, a chuva está próxima.
INVOCO. É o mesmo que feitiço, muamba, cangerê, em Sergipe, principalmente.
IPETÊ. Prato da culinária afro-baiana feito com inhame que, depois de cortado bem miúdo e fervido até ficar como uma papa, é temperado com azeite-de-dendê, cebola, pimenta e camarão.
IR-A-VACA-PARA-O-BREJO. Quando se bota tudo a perder, diz o povo na sua maneira de falar.
IR-COBRIR-O-PILÃO. Na linguagem popular significa esquecer as mágoas.
IR-COMER-CAPIM-PELA-RAIZ. Morrer.
IR-PARA-O-ENGENHO-DO-PESTANA. Dormir, pegar no sono.
IR-VER-A-COR-DA-CHITA. Tomar conhecimento da verdade, do fato como realmente ele é, registra a sabedoria popular.
ISOLA. Com os dedos indicador e mínimo estirados, faz-se o isola, um amuleto contra o mau-olhado. O povo bate na madeira com os nós dos dedos, proferindo a palavra isola, para que as coisas ruins não aconteçam.
ISQUEIRO. É feito da parte mais fina de um chifre, no qual os fumantes colocam um pouco de algodão. Atritando duas pedras (fuzil e pederneira), a faisca inflama o algodão e os fumantes acendem seus cigarros. Também tal isqueiro era conhecido como pai-de-fogo. Hoje, os isqueiros são pequenos, funcionam com gasolina, cujo pavio se inflama ao receber a faísca da "pedra de isqueiro".
Fontes:
LÓSSIO, Rúbia. Dicionário de Folclore para Estudantes. Ed. Fundação Joaquim Nabuco
Imagem = http://www.terracapixaba.com.br/
IAIÁ-IOIÔ. 1.Tratamento dado pelos escravos, significando senhora e senhor; 2. Ioiô também é um brinquedo que consiste num pedaço redondo de madeira ou plástico que sobe e desce num cordão.
IALORIXÁ. É a mãe-de-santo, mãe-de-terreiro, sacerdotisa e governadora de candomblé.
IANSÃ. É um orixá (do Sudão, na África), dos ventos e da tempestade, uma das várias mulheres do Xangô. Também é conhecido por Oiá, na Bahia e Oxum. Sexta-feira é o seu dia, dia de Xangô, e vermelho e branco são as suas cores.
IAÔS. Assim são denominadas as filhas-de-santo quando estão cumprindo os deveres e encargos do curso de iniciação.
IAPINARI. Diz uma lenda da região do Rio Negro, Amazonas, que Iapinari era filho de uma mulher virgem. Nasceu cego, tendo recuperado a visão depois que esfregou nos olhos o sumo dos olhos de um cancão. Voltaria a ficar cego se sua mãe contasse, a outra pessoa, como ele ficou bom, vendo tudo. Apaixonada por um homem, a mãe de Iapinari contou-lhe o segredo da cura do filho, que ficou cego novamente e se atirou no rio onde se transformou numa pedra, o mesmo acontecendo com outras pessoas que também se atiraram no rio.
IARA. A iara é a mãe-d’água, a rainha das águas. Metade mulher, metade peixe, a iara é uma índia muito bonita, que enfeitiça os homens entoando canções mágicas, atraindo-os para a profundeza dos rios, dos lagos ou do mar, onde se afogam. Os caboclos dizem que a iara fica deitada nos bancos de areia dos rios, brincando com os peixes, penteando seus longos cabelos com um pente de ouro. A iara se confunde com a sereia européia.
IEMANJÁ. Iemanjá é a mãe de todos os orixás. É a mãe-d’água dos iorubanos e a entidade que goza de maior prestígio nos candomblés baianos. Ela recebe, no seu dia, comemorado com muita festa, muitos presentes de flores, animais vivos (e até crianças como acontecia antigamente), que são atirados no mar. Iemanjá é a padroeira dos amores, encontrando solução para os problemas amorosos. É, também, a protetora das viagens e é conhecida por outros nomes: Janaína, Dona Janaína, Princesa do Mar, Princesa do Aiocá ou Arocá, Sereia, Sereia do Mar, Olôxúm, Dona Maria, Rainha do Mar, Sereia Macuná, Inaê, Marbô, Dandalunda e outros mais. Quem vive no mar (marinheiros e pescadores) é devoto de Iemanjá. Ela representa a água salgada; a concha do mar é o seu fetiche. Tem o leque e a espada como insígnias. Seus alimentos sagrados são o pombo, o milho, o galo, o bode castrado. Suas cores são vermelho, azul escuro, e cor-de-rosa. As pulseiras são de alumínio. Sábado é o seu dia sagrado. Iemanjá, na religião católica, corresponde a Nossa Senhora. Ela tanto protege, como defende, castiga e mata. Às vezes se apaixona e leva seus amantes para o fundo do mar, de onde nunca mais voltam. É ciumenta, vingativa, cruel. Na cidade de Salvador sua festa acontece no dia 2 de fevereiro, dia de Nossa Senhora do Rosário.
IERÊ. É uma semente parecida com a do coentro, muito usada na culinária baiana para temperar o caruru, o peixe, a galinha.
ILU. Tambor grande, atabaque grande usado nos candomblés da Bahia.
IMBU ou UMBU. O imbu ou umbu é um fruto muito amigo dos sertanejos. É muito gostoso. Dos frutos que estão querendo amadurecer é feito um doce em calda muito apreciado. Faz-se, também, a imbuzada ou umbuzada da seguinte maneira: espremem-se os frutos maduros e junta-se o caldo com leite e açúcar, pondo-se ao fogo até engrossar. O imbu ou umbu é uma fruta amiga dos sertanejos porque, durante as secas, as pessoas retiram de suas raízes umas batatas para matar a sede. Quando o sertão está seco, com todas as árvores sem folhas, o imbuzeiro ou umbuzeiro está sempre verde porque guarda água necessária em suas batatas e com ajuda delas, da água que contêm, o imbuzeiro ou umbuzeiro consegue ficar sempre verde e sobreviver às secas. Os gramáticos dizem que o nome certo é imbu, palavra tupi, i-mb-u, "a árvore que dá de beber".
INAMBU. Também conhecido por inamu, inhambu, enambu, nhambu e nambu, nome como é conhecida, no Nordeste, esta ave cujo canto é o relógio do sertanejo, avisando que são seis horas da tarde, hora de largar o trabalho. Trata-se de uma caça muito apreciada.
INDEZ. É o ovo que se bota no ninho das galinhas quando elas estão demorando a pôr.
INFERNO. O povo acredita que o inferno é o lugar onde mora o Diabo e pra lá vão as almas das pessoas que morreram em estado de pecado mortal, sem fazer as pazes com Deus. No inferno, o Diabo e seus companheiros castigam as almas dos pecadores, que são metidas em caldeirões enormes, com água fervendo, ou tomando banho de fogo, ou sendo espetadas por garfos de ferro. Na linguagem popular o povo usa muito a palavra inferno, quando quer se referir a um lugar ruim, a uma situação difícil.
INHAME. É um tubérculo comestível, trazido da África pelos escravos. Algumas pessoas chamam o inhame de cará, tubérculo também comestível. Os inhames, durante a colonização, eram comidos apenas pelos negros e pelos colonos brancos, enquanto que o cará era preferido pelos índios. Na primeira sexta-feira de setembro tem lugar, nos candomblés da Bahia, a festa do inhame-novo, em homenagem a Oxalá.
INCELÊNCIAS. Orações cantadas nos velórios. Veja EXCELÊNCIAS.
INVERNO, SINAIS DE. Os agricultores do Nordeste sabem se o inverno vai ser bom ou não, observando o seguinte: 1. Na madrugada de 25 de dezembro, observa-se a faixa que fica no horizonte formada pelas nuvens e o sol que vem nascendo. Quando as nuvens são pesadas formam uma barra, que é sinal de um bom inverno no ano próximo. A experiência pode ser repetida no dia 1° de janeiro; 2. Relâmpago para o lado do sertão, no dia 2 de fevereiro, é sinal de que o ano vai ser bom de inverno; 3. Relâmpago, na direção do sertão, no dia de São José, 19 de março, é sinal de ano bom de inverno; 4. Se o círculo do sol for branco, é sinal de sol e, se for roxo, é sinal de chuva; 5. Se o círculo da lua for grande, é sinal de chuva e se for pequeno, é sinal de sol; 6. Quando a ponta da lua nova estiver voltada para o Norte, é sinal de chuva; 7. Nas noites escuras, nuvens fechadas fazem listras largas e longas no céu. Os agricultores dizem que são os carreiros, sinal bom de chuva; 8. Redemoinhos fortes levantando folhas secas – sinal de trovoada, de chuva; 9. Quando o arco-íris aparece, é sinal de chuva; 10. Quando faz muito calor durante a noite, pode esperar que vai chover; 11. Quando faz frio durante a noite, é sinal de que o dia vai ser ensolarado; 12. Quando a fuligem do fogão de lenha começa a escorrer, é sinal de chuva; 13. Todo ano bissexto terminado em 4, é bom de chuva; 14. Todo ano terminado em 5 e 7 tem inverno fraco, de pouca chuva; 15. Quando o formigueiro muda os filhos para outro buraco, é sinal de chuva; 16. Quando a formiga de asa aparece ao anoitecer, a chuva está bem próxima; 17. Quando a caranguejeira sai de sua toca e vai passear, é sinal de chuva; 18. Quando a aracuã canta em pau seco, é sinal de sol. Em pau verde, é sinal de chuva; 19. Cobra esquentando ao sol, é sinal de que o inverno está acabando; 20. Quando as cobrinhas novas saem de suas tocas, é sinal de que o inverno está terminando; 21. Quando o gado está correndo e jogando as patas traseiras para os lados (escamurçando, como dizem) é sinal de trovoada próxima; 22. Quando a arribaçã ou avoante vai embora é sinal de seca; 23. Quando as abelhas fazem enxame é sinal de fim de inverno; 24. Barata voando à noite, é sinal de chuva; 25. Quando o teiú ou teijú desaparece, é sinal de que o inverno vai começar; 26. Quando a galinha está se espreguiçando, é sinal de chuva; 27. Quando o vagalume voa baixo, é sinal de chuva. Quando voa alto, vai fazer sol no dia seguinte; 28. Quando o mandacaru flora, é sinal de chuva; 29. Quando a barriguda flora, o próximo ano será bom de inverno, principalmente se o fruto sustentar; 30. Fumo bravo, florando, é sinal de fim de inverno; 31. Camará florando, é fim de inverno; 32. Cipó de se fazer cesta florando, é sinal de inverno; 33. Quando uma cicatriz antiga, sarada, coça, é sinal de chuva; 34. Quando o calo começa a latejar, é chuva na certa; 35. Quando a mulher sente muito calor, a chuva está próxima.
INVOCO. É o mesmo que feitiço, muamba, cangerê, em Sergipe, principalmente.
IPETÊ. Prato da culinária afro-baiana feito com inhame que, depois de cortado bem miúdo e fervido até ficar como uma papa, é temperado com azeite-de-dendê, cebola, pimenta e camarão.
IR-A-VACA-PARA-O-BREJO. Quando se bota tudo a perder, diz o povo na sua maneira de falar.
IR-COBRIR-O-PILÃO. Na linguagem popular significa esquecer as mágoas.
IR-COMER-CAPIM-PELA-RAIZ. Morrer.
IR-PARA-O-ENGENHO-DO-PESTANA. Dormir, pegar no sono.
IR-VER-A-COR-DA-CHITA. Tomar conhecimento da verdade, do fato como realmente ele é, registra a sabedoria popular.
ISOLA. Com os dedos indicador e mínimo estirados, faz-se o isola, um amuleto contra o mau-olhado. O povo bate na madeira com os nós dos dedos, proferindo a palavra isola, para que as coisas ruins não aconteçam.
ISQUEIRO. É feito da parte mais fina de um chifre, no qual os fumantes colocam um pouco de algodão. Atritando duas pedras (fuzil e pederneira), a faisca inflama o algodão e os fumantes acendem seus cigarros. Também tal isqueiro era conhecido como pai-de-fogo. Hoje, os isqueiros são pequenos, funcionam com gasolina, cujo pavio se inflama ao receber a faísca da "pedra de isqueiro".
Fontes:
LÓSSIO, Rúbia. Dicionário de Folclore para Estudantes. Ed. Fundação Joaquim Nabuco
Imagem = http://www.terracapixaba.com.br/
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