segunda-feira, 13 de abril de 2009

Otz Friedman (Caldo Poético de Sorocaba)


Ser

Abdico à arte de sofismar
que embora arte escória
é arte de ganhar

Não. Ainda prefiro perder
a esquecer que:

O que é, é
Sempre foi
e sempre será
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Suave

veio de leve
parecia me espreitar
desde sempre
inconstante, incolor
silenciosa como um gato
traiçoeira como um gato

veio,
e foi,
e voltou como uma louca
uma dor que não passa,
ressaca
e deitou os negros cabelos
de seda em meu travesseiro
e embalou meu sono

veio de leve
passava as noites
a me sussurar mentiras

veio de leve e fria como um alemão
bela como uma borboleta
embutida em raiva de cão

veio do vão, do oco
do início do tempo
veio pra não mais ir
veio pra sempre, pétrea, dura
como um amor que foi embora
chegou a loucura.
––––––––––––––––––-

Flor II

Querida, hoje sonhei-te dourada
e tuas asas embalaram meu sono
e tua pele de pétala me despertou

Querida, hoje sonhei-te minha.
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POETRIX

Eu Natureza

acordo rio
vivo vento
e durmo verbo
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Singelo amor puro

Tudo levou, a sacana
Fiquei sem amor
e sem cabana.
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Fotomontagem = José Feldman

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