Ponho a mão, de leve, sobre o teu ventre,
tenso, em sua túmida rijeza,
e, de repente,
sou o primeiro homem
diante do desconhecido e da beleza.
(Eu orgulhoso da ciência e do saber humanos)
- sou o homem primitivo
ignorante de tudo, temeroso de tudo
- que nada explica, nada descerra -
que se deslumbra ante a mensagem dos céus,
e, trêmulo, se amedronta ante os mistérios da terra!)
Ponho a mão sobre o teu ventre
abaulado,
onde palpita uma força indefinida,
como se sentisse na própria mão,
indecifrado,
o segredo da Vida!
Parece que Deus se utiliza de teu corpo
para revelar-se
em seu poder e em sua essência
e para mostrar a distância infinita entre a pretensiosa
vaidade do saber humano,
e a sua Onisciência!
Sim. É como se Deus se comunicasse comigo
nesses estranhos sinais que sinto em minha mão...
E perturbado e incrédulo, me interrogo, sem perceber
a razão
por que haveria Ele de permitir que eu e tu
partilhássemos dos mistérios
da Criação?
Ponho a mão, de leve, sobre teu ventre,
e entre deslumbrado e atônito
perturbado e intranqüilo,
fico a pensar que Deus serviu-se de ti, para que eu
- materialista e ateu -
pudesse senti-lo,
e - poeta - pudesse "vê-lo",
e humildemente, homem,
pudesse reconhecê-lo!
Fonte:
JORGE, J.G. de Araújo. Cantiga do Só. 2. ed. 1968.
tenso, em sua túmida rijeza,
e, de repente,
sou o primeiro homem
diante do desconhecido e da beleza.
(Eu orgulhoso da ciência e do saber humanos)
- sou o homem primitivo
ignorante de tudo, temeroso de tudo
- que nada explica, nada descerra -
que se deslumbra ante a mensagem dos céus,
e, trêmulo, se amedronta ante os mistérios da terra!)
Ponho a mão sobre o teu ventre
abaulado,
onde palpita uma força indefinida,
como se sentisse na própria mão,
indecifrado,
o segredo da Vida!
Parece que Deus se utiliza de teu corpo
para revelar-se
em seu poder e em sua essência
e para mostrar a distância infinita entre a pretensiosa
vaidade do saber humano,
e a sua Onisciência!
Sim. É como se Deus se comunicasse comigo
nesses estranhos sinais que sinto em minha mão...
E perturbado e incrédulo, me interrogo, sem perceber
a razão
por que haveria Ele de permitir que eu e tu
partilhássemos dos mistérios
da Criação?
Ponho a mão, de leve, sobre teu ventre,
e entre deslumbrado e atônito
perturbado e intranqüilo,
fico a pensar que Deus serviu-se de ti, para que eu
- materialista e ateu -
pudesse senti-lo,
e - poeta - pudesse "vê-lo",
e humildemente, homem,
pudesse reconhecê-lo!
Fonte:
JORGE, J.G. de Araújo. Cantiga do Só. 2. ed. 1968.
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