terça-feira, 17 de abril de 2012

Paulo Vinheiro (Certamente)


Certamente te esperava, como uma folha no rio
Como quem abraçava o vento e beijava a brisa
Imóvel como podia, te esperava

Acendia em meus olhos a calma de quem ama
Lia nas nuvens a mensagem só tua
De mãos dadas eu e tu esperávamos as estrelas...
Agora já estás aqui como se sempre estivesses

As asas de menos cores se aproximam
Mostram os rasgos do céu na noite...
Dourando os meus olhos de novo

A calma do rio
O frio da noite
O calor de tua mão
As coisas não se cabem

Dias curtos
Noites curtas
Uma palma na palma
Umas asas na alma

Assim, como que com música
A gente se vê a dançar
Vejo e fluo... assim... assim

Sem vento e sem brisa
Sem folha, sem rio
Meus olhos nas nuvens tuas
Estrelas nas mãos e asas douradas
Qual mais?

Descubro que o tempo não existe
O espaço é só um lugar impreciso
E nós tão pequeninos
Um nos fizemos

Fonte:
Texto enviado pelo autor

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