(À Praça 15, hoje Praça Getúlio Vargas)
I
Coração de Friburgo a pulsar cada dia
desde que o céu se tinge ao rubor matinal,
para mim, não és a praça somente, eu diria
que és, a um só tempo, praça, e imensa catedral.
Catedral de eucaliptos... Verde catedral
cuja cúpula é a densa e inquieta ramaria
que tem em cada copa um rendado vitral
tecido pela luz do luar na noite fria!
Templo leigo do povo aberto a toda gente:
- aos da terra e aos de longe, ao sadio e ao doente,
aos que crêem no belo, mesmo sendo ateus.
Com seu domo de ogivas vegetais, frondosas,
ampla, imensa, soberba, esplêndida, radiosa,
és, - na altura da serra, - a morada de Deus!
II
Catedral de eucaliptos, verdes, farfalhantes,
onde se esgueira o sol pelas manhãs douradas
em mil jatos de luz, nos mais belos cambiantes,
descendo entre os vitrais das mais altas ramadas!
Brincam a sua sombra as crianças confiantes,
e ao seu canto infantil - como em contos de fadas, -
os verdes tinhorões, em gestos cativantes
namoram, lado a lado, as rosas encarnadas...
Imensa catedral de belezas pagãs!
O sol, vem, como um Deus, em seu fulvo esplendor
rezar nos teus altares todas as manhãs...
E eu também, como o sol, ergo um canto feliz,
e rezo ao céu e à terra uma oração de amor
igual a que rezou São Francisco de Assis!
Fonte:
J. G. de Araujo Jorge. Canto à Friburgo,1961.
I
Coração de Friburgo a pulsar cada dia
desde que o céu se tinge ao rubor matinal,
para mim, não és a praça somente, eu diria
que és, a um só tempo, praça, e imensa catedral.
Catedral de eucaliptos... Verde catedral
cuja cúpula é a densa e inquieta ramaria
que tem em cada copa um rendado vitral
tecido pela luz do luar na noite fria!
Templo leigo do povo aberto a toda gente:
- aos da terra e aos de longe, ao sadio e ao doente,
aos que crêem no belo, mesmo sendo ateus.
Com seu domo de ogivas vegetais, frondosas,
ampla, imensa, soberba, esplêndida, radiosa,
és, - na altura da serra, - a morada de Deus!
II
Catedral de eucaliptos, verdes, farfalhantes,
onde se esgueira o sol pelas manhãs douradas
em mil jatos de luz, nos mais belos cambiantes,
descendo entre os vitrais das mais altas ramadas!
Brincam a sua sombra as crianças confiantes,
e ao seu canto infantil - como em contos de fadas, -
os verdes tinhorões, em gestos cativantes
namoram, lado a lado, as rosas encarnadas...
Imensa catedral de belezas pagãs!
O sol, vem, como um Deus, em seu fulvo esplendor
rezar nos teus altares todas as manhãs...
E eu também, como o sol, ergo um canto feliz,
e rezo ao céu e à terra uma oração de amor
igual a que rezou São Francisco de Assis!
Fonte:
J. G. de Araujo Jorge. Canto à Friburgo,1961.
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