sábado, 21 de abril de 2012

Ubiratan Lustosa (Livro de Trovas)

clique sobre a imagem para melhor visualização

Quando eu a vejo sorrindo
fico contente porque
foi esse sorriso lindo
que me fez amar você.

Saudade é flor venenosa
que tem perfume no espinho;
acaricia zelosa
pra nos matar de mansinho.

Aonde vou vai comigo
tua imagem me seguindo
a me lembrar que onde sigo
teu amor também vai indo.

Amor com amor se paga,
diz o refrão a ensinar,
mas tem gente que se gaba
de dever e não pagar.

Enfrente a vida sorrindo,
e sem ter medo de grito;
não ouça leão rugindo
quando é berro de cabrito.

Bonaparte, previdente,
dizia em sábias propostas:
“Prefiro um leão de frente
do que vento pelas costas”.

Aplauso não me faz falta,
a boa amizade sim;
vai-se a glória da ribalta,
a amizade fica em mim.

Peço a Deus Onipotente:
- Meus amigos abençoa!
Só posso viver contente
ao ver todos numa boa.

Passa o tempo e nas andanças
a gente segue também;
do tempo ficam lembranças,
da gente o que fez de bem.

De vez em quando me invade
uma ideia que tonteia:
é sair pela cidade
dando tapa em gente feia.

É ditado popular:
“A ocasião faz o ladrão”.
Você resolveu provar
e roubou meu coração.

Quando a noite vai chegando
em minha casa já espero
só pra ver passar gritando
um bando de quero-quero.

Cuidado você que ensaia
seu par de botas achar:
amor que nasce na praia
na areia vai desmanchar.

É coisa da mocidade
cometer um desatino;
depois, na adversidade,
bota a culpa no destino.

Perante Deus, acredito
no que por santo foi dito:
“Faz muito aquele que faz
o pouco de que é capaz”.

Quisera que meu presente
de Natal fosse a mudança:
deter o que vem pra frente
e voltar a ser criança.

Ano Novo, vida nova,
diz o dito popular.
A esperança se renova
e a gente volta a sonhar.

Existe tanta ternura
nas festas de fim de ano,
que a gente, com alma pura,
esquece até o desengano.

Já fui caçador, fui caça,
fui peixe, fui pescador.
Fiz o que dizem “não faça”
só pra sentir o sabor.

Subi morros por pirraça,
rolei ladeiras de dor,
do perigo achando graça
mergulhei no mar do amor.

O amor mudou minha sina
de teimoso valentão;
a meiguice feminina
me escravizou na paixão.

Esse é destino do macho
que numa saia faz ninho:
o mandão vira capacho,
o tigre vira gatinho.

Fonte:
Vânia Ennes

Nenhum comentário: