Em estilo realista, a peça de Fernando Mello faz um retrato da solidão humana na metrópole, por meio de um viciado que sonha ser Greta Garbo. Na função de coadjuvante, o jovem ator Mário Gomes conduz o espetáculo e surpreende a crítica.
A história, ambientada no subúrbio carioca, se passa no apartamento de Pedro, que sonha ser Greta Garbo. Pedro acolhe Renato, um jovem que chega do interior para estudar medicina. No primeiro ato, o jovem, que tem por amante uma prostituta, vive o conflito da definição sexual devido ao envolvimento com seu anfitrião.
Renato acaba roubando drogas na enfermaria onde trabalha para satisfazer Pedro, que nega abrigo à prostituta quando ela se vê perseguida pela polícia.
Greta Garbo, Quem Diria, Acabou no Irajá se sustenta na construção psicológica de Pedro, Renato e Mery, nos diálogos e no conflito que liga as três personagens. A trama, que começa como comédia e desemboca na crueldade e na amargura da relação entre os dois personagens masculinos, se conclui com a solidão do protagonista.
Em crítica para o Jornal do Brasil, Yan Michalski elogia a solidez do realismo construído pelo autor e a densidade dos personagens masculinos. Faz restrições ao esquematismo do papel da prostituta, que tem aparições episódicas, insuficientes para lhe atribuir densidade semelhante à de Pedro e Renato.
Aldomar Conrado, em crítica para o Diário de Notícias, escreve que na peça se encontram "as características muito especiais desse pernambucano radicado no Rio: seu humor ácido, seu diálogo incisivo, sua capacidade de, em rápidas pinceladas, definir toda uma situação".1
Sobre o espetáculo, depois de criticar algumas escolhas da direção, como o uso de slides para sublinhar a passagem de tempo, afirma: "Já no campo dos atores, Léo Jusi conseguiu um rendimento surpreendente. E algo de muito especial terminou acontecendo. Embora Nestor de Montemar e Arlete Salles possuam toda aquela experiência de teatro, Mario Gomes, ainda engatinhando no teatro e na televisão é que vai conduzir o espetáculo. Bonito de ver como este jovem ator consegue tirar rendimento da sua própria inexperiência. [...] Nestor de Montemar em seu melhor momento no teatro. A 'louca' amargurada que sonhava ser Greta Garbo, comove e convence".2
Notas
1. CONRADO, Aldomar. Greta Garbo de Irajá. Diário de Notícias, Rio de Janeiro, 08 jul. 1973.
2. CONRADO, Aldomar. Greta Garbo: o espetáculo. Diário de Notícias, Rio de Janeiro, 10 jul. 1973.
A história, ambientada no subúrbio carioca, se passa no apartamento de Pedro, que sonha ser Greta Garbo. Pedro acolhe Renato, um jovem que chega do interior para estudar medicina. No primeiro ato, o jovem, que tem por amante uma prostituta, vive o conflito da definição sexual devido ao envolvimento com seu anfitrião.
Renato acaba roubando drogas na enfermaria onde trabalha para satisfazer Pedro, que nega abrigo à prostituta quando ela se vê perseguida pela polícia.
Greta Garbo, Quem Diria, Acabou no Irajá se sustenta na construção psicológica de Pedro, Renato e Mery, nos diálogos e no conflito que liga as três personagens. A trama, que começa como comédia e desemboca na crueldade e na amargura da relação entre os dois personagens masculinos, se conclui com a solidão do protagonista.
Em crítica para o Jornal do Brasil, Yan Michalski elogia a solidez do realismo construído pelo autor e a densidade dos personagens masculinos. Faz restrições ao esquematismo do papel da prostituta, que tem aparições episódicas, insuficientes para lhe atribuir densidade semelhante à de Pedro e Renato.
Aldomar Conrado, em crítica para o Diário de Notícias, escreve que na peça se encontram "as características muito especiais desse pernambucano radicado no Rio: seu humor ácido, seu diálogo incisivo, sua capacidade de, em rápidas pinceladas, definir toda uma situação".1
Sobre o espetáculo, depois de criticar algumas escolhas da direção, como o uso de slides para sublinhar a passagem de tempo, afirma: "Já no campo dos atores, Léo Jusi conseguiu um rendimento surpreendente. E algo de muito especial terminou acontecendo. Embora Nestor de Montemar e Arlete Salles possuam toda aquela experiência de teatro, Mario Gomes, ainda engatinhando no teatro e na televisão é que vai conduzir o espetáculo. Bonito de ver como este jovem ator consegue tirar rendimento da sua própria inexperiência. [...] Nestor de Montemar em seu melhor momento no teatro. A 'louca' amargurada que sonhava ser Greta Garbo, comove e convence".2
Notas
1. CONRADO, Aldomar. Greta Garbo de Irajá. Diário de Notícias, Rio de Janeiro, 08 jul. 1973.
2. CONRADO, Aldomar. Greta Garbo: o espetáculo. Diário de Notícias, Rio de Janeiro, 10 jul. 1973.
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