Perdão, palavra bonita
que se pede, que se implora;
palavra que é muito dita…
Mas, só da boca pra fora!
Perdi minha mocidade,
toda hombridade que eu tinha…
Vivi sua identidade
em vez de viver a minha!
Política, era a vizinha.
Ela trocou por Brasília
todos empregos que tinha…
Menos o bolsa família.
Por agir sem ter cautela
um grande mico eu paguei:
beijei uma magricela;
não era a sogra… Era um gay!…
Por conhecer meu valor,
mesmo já no envelhecer,
vou em busca de outro amor…
Não tenho tempo a perder!
Por seu próprio desatino,
tem gente que se maldiz
pondo a culpa no destino
por não ter sido feliz!
Por ter uma fé suprema
não sofrerei agonia…
Se eu sinto uma dor extrema,
dou-lhe injeções de poesia!
Posso jurar (não é finta):
eu não temo pesadelos,
pois fiz da saudade a tinta
para pintar meus cabelos…
Procuro sempre crescer
mesmo enfrentando empecilhos,
mostrando em meu proceder,
exemplos para os meus filhos…
Quando a inspiração me envia
a um cenário de beleza,
eu dou beijos de poesia
na face da natureza!
Quando se manda um bilhete
para alguém que a gente gosta,
se faz logo um balancete,
quando não vem a resposta!
Quando uma paixão soterra
mágoa e dor nas cicatrizes,
deixa uma marca que ferra
o peito dos infelizes…
Quase toda madrugada,
Já vendo os raios do dia,
busco um verso à minha amada
numa fonte de poesia…
Quase toda madrugada,
Já vendo raiar o dia,
faço um verso à minha amada
num orvalhar de poesia…
Quem o livre-arbítrio prega
caminha contra a verdade.
Pois eu não creio em quem nega
a si mesmo…a Liberdade!
Quem semeia de verdade,
tendo o amor como receita,
colhe frutos à vontade
no fim de cada colheita!
Retratando sua história,
o pobre cigano cria
uma verdade ilusória
que ele mesmo fantasia!
Saudade… dor cruciante
que nos maltrata demais;
palavra sempre constante
nas Trovas que a gente faz!
Sempre quando a noite nasce,
traz, na escuridão dos campos,
a luz que Deus pôs na face
dos pequenos pirilampos…
Sem ter culpabilidade,
eu vivo ainda os lampejos
que você, nesta saudade
faz brotar dos meus desejos.
Se não puder dar um bolo,
dê um pedaço de pão…
A caridade é um tijolo
da casa da salvação!
Se o livre-arbítrio é uma escolha,
e, não vendo outra saída,
arranquei folha por folha
do livro da minha vida…
Se por piedade ou por pena,
o casal NÃO se desfaz;
vivem os dois triste cena…
Onde nem pena tem mais!
Sinto ciúme, é verdade,
quase morro de ciúme
quando passas na cidade
exalando o seu perfume!…
Só seu regresso conforta,
mas já estou delirando…
Sempre que alguém bata à porta
penso que é você voltando!
Sua ausência, por maldade,
deixou, talvez, por vingança,
um punhado de saudade
dentro da minha lembrança!
Tive amores – não sei quantos -
Saudades tive, é verdade.
Mas sei… derramando prantos,
ninguém mata uma saudade!
Trabalho só é bacana
se tiver, por sua vez:
uma folga por semana
e férias de mês em mês!
Traz alentos, novas vidas,
muda a cor da plantação;
a chuva sara as feridas
que a seca faz no sertão.
Uma fé que não se abala,
dai-me, Senhor, sem medida,
para eu poder semeá-la
pelos roçados da vida.
Um desejo que me abrasa,
no Ano Novo é ver os nobres,
levando as sobras de casa
para a casa dos mais pobres!
Um monumento de luz
fez-se em mim arquitetado
na mensagem que Jesus
disse ao ser crucificado.
Vejo sentadas no chão,
trajadas de desamor,
crianças comendo pão
amanteigado de dor!
Versos já fiz – não sei quantos -
relembrando a mocidade.
Hoje servem de acalantos
para ninar a saudade.
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