composição artística retratando a
Igreja Matriz de São Fidélis
(menção honrosa do I Encontro Nacional de Poesia de São Fidélis/RJ)
Era uma vez um lugar
que se chamava Gamboa.
Tinha um rio que passava
juntando as águas da serra para levá-las ao mar.
E os índios - os coroados, os garulhos e puris.
Um dia a canoa trouxe, trazendo as bênçãos de Deus,
dois fradinhos de capucho, um Ângelo, outro Victório,
e a cruz ali se fincou.
Fez-se a capela primeira, de pau-a-pique e sapé.
Depois, belíssima, a igreja
dedicada a São Fidélis, o mártir de Sigmaringa,
padroeiro e protetor.
Em volta se fez a aldeia, da aldeia se fez a vila,
e a vila se fez cidade, que de tão florida e bela
de Poema se chamou.
São Fidélis, Cidade Poema
Do morro do Sapateiro,
das lendas e das laranjas que vêm da Bela Joana,
do leite vindo da Ipuca, de Colônia e Cambiasca,
da cachacinha gostosa moída no Grumarim,
do açúcar branquinho da Usina Pureza,
das barraquinhas na praça em volta da maxambombas.
São Fidélis do Bar América e do Bar Orion,
e do Jaime Coelho na porta do Cine Império.
Do banacaxi, do requeijão, do pão tatu
e das rosquinhas amanteigadas.
São Fidélis das serestas e dos grandes bailes,
dos banhos de rio e da bola de meia.
E das festas da lagosta do Aloísio Abreu.
São Fidélis das bandas tocando dobrado
que hoje escuto redobrados na retreta da saudade.
Fonte:
http://www.sardenbergpoesias.com.br/200_anos_matriz_sao_fidelis/obras_vencedoras/obras_vencedoras.htm
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