terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Fátima Parente (“Mudaria o Natal ou Mudei Eu?… ”)


Medalha de Prata do II Concurso Oliveira Caruso

Quisera fechar os meus olhos e, quando os abrisse, 
já estar em um novo ano,
sem passar pela triste noite de um natal dos sem natais,
quando a noite é a mais longa e triste para tantos dos mortais…
De algum modo, era a noite dos ausentes…

A noite Santa é plena das lembranças e saudades daqueles que, outrora, ao redor da grande mesa preenchiam de amor o natal!

Quantas e tantas noites assim vividas, e tão pouco agradecidas… Não quero sem convivas minha mesa, pois de afetos, em pobreza bem mais forte, o é e com certeza, será o sentimento das partidas…Quisera, de um sonho bom, meu despertar e ainda estar à lareira da sua casa de infância, ao calor do crepitar das chamas de amor que se espalhavam, à volta pela cozinha… Ah, o cheiro doce da canela nas rabanadas , a aletria, o leite creme!… Delícias degustadas com tanto afeto!… O pai tão amado!…A mãe, em total azáfama, a cuidar de todos!… E, logo, o repicar de sinos para a missa do galo!… Era noite de natal!…Por essa razão, a neve comparecia em finos floquinhos de algodão que, peraltas, se divertiam a fazer carreirinhos nas janelas de correr…E, então, era o nunca acabar de primos, tios e tias a chegarem para o fraternal abraço na graça infinita do menino Deus, a renascer em todos os corações por se viver mais um natal. Quisera não acordar deste sonho tão sentido, de olhos fechados revivido, que, assim, viveria na ilusão de que o tempo não passou e nada mudou,

E é outra vez natal!…

Fonte:
Comendador Oliveira Caruso.
http://reinodosconcursos.com/?page_id=220

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