Descendente da família Alencar Araripe, pelo lado materno e, pelo paterno, da família Fontes que possui, entre seus membros escritores como Hermes Fontes, Martins Fontes e Amando Fontes, Eduardo Fontes, poeta cearense que nasceu na década de quarenta, lançou, no dia 25 de abril de 2012 (quarta-feira), às 19h30, no Ideal clube, o seu décimo terceiro livro de poesia. Intitulado Cancioneiro de mim, o livro foi apresentado pelo médico e poeta Francisco José Pessoa de Andrade Reis.
Dividido em três partes, Cantigas de Encantamento, Cantigas de Amor e Cantigas de Solidão, Cancioneiro de mim, para Eduardo Fontes, é um resgate de tudo aquilo que os menestréis e trovadores da Idade Média fizeram da poesia em seu tempo. A poesia de hoje, segundo Eduardo Fontes, é muito hermética. A daquele tempo, era cristalina. A poesia dele, portanto, também procura ser o mais cristalina possível. Assim, quando começa seu livro com as Cantigas de Encantamento procura, nesta primeira parte, voltar à juventude. Aquela época em que tudo é descoberta. Na segunda parte, Cantiga de Amor, é uma fase destinada à maturidade, aquela em que o amor marca, profundamente, a vida das pessoas. Na terceira e última parte, Cantigas de Solidão, o poeta se volta para o “outono da vida”, mas sem romper com a juventude, jamais.
Grupo Sin
Integrante do grupo Sin de Literatura que, na década de sessenta, mexeu com o movimento artístico-cultural de Fortaleza, Eduardo Fontes não sabe por que, até hoje, não foi reconhecido oficialmente como um dos membros fundadores do grupo. Afirma que foi um dos primeiros a participar do movimento mas, quando o grupo foi realmente formado com registro, inclusive, em cartório, seu nome não constava na relação. Tem a impressão de que pode ter havido algum desencontro naquela época. Nada, porém, que não possa ser reparado hoje. Do grupo Sin, conhece todos e, para provar isso, cita o nome de alguns somente: Roberto Pontes, Pedro Lyra, Barros Pinho e Linhares Filhos.
Mas o que realmente faz de Eduardo Fontes um poeta, segundo ele mesmo reconhece, não são as láureas adquiridas ao longo da vida, tal como a sua participação, com grande orgulho, nos quadros da Academia Fortalezense de Letras, mas a felicidade de ter nascido poeta porque a poesia, diferente das ciências, é uma arte e, como arte, jamais será aprendida por aqueles que não foram escolhidos por ela. A certeza de que as coisas se passam assim, realmente, fazem com que Eduardo Fontes também imagine que, para o poeta, a leitura de outro poeta é dispensável, ainda que ela não seja totalmente aconselhável.
Bacharel em Direito e Administração, Eduardo Fontes, na vida prática, trabalha no Tribunal de Contas do Município, mas é como poeta que se sente, de fato, realizado porque só a poesia, segundo ele, é capaz de humanizar cada vez mais o ser humano.
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