segunda-feira, 29 de abril de 2013

António Boavida Pinheiro (Caravelas da Poesia)

A CRIANÇA É MARAVILHA…

A criança é maravilha
 Abençoada por Deus,
 Em seu olhar tudo brilha,
 Anjo que desceu dos Céus…

A criança é um bem crer,
 Para esta vida adoçar,
 Vem ao mundo para viver
 E para Deus abençoar…

A criança agrada a Deus,
 Com toda a sua inocência,
 Seus risos chegam aos Céus
 Por nós pedem clemência…

A criança é fruto belo
 Que Deus pôs na nossa vida,
 É preciso merecê-lo
 Dar amor e dar guarida…

A CRIANÇA E O MUNDO!!!

Condenamos o aborto
 Em toda a sua crueza,
 É um ser que vai ser morto,
 Uma criança indefesa…

Crianças morrem à fome
 Neste mundo tão ingrato,
 E o mundo não se comove
 É um mundo insensato…

Redes de pedofilia
 Sacrificam a criança,
 Num viver em agonia
 De vida em desesperança…

Há que acabar com o mal
 Que tanta desgraça faz,
 Que as crianças afinal
 Só querem Amor e Paz…

A CRIANÇA, E O AMOR……

A criança vem ao mundo
 P’ra vida continuar,
 É milagre bem profundo
 De beleza sem ter par…

A criança é um bem caro
 Que nos merece respeito,
 Carece de nosso amparo
 Não pode ser doutro jeito…

Deixar crescer a criança
 Em paz e em liberdade,
 Porque ela é a esperança
 Dum viver em felicidade…

A criança é o melhor
 Que existe na Natureza,
 É o fruto do amor
 Em toda a sua beleza…

LAGOS …

Lagos, terra de eleição,
 Onde o progresso domina
 Na tua urbanização,
 E a tua bela «marina».

Uma beleza que são
 As praias de areia fina,
 Onde, ondas vêm e vão…
 Do mar que não se amofina.

Antes te envolve a preceito,
 Te namora com tal jeito,
 P’ra sempre tua glória…

S. Gonçalo te protege,
 D. Sebastião… te rege,
 E o «povo» te fez a História…

IR A «BANHOS»…

Às «termas», vai gente para se tratar
 E recompor então suas maleitas,
 Na esperança qu’ali irão melhorar,
 Suas dores, seus achaques, e receitas.

Pretendem todas elas, pois ficar
 Sem “stress”, como novas e escorreitas,
 Com as águas, com seus dotes para curar,
 Conforme as qualidades que são feitas.

Para além do bem que fazem ao físico,
 Também ali melhora, pois o psíquico
 P’la calma, p’lo sossego e p’la amizade

No contexto das relações humanas
 Qu’ali se desenvolvem em semanas
 De saudável solidariedade…

LIBERDADE . . .(I)

À proa do meu navio,
 Ancorado ao cais de leste,
 Vejo nuvens a porfio,
 Alvas sob o azul celeste...

Se a liberdade fugiu,
 De algum lugar, que neste
 Planeta azul, mas sombrio,
 Algo da vida perdeste...

Nuvens brancas, soltas, livres,
 Percorrem a estratosfera,
 Ao sabor de leve brisa,

Assim também eu quisera,
 A liberdade... afinal,
 Sem grades, sem dor, sem mal . . .

LIBERDADE . . .(II)

O viver em liberdade
 É um bem inestimável.
 Que a vida em sociedade,
 É algo inimaginável

Sem essa realidade,
 Que por vezes é instável,
 No meio de tanta vaidade,
 Face ao ódio miserável...

Mas quem lhe dá mais valor?
 Quem ora a tem, e antes não.
 Porque conhece o sabor

De ser livre, sem mais não,
 De sonhar sem ter rancor,
 Poder ter opinião . . .

FELICIDADE…
(Poema de um sonhador…)
 Ainda pequenino, olhei o céu,
O mar, o sol, a água do ribeiro,
E logo nessa altura em mim nasceu,
Um sonho mentiroso e traiçoeiro.

Subir... poder voar na imensidade,
Dar livre curso à minha fantasia...
Pensando assim, julguei que a felicidade,
De nós, e não dos outros dependia.

 Embalado nas asas da ilusão,
Livremente deixei o coração
Dizer a toda a gente o que sentia.

 Mas vi depois com mágoa e sofrimento,
Que aquilo que eu dissera num momento,
Ninguém... ninguém sequer o entendia . . .

HOMEM DE PALAVRA…

Sendo um intelectual, e mesmo investigador,
Nunca se especializou em nada em particular.
Estudioso até mais não, escolheu ser Professor,
Depois de ter concluído a carreira militar.

 Em tudo aquilo que fez, fê-lo sempre com primor,
Sério… como do mais, que se possa imaginar,
A sua linha de rumo, foi pautada pelo rigor,
Mesmo que tal atitude, o pudesse prejudicar.

 Entre seus pares conhecido, como o «perfeccionista»
Com seus defeitos pois não, como toda a gente tem,
Vive porém,  todavia, de consciência bem leve,

 Com respeito pelos outros, é aspecto em que se insiste,
Considerando a «Palavra» como um dos maiores bens
Que nas relações humanas, nada há que sobreleve…

IN  MEMORIAM…
( …a um  Pai…)

Partiste desta vida descontente,
Fechado e só, na tua solidão,
Isolaste-te do Mundo e da gente,
Não vendo ao teu redor…qu’ingratidão!

Num auto sofrimento permanente,
Não dando, nem querendo, compaixão…
Nesse orgulho de pedra, de quem sente
Tanta ausência d’amor no coração…

Sem pena, sem mágoa e sem pesar,
Assim, como viveste, desgarrado,
Julgando-te de todos olvidado.

Egoisticamente, sem pensar…
Que ao menos vale a pena ter vivido,
Ainda que julgando estar perdido…

NAS ASAS DE UM PASSARINHO
O meu amor está ausente,
Há muito que a não vejo,
A saudade está presente
Um dia mandei-lhe um beijo.

Um beijo com muito amor,
E mui repenicadinho
Um beijo e uma flor
Nas asas de um passarinho.

Passarinho não voltou,
Perdeu-se um tal ensejo,
Não sei que rumo tomou
Não cumpriu o meu desejo.

Nunca mais tive resposta
Daquele meu bilhetinho,
Passarinho deu à costa,
Enganou-se no caminho…

GOSTO DO VERÃO…

Como eu gosto do Verão,
Calorzinho benfazejo,,
Nos aquece o coração
Na sequência dum beijo.

Parece que a solidão,
A saudade e a tristeza,
Vão de férias, pois então,
Pesam menos p’lo que vejo.

Moçoilas de perna ao léu,
Sorrisos, de um bem fazer,
Também as bênçãos do Céu

Para os pobres, no viver,
Sardinha assada é pitéu,
Bem gordinha podem crer…

Fonte:
http://www.joaquimevonio.com/espaco/antonio_boavida/boavida.html

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