É uma “data” que ainda se festeja em várias terras do País, creio que há dois anos em Lisboa, os “ raminhos de esperança”, assim lhe chamavam, eram vendidos a um euro e meio.”Trata-se de um ritual pagão e religioso, que tem como objectivo benzer os primeiros frutos primaveris e levar para casa um ramo florido que simboliza a fartura e a harmonia para a família”(DN).
Em tempos idos, também por aqui a “Quinta-feira da Ascensão” era tempo de festa com piqueniques e bailaricos, sendo o Pinhal das Lourenças um dos lugares de que me falam. E, claro , na parte da tarde toda a minha gente ia apanhar a espiga. Hoje, alguém se lamentava, é que tudo acabou…
Este dia de quinta-feira, corresponde ao da Ascensão de Cristo aos Céus quarenta dias após a ressurreição, por isso o dito popular de que “ da Páscoa à Ascensão quarenta dias vão”. Não se sabe no entanto, quando a mesma passou a coincidir com o “dia da espiga”, determinando que ao fator litúrgico se aliasse a componente pagã. Litúrgico , porque então e nesse dia, nos templos católicos e do meio dia à uma se celebrava a reza da hora; pagã, por toda uma série de actividades ligadas ao campo e ao camponês para quem, segundo Mircea Eliade (antropólogo e historiador) a terra era entendida como a Grande Mãe.
Há hábitos que se vêm perdendo com o decorrer dos tempos e funcionavam mesmo com um sentido apelativo à protecção, como colocar ramos de oliveira por cima das portas e das janelas para dar sorte, para combater as trovoadas. Hábitos que hoje seria interessante recordar e manter como tradição, acredite-se ou não, por exemplo, que” quem tem trigo da Ascensão todo o ano terá pão”.
“Tradicionalmente, no Alentejo deve-se colher o Ramo da Espiga do meio-dia à uma hora da tarde e consta que o ramo seja constituído por cinco folhas de oliveira, cinco espigas de trigo e o maior número possível de flores amarelas e brancas. Por vezes, e segundo as devoções de cada um, esta “apanha” era acompanhada pelo rezar de cinco Pai-Nossos, cinco Avé Marias e cinco Glórias, ”sendo “ que o número e a espécie de elementos constituintes do Ramo varia de terra para terra, de grupo para grupo, de família para família”. (Rui Arimateia—Diário do Sul-7/5/97).
Em MONTARGIL, e tanto quanto sabemos, para dar sorte, para não se acabar o dinheiro, era feito um ramo com três ou cinco espigas de centeio , trigo e cevada, um raminho de oliveira e flor do campo (papoila e malmequer), que depois se guardava em casa, pendurado até ao ano seguinte.
Fonte:
O Autor
Em tempos idos, também por aqui a “Quinta-feira da Ascensão” era tempo de festa com piqueniques e bailaricos, sendo o Pinhal das Lourenças um dos lugares de que me falam. E, claro , na parte da tarde toda a minha gente ia apanhar a espiga. Hoje, alguém se lamentava, é que tudo acabou…
Este dia de quinta-feira, corresponde ao da Ascensão de Cristo aos Céus quarenta dias após a ressurreição, por isso o dito popular de que “ da Páscoa à Ascensão quarenta dias vão”. Não se sabe no entanto, quando a mesma passou a coincidir com o “dia da espiga”, determinando que ao fator litúrgico se aliasse a componente pagã. Litúrgico , porque então e nesse dia, nos templos católicos e do meio dia à uma se celebrava a reza da hora; pagã, por toda uma série de actividades ligadas ao campo e ao camponês para quem, segundo Mircea Eliade (antropólogo e historiador) a terra era entendida como a Grande Mãe.
Há hábitos que se vêm perdendo com o decorrer dos tempos e funcionavam mesmo com um sentido apelativo à protecção, como colocar ramos de oliveira por cima das portas e das janelas para dar sorte, para combater as trovoadas. Hábitos que hoje seria interessante recordar e manter como tradição, acredite-se ou não, por exemplo, que” quem tem trigo da Ascensão todo o ano terá pão”.
“Tradicionalmente, no Alentejo deve-se colher o Ramo da Espiga do meio-dia à uma hora da tarde e consta que o ramo seja constituído por cinco folhas de oliveira, cinco espigas de trigo e o maior número possível de flores amarelas e brancas. Por vezes, e segundo as devoções de cada um, esta “apanha” era acompanhada pelo rezar de cinco Pai-Nossos, cinco Avé Marias e cinco Glórias, ”sendo “ que o número e a espécie de elementos constituintes do Ramo varia de terra para terra, de grupo para grupo, de família para família”. (Rui Arimateia—Diário do Sul-7/5/97).
Em MONTARGIL, e tanto quanto sabemos, para dar sorte, para não se acabar o dinheiro, era feito um ramo com três ou cinco espigas de centeio , trigo e cevada, um raminho de oliveira e flor do campo (papoila e malmequer), que depois se guardava em casa, pendurado até ao ano seguinte.
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