Iconoclasta
Foi de repente...
Depois de muito tempo,
Ela decidiu voltar para casa...
Sem qualquer explicação aparente
Sem dizer uma palavra sequer...
Sem dar motivos para sua partida
Ou mesmo do seu retorno...
E eu afinal de contas
Sem dizer nada
Uma palavra ao menos...
Sem saber o que fazer
Acabei aceitando-a de volta
Como se eu não fosse nada
Uma mera figura decorativa
Bem ali parada
Disponível
Dispensável & artificial
Contudo
Já não poderia viver sem sua doce presença
Na minha vida...
Tão inconstante & breve
Não tinha como não aceitar
As coisas são assim inexplicáveis...
Inconstantes
Irreais
Surreais...
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Rainha Victória (navego pelo mar da tranquilidade)
Para Victória Butler Rodríguez
Navego pelo mar da tranquilidade
Eu tenho esperanças
Renovadas
Pois tenho pensamentos probos
Pensamentos bons
Mesmo sabendo
Que tenho um longo
E difícil caminho para percorrer
A minha abstrata arte
Já não conhece mais limites
Criou asas
Voo para além do cosmo infindo
Tenho um longo
E tortuoso caminho
Pela frente bem sei
Mas sei também
Que ela vai estar lá
A minha espera
Tão linda e prefeita
Como só ela sabe ser
Já não dói mais...
A minha negra arte tão carregada
De dor e sofrimento
Não existe mais
A minha negra dor se foi
Dobrou a esquina e desapareceu
Por completo em meio
A massa dissoluta
O crepúsculo eviterno
Já não cega mais
Meus quasímodos olhos
Não temo a negra noite eterna
Com seus mistérios infindos
Tenho o sono tranquilo
Pois sei que ela estará
Ao meu lado
Quando eu acordar pela manhã
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Selene
Para negra Valquíria
És para mim um mistério!
Um sonhar acordado...
Um perpétuo vagar...
Entre o real
E o abstrato!
Um trespassar...
Entre a materialidade estéril!
E o devaneio absoluto!
Um eviterno dormir.
Para um nunca mais acordar.
És para mim
Um peregrinar no imaginário!
Um vagar
Entre terras ignotas...
És para mim...
Um negro universo infindo!
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Em violetas paixões
Para Izabella Silva
Não! Não quero mais ser sua
Não quero mais
Os teus ternos carinhos
Nem tão pouco os beijos teus
Não! Eu não vou ficar
Mais ao lado teu
E quando eu sair pela porta afora
Não me peça para voltar
Não me procures mais
Nunca mais
Nem fiques de joelhos
Implorando o meu amor
Para que volte
Para a nossa solidão a dois
Não! Não me traga inexatas flores
Não! Não me peça perdão
Em violetas paixões
Não! Não acredito mais
No teu amor
Fonte: O Poeta
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