terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Samuel da Costa (Poemas Escolhidos) III

Iconoclasta 

Foi de repente...
Depois de muito tempo,
Ela decidiu voltar para casa...
Sem qualquer explicação aparente
Sem dizer uma palavra sequer...
Sem dar motivos para sua partida
Ou mesmo do seu retorno...
E eu afinal de contas
Sem dizer nada
Uma palavra ao menos...
Sem saber o que fazer
Acabei aceitando-a de volta
Como se eu não fosse nada
Uma mera figura decorativa
Bem ali parada
Disponível
Dispensável & artificial
Contudo
Já não poderia viver sem sua doce presença
Na minha vida...
Tão inconstante & breve
Não tinha como não aceitar
As coisas são assim inexplicáveis...
Inconstantes
Irreais
Surreais...
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Rainha Victória (navego pelo mar da tranquilidade)
Para Victória Butler Rodríguez

Navego pelo mar da tranquilidade
Eu tenho esperanças
Renovadas 

Pois tenho pensamentos probos 
Pensamentos bons
Mesmo sabendo 
Que tenho um longo 
E difícil caminho para percorrer

A minha abstrata arte
Já não conhece mais limites
Criou asas 
Voo para além do cosmo infindo 

Tenho um longo 
E tortuoso caminho
Pela frente bem sei
Mas sei também 
Que ela vai estar lá
A minha espera 
Tão linda e prefeita 
Como só ela sabe ser

Já não dói mais... 
A minha negra arte tão carregada 
De dor e sofrimento 
Não existe mais 

A minha negra dor se foi 
Dobrou a esquina e desapareceu 
Por completo em meio
A massa dissoluta 

O crepúsculo eviterno
Já não cega mais 
Meus quasímodos olhos
Não temo a negra noite eterna 
Com seus mistérios infindos 

Tenho o sono tranquilo 
Pois sei que ela estará
Ao meu lado 
Quando eu acordar pela manhã 
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Selene
Para negra Valquíria 

És para mim um mistério!
Um sonhar acordado...
Um perpétuo vagar...
Entre o real 
E o abstrato!
Um trespassar... 
Entre a materialidade estéril! 
E o devaneio absoluto!
Um eviterno dormir. 
Para um nunca mais acordar.

És para mim
Um peregrinar no imaginário! 
Um vagar 
Entre terras ignotas...

És para mim...
Um negro universo infindo!
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Em violetas paixões 
Para Izabella Silva 

Não! Não quero mais ser sua 
Não quero mais 
Os teus ternos carinhos 
Nem tão pouco os beijos teus 

Não! Eu não vou ficar 
Mais ao lado teu 
E quando eu sair pela porta afora 
Não me peça para voltar

Não me procures mais
Nunca mais
Nem fiques de joelhos
Implorando o meu amor
Para que volte
Para a nossa solidão a dois

Não! Não me traga inexatas flores
Não! Não me peça perdão
Em violetas paixões 

Não! Não acredito mais
No teu amor 

Fonte: O Poeta

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