quinta-feira, 9 de maio de 2024

Recordando Velhas Canções (Chão de Giz)


Compositor: Zé Ramalho

Eu desço dessa solidão
Espalho coisas sobre um chão de giz
Há meros devaneios tolos a me torturar
Fotografias recortadas
Em jornais de folhas amiúde

Eu vou te jogar num pano de guardar confetes
Eu vou te jogar num pano de guardar confetes

Disparo balas de canhão
É inútil, pois existe um grão-vizir
Há tantas violetas velhas sem um colibri
Queria usar, quem sabe
Uma camisa de força ou de Vênus

Mas não vou gozar de nós apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar, gastando assim o meu batom

Agora pego um caminhão
Na lona vou a nocaute outra vez
Pra sempre fui acorrentado no seu calcanhar
Meus vinte anos de boy, that's over, baby
Freud explica

Não vou me sujar fumando apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar, gastando assim o meu batom
Quanto ao pano dos confetes, já passou meu carnaval
E isso explica porque o sexo é assunto popular

No mais, estou indo embora
No mais, estou indo embora
No mais, estou indo embora
No mais
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Chão de Giz: Uma Viagem Lírica pelo Universo de Zé Ramalho
A música 'Chão de Giz', composta e interpretada pelo cantor e compositor paraibano Zé Ramalho, é uma das mais emblemáticas de sua carreira, marcada por letras poéticas e carregadas de simbolismo. A canção, lançada em 1978 no álbum 'Zé Ramalho', traz uma melodia envolvente que acompanha uma letra introspectiva e repleta de metáforas, refletindo sobre sentimentos de solidão, desilusão amorosa e a passagem do tempo.

O título 'Chão de Giz' sugere uma superfície efêmera e frágil, onde as coisas podem ser facilmente apagadas ou desfeitas, assim como os sentimentos e experiências do eu lírico. A expressão 'espalho coisas sobre um chão de giz' pode ser interpretada como a tentativa de dar sentido ou ordem aos pensamentos e emoções que são, por natureza, voláteis e transitórios. As 'fotografias recortadas em jornais de folhas amiúde' evocam memórias fragmentadas, talvez momentos que o narrador gostaria de esquecer ou que causam dor.

A canção também aborda a temática da juventude e suas desilusões, como evidenciado na linha 'Meus vinte anos de boy, that's over, baby'. A referência a Freud e o comentário sobre o sexo ser um 'assunto popular' podem indicar uma reflexão sobre a complexidade das relações humanas e a busca por compreensão psicológica dos comportamentos amorosos. Em suma, 'Chão de Giz' é uma obra que permite múltiplas interpretações, cada ouvinte pode encontrar um significado diferente nas entrelinhas da poesia de Zé Ramalho, o que torna a canção um clássico atemporal da música brasileira.

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