A MEDIOCRIDADE, conhecida também como uma coisa leviana ou corriqueira, é igualmente assemelhada a um terreno inóspito de areia movediça, ou seja, um determinado local onde um fenômeno natural (tipo uma praia deserta ou mesmo uma área frequentada por grande número de pessoas), tem a sua superfície embebida em água. Por conta de tal entrave, não oferece a resistência devida e necessária para quem se acha em posição de risco iminente. Assim sendo, contribui unicamente para que os menos desavisados (sejam elas pessoas, animais ou qualquer outro tipo de vida que respire) se vejam sumariamente tragados.
Grosso modo, um portento assombroso que pode nos afundar num abrir e fechar de olhos, e em consequência, nos aprisionar, impedindo os nossos passos de seguirem o horizonte delineado, o porto seguro. Visto por uma ótica mais estranha. Privando os nossos objetivos de deslancharem, de irem e virem e de alcançarem o verdadeiro e tão sonhado potencial que todos nós carregamos por força do Criador. Em outras palavras, uma voragem insólita e inesperada desviando para uma rota-alternativa e sem volta os nossos empenhos previamente delineados.
Se tratando de jornada de existência desconhecida, muitas vezes nos encontramos em um itinerário que parece monótono e sem brilho. Será que a exiguidade, como a areia movediça se faria inevitável, ou melhor posto, poderia ser ela, de alguma forma, simplesmente evitada? Apesar de difícil, vamos tentar explorar o alvo de uma forma bem amena. A mediocridade ou a parvidade não seria apenas uma condição. Ela se faria como uma escolha “não escolhida.” Partindo daí, se manifestaria quando nos contentássemos com o mínimo, ou quando aceitássemos a mesmice e abandonássemos os desafios ainda não buscados.
O segredo de uma existência falha e traiçoeira, é marcado por alguns comportamentos e atitudes. Quais seriam? Vejamos os mais chatos: O “Conformismo” lidera o ranking. Com isso, a mediocridade floresce, ganha vida e força, se robustece, quando nos agasalhamos com o “status quo.” Não buscamos, como deveríamos, o crescimento, bem ainda, não questionamos, não nos esforçamos, aliás, não fazemos nada... simplesmente aceitamos sem pestanejar, não movendo uma palha, para melhorar o quadro hostil bem ali à nossa frente. Quando nos acomodamos albergados na zona de conforto e deixamos de explorar novos horizontes, o obscuro desordenado imediatamente entra em cena e ganha terreno.
Se continuarmos inertes, feitos pobres e tristes pacóvios, por certo, mais hoje, ou amanhã, sucumbiremos. Há um outro ponto a ser trazido à baila. A “Falta de paixão.” Uma vida mal vivida, sem a vitalidade da vicissitude, carece de paixão. Muita paixão. De preferência uma devoção eufórica e avassaladora. Um dos nossos piores problemas está bem aqui diante de nossos narizes. Não nos dedicamos com fervor a nada. Levamos na flauta. Fazemos o mínimo necessário para sobreviver, porém, não nos apaixonamos idolatradamente por nossos projetos, relacionamentos ou sonhos.
Mesma estrada de retorno incerto, amamentamos como a um recém-nascido, a “Ausência de Autenticidade.” A burrice cavalar, nos leva a esconder a nossa verdadeira essência. Tememos ser diferentes e, em razão disso, nos camuflamos mergulhados em meio de uma multidão desenfreada e sem objetivos vorazes e sôfregos. Perdemos, com essa fraqueza, o âmago e, de lambuja, a plenitude. Deixamos de lado a autenticidade e, por conta, nos tornamos meras cópias desbotadas. “Medo do fracasso.” O receio de falharmos nos impede de arriscar. Preferimos não tentar coisa alguma, a enfrentarmos a possibilidade de não atingirmos, em cheio, o sucesso. Permanecemos, pois, onde o risco é mínimo, ou acredite se quiser, quase insignificante.
“Resistência a mudanças. ” O anódino (insignificante), como todos devem saber, é balsâmico E por qual motivo é assim? Pelo fato de não queremos mudar, de não planejamos ir em frente. A mutação, ou a conversão, acima de qualquer coisa, exige esforço hercúleo e enfrentamento. Optamos pelo menor combate, qual seja, mantermos por comodidade, simplesmente deixarmos as coisas como estão, mesmo que isso signifique uma decisão simples conhecida como “estagnação.” Entre mortos e feridos, como escapar desse carreiro temerário? Como transformar uma existência despicienda em algo mais eficaz e duradoura e logicamente significativa?
Se os meus senhores e as minhas senhoras me permitirem, darei algumas sugestões. “Autoconfiança.” Reconhecer quando estamos caindo no inócuo (inofensivo) inoperante seria o passo mais propício. Devemos estar sempre atentos aos sinais de conformismo e falta de paixão. A autoconsciência é o passo robusto, na verdade, o passo avultado e mais indicado para a verdadeira mudança. No mesmo seguimento, “Definir metas inspiradoras.” Também tal atitude não pode deixar de ser vista e revista. O que seriam metas inspiradoras? Simples! Estabelecermos ou criarmos situações inusitadas que empolguem, ou que balancem literalmente a roseira.
O arrebatamento quando ponderoso (importante) e suasório (convincente), costuma dar bons resultados. Devemos também sonhar grande e traçar uma estrada direta e sem curvas, para abocanharmos os objetivos pretendidos. É de bom alvitre lembrarmos sempre que a moderação vulgar não sobrevive quando há uma visão clara e objetiva do que realmente temos como favoritismo. Outro ponto fundamental. “Superar os medos.” Aceitamos com fé e coragem que o fracasso faz parte do processo. Todavia, nunca deixarmos que o receio se achegue e paralise a nossa mente, ou tolha os nossos movimentos, ou no pior dos mundos, tente pintar de outras cores, o nosso cotidiano.
Precisamos aprender de uma vez por todas com os erros e continuarmos avançando. Sempre em frente. Passos à retaguarda, nem para tomar impulso. “Carecemos, outrossim, sermos autênticos.” Abandonarmos as máscaras. Mostrarmos como somos, com todas as nossas imperfeições e peculiaridades. A autenticidade é uma fonte libertadora e inesgotável que nos afasta para bem distante da submissão. “Abraçar a mudança.” A vida, meus caros e nobres amigos, é dinâmica. Por assim, se faz mister estarmos dispostos a mudar, a aprender, a crescer. Sobretudo, a nos expandirmos.
A avareza de espírito, a sovinice, ou até mesmo a ignorância em sua forma mais apurada, não sobrevivem em um coração de portas abertas, menos ainda frenteada a uma alma limpa e cristalina em ritmo constante de transformação total. Termos, acima de tudo, haja o que houver, a certeza amadurecida de que a somiticaria (avareza) é uma escolha. Nós todos podemos, a qualquer tempo, optar por seguirmos um itinerário monótono ou, em via paralela, trilharmos por uma senda mais longa, usque (expressão em direito que significa até) desafiadora, majestosa e significativa. A decisão final, aquela que nos levará ao sucesso, glorioso estará sempre, seja em que circunstancia for, em nossas mãos.
Fonte: Texto enviado pelo autor
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