Tirei o dia para descansar. Mas não consegui. Ao tentar relaxar senti a alma, o coração e o corpo, doloridos e pesados.
Tentei não focar nas dores. Nem dar ouvidos aos ruídos do passado, mas perturbações não me deixavam quieta. E descansar parecia impossível.
Ainda assim, resiliente, me mantive positiva. E pensei: “amanhã as dores cessam, os ruídos se calam. E meu corpo entenderá que merece desfrutar um pouco de alivio e descanso".
Só que no dia seguinte acordei ainda mais exausta. E não entendi o porquê, já que meu pensamento estava sintonizado em coisas positivas, como fé e amor.
Tento não dar mais razão às trevas do que às luzes do destino, no entanto essa dualidade, por vezes – muitas vezes toma conta do meu ser. E transforma a leoa que há em mim, numa gatinha. Uma gatinha sensitiva que, depois de absorver as dores do mal que há no mundo, precisa dormir para se recompor.
Demorei a relaxar, mas consegui. Dormi umas doze horas e acordei refeita. Voltei a ser leoa, a rainha da minha floresta. Botei alguns intrusos pra correr. E fui à caça de minha felicidade. Mas logo raposas, serpentes e ratazanas deram início a novas emboscadas. Me mantive fria. Intacta, armada de coragem. E dessa vez fui eu quem os enfraqueci. Com um ruido estrondoso ceguei os olhos da inveja, cortei o veneno das más línguas e dei um basta nos vampiros sugadores de energia, que tentam confundir meus pensamentos, me trair em meus sentimentos, pensar que todo mal que está em mim, é fruto de minhas sombras. Tentam. E como tentam me colocar contra mim mesma. A fim de saírem ilesos de toda confusão que semeiam. Ah, mas estou a vigiar. Aprendi a distinguir minhas responsabilidades, das responsabilidades alheias.
Aprendi a encarar a mulher que sou, de frente. E aceitá-la como ela é: amante da alegria, da escrita e da utopia... E nos braços desses três dons, grandes amores, que em verdade é uma trindade de luz, sempre me refaço. E volto a brilhar!
Fonte: Texto enviado pela autora
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