domingo, 8 de abril de 2012

Luiz Lyrio (Universo em Destempero)


Menção Honrosa no VI Concurso Newton Braga de Poemas

A terra, contrariada e furiosa, treme.
O vento, que assobiava, agora geme.
Eu, nessas horas, finjo que não ligo,
enquanto as pessoas buscam abrigo.

E cada um reage de modo variado:
Enquanto um, covarde, foge apavorado,
e outro, inutilmente, só esconde a cara;
a coragem, na Terra, se torna coisa rara.
O ar, vítima de asfixia, fica carregado
e o velho sol se esconde atemorizado.

Ninguém a enfrenta
e o clima esquenta.
Nuvens acinzentadas
e faíscas eletrificadas
tomam conta do céu.
Pássaros voam ao léu.

O universo todo, também a ela devotado,
cheio de raiva, transpira em bicas, revoltado.
O planeta azul fica roxo e, solidário a ela,
sem titubear, toma partido na querela.

E, então, expelidos do seu interior mais profundo,
e saindo por todos os poros vulcânicos do mundo,
devastadores, correm incandescentes rios de lava,
quando minha e/terna e linda namorada fica brava.

Fonte:
http://poesiemtodaparte.blogspot.com

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