quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Carlos Carvalho Cavalheiro (Poesias: Poesia Engajada; Beatnick)

Poesia Engajada

A minha poesia não alcança
Os ouvidos dos oprimidos
Nem sequer é degustada
Pelo paladar dos famintos
E nem por sonho ou fantasia
É sentida pelos excluídos
A minha poesia, então, morreu
E esqueceram de enterrá-la.

Beatnick

Ouço uma música
É um jazz, blues ou samba?
Não sei.
A música não tem língua
Mas tem cor: é negra
E traz nas frases mudas
O lamento da história
Na esquina, sob a luz néon
Está Kerouac, sentado.
Além, pela calçada caminha
displicente Ginsberg
Ao meu lado, Noel Rosa.
Peço carona?
Estou preso na cela de carne
Há quem se admire de sua cela
A advertência de Eclesiastes:
Tudo é vaidade.
Se houvesse escolha
Teria nascido álcool
Evaporaria, antes de morrer
Sensação de liberdade
(ou embriaguês?)
Por estar disperso em milhares
De partículas por todo o ar.
Ubiqüidade.

Fonte:
http://www.crearte.com.br/carlos_poesias.htm

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