Poul William Anderson (Bristol, Pensilvânia, 25 de Novembro de 1926 – Orlinda, Califórnia, 31 de Julho de 2001) foi um escritor norte-americano da Era Dourada da ficção científica. Alguns dos seus primeiros contos foram publicados sob o pseudónimo de A. A. Craig, Michael Karageorge, e Winston P. Sanders. Foi, ainda, autor de diversas obras que se podem classificar como literatura fantástica, como na série King of Ys.
Filho de pais de origem dinamarquesa, formou-se em Física na Universidade de Minnesota, em 1948. Casou-se com Karen Kruse em 1953, de quem teve uma filha, Astrid (casada com o escritor de ficção científica Greg Bear).
Começou a escrever ficção científica em 1937, enquanto estava convalescente de uma doença. O seu primeiro conto, publicado na revista Astounding em Setembro de 1944, foi A matter of relativity. Em 1947 publicou a sua primeira obra de envergadura: Tomorrow's children na mesma revista, mês de Março, com apenas 20 anos.
Em 1972 tornou-se o sexto presidente dos Escritores de Ficção Científica e Fantasia da América.
Foi também membro da "Swordsmen and Sorcerers' Guild of America", um grupo que unia em si várias correntes de autores, fundado na década de 1960 e cujas obras foram objecto de uma antologia organizada por Lin Carter (Flashing Swords!).
Foi, igualamente, membro da Society for Creative Anachronism.
Faleceu devido a uma forma rara de cancro da próstata.
Estilo
Mestre do estilo da Space Opera, Anderson é, provavelmente, mais conhecido pelas suas narrativas de aventuras onde personagens carismáticas se sucedem de forma graciosa ou que sucumbem de forma heróica. Foi, no entanto, também autor de obras de cariz mais tranquilo, menos extensas, e que caracterizam principalmente a fase final da sua obra. Contudo, Anderson sempre dedicou poucos esforços na análise psicológica das suas personagens.
Muita da sua ficção científica baseia-se firmemente em conceitos científicos razoavelmente rigorosos, aos quais se juntam algumas especulações improváveis, mas que se tornaram habituais nas narrativas do género, como viagens a uma velocidade superior à da luz. Uma das suas especialidades consistia em imaginar planetas com vida, diferentes da Terra, mas cientificamente plausíveis. Um dos mais famosos destes mundos é o que serve de palco a "The man Who Counts", em que Anderson define um tamanho e composição para o mesmo que permitisse a vida de seres humanos em interacção com outros seres racionais, voadores, de modo a explorar as consequências de tal convivência. Outro tema frequente aborda a luta e evolução de um herói, geralmente ingénuo, naufragado num ambiente fisicamente hostil.
Em muitas histórias, Anderson comenta alguns temas sociais e políticos. Uma das suas primeiras narrativas, Un-man, Anderson contrapõe os "bons" - representados por agentes do Secretário Geral das Nações Unidas (UN) - que pretendem estabelecer um governo mundial (de forma semelhante às ideias defendidas por H. G. Wells na sua "História Universal", aos "maus", concretizados em grupos nacionalistas (entre os quais se encontram, principalmente, os norte-americanos) que pretendem preservar a todo o custo a sua soberania nacional. O título tem o significado duplo de "Homem da UN" bem como de "não-homem" - em referência às capacidades sobre-humanas com que aterrorizam os seus inimigos.
No anos seguintes, Anderson acabou por repudiar tal ideia. Uma reminiscência semi-humorística pode ser encontrada no início de Tau Zero — um futuro em que as nações mundiais encarregam a Suécia de velar pelo desarmamento global e acabam, assim, por se tornarem subservientes em relação ao governo do Império Sueco. Em Star Fox faz uma descrição desfavorável de um futuro grupo pacifista designado como "World Militants for Peace" (Militantes mundiais pela paz) onde expressa claramente a sua posição contra-corrente a respeito da Guerra do Vietname, então em curso, e que lhe valeu ser ignorado pelo mercado livreiro europeu (principalmente em França). Mais explícita é a opinião expressa em The Shield of Time, onde uma jovem norte-americana viajante-no-tempo retrocede da década de 1990 para os anos sessenta, não ficando propriamente entusiasta do espírito da época.
Anderson regressou por diversas vezes ao libertarismo (o que justificou em grande parte a atribuição do Prémio Prometheus à sua obra), bem como à imagem do líder de negócios como herói - cuja personagem-tipo será, com certeza, Nicholas van Rijn. Van Rijn está, contudo, bem longe do perfil de um executivo empresarial actual. De facto, assemelha-se mais aos mercadores aventureiros das Companhias Holandesas durante o século XVII. O leitor é poupado a quaisquer reuniões de gabinete e discussões de negócios, já que a acção decorre essencialmente nos limites espaciais do Universo conhecido.
No início da década de 1970, as suas obras, com fundo histórico, aparecem com nítidas influências das teorias de John K. Hord, defensor de que todos os impérios humanos seguem o mesmo padrão cíclico geral. O império "Terrano" presente nas suas histórias de espionagem protagonizadas por Dominic Flandry encaixa perfeitamente nestes conceitos.
A escritora Sandra Miesel (em 1978) argumentou, entretanto, que o tema que caracteriza o conjunto da obra de Anderson é a luta contra a entropia e a morte térmica do Universo - uma condição de uniformidade perfeita onde nada pode acontecer.
Nos conflitos ficcionais por ele descritos, quer em ambientes de ficção científica, quer num contexto fantástico, Anderson tenta quase sempre tornar acessíveis ao leitor os dois pontos de vista antagónicos, recusando qualquer forma de maniqueísmo. Mesmo quando se torna claro em que lado se posiciona o autor, os protagonistas do campo adverso raramente são descritos como vilões sem escrúpulos, mas como indivíduos íntegros no que diz respeito às suas convicções - tendo o leitor acesso aos seus pensamentos, sentimentos e motivações - mostrando dignidade humana quando são derrotados. Exemplos típicos podem ser encontrados em livros como The Winter of the World e The People of the Wind.
Em Star Fox estabelece-se uma relação de rivalidade respeitosa entre o herói, o pirata espacial Gunnar Heim, e o seu inimigo Cynbe — um "alien" excepcionalmente dotado e treinado desde jovem para compreender os seres humanos, inimigos da sua espécie, a ponto de ser ostracizado pelos seus próprios semelhantes. Na cena final, Cynbe desafia Heim para uma batalha espacial onde apenas um poderá sobreviver. Perante a aceitação de Heim, Cynbe agradece-lhe com as palavras "I thank you, my brother" ("obrigado, meu irmão").
Muito da sua obra decorre no passado (como a sua Escandinávia ancestral) ou em mundos alternativos ou futuros que se assemelham ao passado, e aos quais junta alguns elementos mágico-maravilhosos. Tais mundos são apresentados frequentemente como superiores ao tedioso e sobre-civilizado mundo actual. Descrições notáveis e apologias deste ponto de vista podem encontrar-se no mundo pré-histórico de "The Long Remembering", na sociedade medieval de The High Crusade, na quase-medieval de "No Truce with Kings", e no indomado Júpiter de "Call me Joe" e Three Worlds to Conquer. Tratou a sedução do atavismo de várias formas: satiricamente em "Pact", de forma crítica em "The Queen of Air and Darkness" (em Portugal: A Rainha do Ar e da Escuridão) e em The Night Face, bem como de forma trágica em "Goat Song". Na mesma linha narrativa encontra-se a sua versão da lenda de Hrólf Kraki.
Um tema recorrente na escrita de Anderson é a subestimação dos "primitivos" por parte dos representantes das sociedades tecnologicamente avançadas, com consequências danosas para estes últimos. Em The High Crusade, os extraterrestres, que descem na Inglaterra medieval esperando uma fácil conquista, descobrem que não são imunes a armas tão rudimentares quanto espadas e flechas. Em "The Only Game in Town", um guerreiro Mongol, ainda que ignorando que dois "mágicos" que conheceu são, de facto, viajantes-no-tempo vindos do futuro, rapidamente descobre as suas verdadeiras intenções e acaba por capturá-los com a lanterna eléctrica "mágica" por eles oferecida numa tentativa de o impressionar. Noutra história sobre viagens no tempo, The Shield of Time, um "polícia do tempo" do século XX, totalmente equipado com informação e tecnologia avançada é derrotado por um cavaleiro medieval e dificilmente escapa com vida.
A mesma história é também exemplo de um conflito trágico, outro dos temas recorrentes na obra de Anderson. O cavaleiro é uma personagem com traços positivos e empáticos a todos os níveis, tentando agir correctamente e de forma sincera, tendo em conta a sociedade e tempo a que pertence. Não é, de modo algum, culpa sua que as suas acções mudem o futuro para pior (já que não tem meios para o compreender), dando origem a um século XX ainda mais trágico que o que conhecemos. Assim, os protagonistas da Patrulha do Tempo (Time Patrol), ainda que simpatizando com o jovem cavaleiro e desejando-lhe o bem (a protagonista do sexo feminino chega mesmo a apaixonar-se) acaba por não ter outra opção senão entregá-lo à morte.
Em "The Pirate", Trevelian Micah, pertencente ao Cordys (interstellar Coordination Service - Serviço de Coordenação interestelar) é obrigado pelo dever a negar um novo começo, num novo planeta, a um povo vitimado pela fome e pela pobreza, já que tal colonização destruiria por completo os vestígios dos seres civilizacionalmente superiores que aí tinham vivido e que haviam sido destruídos por uma supernova. Um tema semelhante, mas mais complexo, aparece em "Sister Planet", onde cientistas descobrem uma forma de colonizar Vénus e, assim, dar nova esperança a uma terra sobrepovoada. Mas tal acção teria como efeito imediato o extermínio da civilização de um povo aquático recentemente descoberto - de modo que o herói descobre que não tem outro remédio para evitar o genocídio, senão o assassínio dos seus melhores amigos.
Em "Delenda Est", o herói tem outro dilema semelhante. Devido à interferência de alguns "fora-da-lei" viajantes do tempo, Cartago consegue ganhar a Segunda Guerra Púnica e destruir Roma. Como resultado, origina-se um século XX "nem melhor nem pior, apenas completamente diferente". O herói pode retroceder no tempo e restaurar a História Universal - e consequentemente a sua própria história familiar (e a nossa), tendo, contudo, de destruir o mundo que tomou o seu lugar, com tanto direito à existência quanto o actual.
Homenageando a paixão de Anderson pela antiguidade, o Ander-Saxon, um tipo de escrita constrangida composta por palavras exclusivamente de raiz germânica é assim nomeada, fazendo referência ao seu apelido.
Prêmios
Gandalf Grand Master (1978)
Prémio Hugo (por sete vezes)
Prémio em memória de John W. Campbell (2000)
Prémio Nebula (por três vezes)
Prémio Prometheus (por quatro vezes, incluindo um Prémio especial pelo conjunto da sua obra, em 2001)
SFWA Grand Master Nebula (1997)
Fonte:
http://pt.wikipedia.org/
Filho de pais de origem dinamarquesa, formou-se em Física na Universidade de Minnesota, em 1948. Casou-se com Karen Kruse em 1953, de quem teve uma filha, Astrid (casada com o escritor de ficção científica Greg Bear).
Começou a escrever ficção científica em 1937, enquanto estava convalescente de uma doença. O seu primeiro conto, publicado na revista Astounding em Setembro de 1944, foi A matter of relativity. Em 1947 publicou a sua primeira obra de envergadura: Tomorrow's children na mesma revista, mês de Março, com apenas 20 anos.
Em 1972 tornou-se o sexto presidente dos Escritores de Ficção Científica e Fantasia da América.
Foi também membro da "Swordsmen and Sorcerers' Guild of America", um grupo que unia em si várias correntes de autores, fundado na década de 1960 e cujas obras foram objecto de uma antologia organizada por Lin Carter (Flashing Swords!).
Foi, igualamente, membro da Society for Creative Anachronism.
Faleceu devido a uma forma rara de cancro da próstata.
Estilo
Mestre do estilo da Space Opera, Anderson é, provavelmente, mais conhecido pelas suas narrativas de aventuras onde personagens carismáticas se sucedem de forma graciosa ou que sucumbem de forma heróica. Foi, no entanto, também autor de obras de cariz mais tranquilo, menos extensas, e que caracterizam principalmente a fase final da sua obra. Contudo, Anderson sempre dedicou poucos esforços na análise psicológica das suas personagens.
Muita da sua ficção científica baseia-se firmemente em conceitos científicos razoavelmente rigorosos, aos quais se juntam algumas especulações improváveis, mas que se tornaram habituais nas narrativas do género, como viagens a uma velocidade superior à da luz. Uma das suas especialidades consistia em imaginar planetas com vida, diferentes da Terra, mas cientificamente plausíveis. Um dos mais famosos destes mundos é o que serve de palco a "The man Who Counts", em que Anderson define um tamanho e composição para o mesmo que permitisse a vida de seres humanos em interacção com outros seres racionais, voadores, de modo a explorar as consequências de tal convivência. Outro tema frequente aborda a luta e evolução de um herói, geralmente ingénuo, naufragado num ambiente fisicamente hostil.
Em muitas histórias, Anderson comenta alguns temas sociais e políticos. Uma das suas primeiras narrativas, Un-man, Anderson contrapõe os "bons" - representados por agentes do Secretário Geral das Nações Unidas (UN) - que pretendem estabelecer um governo mundial (de forma semelhante às ideias defendidas por H. G. Wells na sua "História Universal", aos "maus", concretizados em grupos nacionalistas (entre os quais se encontram, principalmente, os norte-americanos) que pretendem preservar a todo o custo a sua soberania nacional. O título tem o significado duplo de "Homem da UN" bem como de "não-homem" - em referência às capacidades sobre-humanas com que aterrorizam os seus inimigos.
No anos seguintes, Anderson acabou por repudiar tal ideia. Uma reminiscência semi-humorística pode ser encontrada no início de Tau Zero — um futuro em que as nações mundiais encarregam a Suécia de velar pelo desarmamento global e acabam, assim, por se tornarem subservientes em relação ao governo do Império Sueco. Em Star Fox faz uma descrição desfavorável de um futuro grupo pacifista designado como "World Militants for Peace" (Militantes mundiais pela paz) onde expressa claramente a sua posição contra-corrente a respeito da Guerra do Vietname, então em curso, e que lhe valeu ser ignorado pelo mercado livreiro europeu (principalmente em França). Mais explícita é a opinião expressa em The Shield of Time, onde uma jovem norte-americana viajante-no-tempo retrocede da década de 1990 para os anos sessenta, não ficando propriamente entusiasta do espírito da época.
Anderson regressou por diversas vezes ao libertarismo (o que justificou em grande parte a atribuição do Prémio Prometheus à sua obra), bem como à imagem do líder de negócios como herói - cuja personagem-tipo será, com certeza, Nicholas van Rijn. Van Rijn está, contudo, bem longe do perfil de um executivo empresarial actual. De facto, assemelha-se mais aos mercadores aventureiros das Companhias Holandesas durante o século XVII. O leitor é poupado a quaisquer reuniões de gabinete e discussões de negócios, já que a acção decorre essencialmente nos limites espaciais do Universo conhecido.
No início da década de 1970, as suas obras, com fundo histórico, aparecem com nítidas influências das teorias de John K. Hord, defensor de que todos os impérios humanos seguem o mesmo padrão cíclico geral. O império "Terrano" presente nas suas histórias de espionagem protagonizadas por Dominic Flandry encaixa perfeitamente nestes conceitos.
A escritora Sandra Miesel (em 1978) argumentou, entretanto, que o tema que caracteriza o conjunto da obra de Anderson é a luta contra a entropia e a morte térmica do Universo - uma condição de uniformidade perfeita onde nada pode acontecer.
Nos conflitos ficcionais por ele descritos, quer em ambientes de ficção científica, quer num contexto fantástico, Anderson tenta quase sempre tornar acessíveis ao leitor os dois pontos de vista antagónicos, recusando qualquer forma de maniqueísmo. Mesmo quando se torna claro em que lado se posiciona o autor, os protagonistas do campo adverso raramente são descritos como vilões sem escrúpulos, mas como indivíduos íntegros no que diz respeito às suas convicções - tendo o leitor acesso aos seus pensamentos, sentimentos e motivações - mostrando dignidade humana quando são derrotados. Exemplos típicos podem ser encontrados em livros como The Winter of the World e The People of the Wind.
Em Star Fox estabelece-se uma relação de rivalidade respeitosa entre o herói, o pirata espacial Gunnar Heim, e o seu inimigo Cynbe — um "alien" excepcionalmente dotado e treinado desde jovem para compreender os seres humanos, inimigos da sua espécie, a ponto de ser ostracizado pelos seus próprios semelhantes. Na cena final, Cynbe desafia Heim para uma batalha espacial onde apenas um poderá sobreviver. Perante a aceitação de Heim, Cynbe agradece-lhe com as palavras "I thank you, my brother" ("obrigado, meu irmão").
Muito da sua obra decorre no passado (como a sua Escandinávia ancestral) ou em mundos alternativos ou futuros que se assemelham ao passado, e aos quais junta alguns elementos mágico-maravilhosos. Tais mundos são apresentados frequentemente como superiores ao tedioso e sobre-civilizado mundo actual. Descrições notáveis e apologias deste ponto de vista podem encontrar-se no mundo pré-histórico de "The Long Remembering", na sociedade medieval de The High Crusade, na quase-medieval de "No Truce with Kings", e no indomado Júpiter de "Call me Joe" e Three Worlds to Conquer. Tratou a sedução do atavismo de várias formas: satiricamente em "Pact", de forma crítica em "The Queen of Air and Darkness" (em Portugal: A Rainha do Ar e da Escuridão) e em The Night Face, bem como de forma trágica em "Goat Song". Na mesma linha narrativa encontra-se a sua versão da lenda de Hrólf Kraki.
Um tema recorrente na escrita de Anderson é a subestimação dos "primitivos" por parte dos representantes das sociedades tecnologicamente avançadas, com consequências danosas para estes últimos. Em The High Crusade, os extraterrestres, que descem na Inglaterra medieval esperando uma fácil conquista, descobrem que não são imunes a armas tão rudimentares quanto espadas e flechas. Em "The Only Game in Town", um guerreiro Mongol, ainda que ignorando que dois "mágicos" que conheceu são, de facto, viajantes-no-tempo vindos do futuro, rapidamente descobre as suas verdadeiras intenções e acaba por capturá-los com a lanterna eléctrica "mágica" por eles oferecida numa tentativa de o impressionar. Noutra história sobre viagens no tempo, The Shield of Time, um "polícia do tempo" do século XX, totalmente equipado com informação e tecnologia avançada é derrotado por um cavaleiro medieval e dificilmente escapa com vida.
A mesma história é também exemplo de um conflito trágico, outro dos temas recorrentes na obra de Anderson. O cavaleiro é uma personagem com traços positivos e empáticos a todos os níveis, tentando agir correctamente e de forma sincera, tendo em conta a sociedade e tempo a que pertence. Não é, de modo algum, culpa sua que as suas acções mudem o futuro para pior (já que não tem meios para o compreender), dando origem a um século XX ainda mais trágico que o que conhecemos. Assim, os protagonistas da Patrulha do Tempo (Time Patrol), ainda que simpatizando com o jovem cavaleiro e desejando-lhe o bem (a protagonista do sexo feminino chega mesmo a apaixonar-se) acaba por não ter outra opção senão entregá-lo à morte.
Em "The Pirate", Trevelian Micah, pertencente ao Cordys (interstellar Coordination Service - Serviço de Coordenação interestelar) é obrigado pelo dever a negar um novo começo, num novo planeta, a um povo vitimado pela fome e pela pobreza, já que tal colonização destruiria por completo os vestígios dos seres civilizacionalmente superiores que aí tinham vivido e que haviam sido destruídos por uma supernova. Um tema semelhante, mas mais complexo, aparece em "Sister Planet", onde cientistas descobrem uma forma de colonizar Vénus e, assim, dar nova esperança a uma terra sobrepovoada. Mas tal acção teria como efeito imediato o extermínio da civilização de um povo aquático recentemente descoberto - de modo que o herói descobre que não tem outro remédio para evitar o genocídio, senão o assassínio dos seus melhores amigos.
Em "Delenda Est", o herói tem outro dilema semelhante. Devido à interferência de alguns "fora-da-lei" viajantes do tempo, Cartago consegue ganhar a Segunda Guerra Púnica e destruir Roma. Como resultado, origina-se um século XX "nem melhor nem pior, apenas completamente diferente". O herói pode retroceder no tempo e restaurar a História Universal - e consequentemente a sua própria história familiar (e a nossa), tendo, contudo, de destruir o mundo que tomou o seu lugar, com tanto direito à existência quanto o actual.
Homenageando a paixão de Anderson pela antiguidade, o Ander-Saxon, um tipo de escrita constrangida composta por palavras exclusivamente de raiz germânica é assim nomeada, fazendo referência ao seu apelido.
Prêmios
Gandalf Grand Master (1978)
Prémio Hugo (por sete vezes)
Prémio em memória de John W. Campbell (2000)
Prémio Nebula (por três vezes)
Prémio Prometheus (por quatro vezes, incluindo um Prémio especial pelo conjunto da sua obra, em 2001)
SFWA Grand Master Nebula (1997)
Fonte:
http://pt.wikipedia.org/
Nenhum comentário:
Postar um comentário