O Tupi foi a língua não européia que mais influenciou o português brasileiro. Existem aproximadamente 10.000 palavras derivadas do tupi que os brasileiros usam no seu dia-a-dia. Expressões, palavras e nomes de lugares como “ficar com nhemnhemnhem”, “jaguar”, “Ibirapuera”, “pindaíba”, “pereba”, “peteca”, “mingau” e “cucuia” são, entre outras, herança lingüística da verdadeira língua brasileira, chamada pelos próprios índios de “Nhe´engatu” (língua boa) ou Língua Brasílica, como era chamada pelos jesuítas que aqui aportaram no século XVI.
Antes da colonização, o Tupi e suas variantes dialetais eram falados em quase toda costa do Brasil e é rara, senão nenhuma, língua nativa no mundo que teve abrangência territorial tão grande. Sendo uma língua estritamente oral, o Tupi só foi sistematizado em registro escrito pelos jesuítas, em especial pelo Pe. Anchieta, o primeiro gramático da língua, que deixou um vasto conjunto de obras escritas na língua do nativo.
Como grande parte dos colonos vinham para o Brasil sem mulheres e passaram a conviver com mulheres indígenas, ocorreu de o Tupi ser a língua materna de seus filhos. Atualmente o Brasil seria um país bilíngüe, a exemplo do Paraguai onde se fala o espanhol e o guarani, caso o Tupi não tivesse sido proibido em 1758 pelo Marques de Pombal. Naquela época, de cada quatro brasileiros, três falavam Tupi.
Em poucos países americanos uma língua foi tão espalhada territorialmente como o Tupi antigo do Brasil. Ele era a língua da maioria dos membros da administração colonial, dos índios, dos africanos e europeus e tinham um papel fundamental na unificação da colônia portuguesa na América.
O Tupi proporcionou centenas de termos ao português brasileiro, foi importante para a literatura do período colonial, romântica e moderna e é um elemento central da afirmação de uma identidade cultural brasileira. O Tupi foi a língua que mais deu origem a nomes geográficos no Brasil: várias cidades, regiões e cidades tem nomes derivados do Tupi. Cidades como “Sorocaba” e “Jundiaí” (que significam, respectivamente, “Terra Fendida” e “Rio do Bagre”), apenas para mencionar duas entre muitas, tiveram suas designações em Tupi devido à suas características físico-geográficas.
A influência do Tupi é também percebida na culinária, na fauna e em expressões cotidianas no Brasil, sendo a língua não-européia mais importante na formação do português brasileiro.
Características do Tupi
Antes da colonização, o Tupi e suas variantes dialetais eram falados em quase toda costa do Brasil e é rara, senão nenhuma, língua nativa no mundo que teve abrangência territorial tão grande. Sendo uma língua estritamente oral, o Tupi só foi sistematizado em registro escrito pelos jesuítas, em especial pelo Pe. Anchieta, o primeiro gramático da língua, que deixou um vasto conjunto de obras escritas na língua do nativo.
Como grande parte dos colonos vinham para o Brasil sem mulheres e passaram a conviver com mulheres indígenas, ocorreu de o Tupi ser a língua materna de seus filhos. Atualmente o Brasil seria um país bilíngüe, a exemplo do Paraguai onde se fala o espanhol e o guarani, caso o Tupi não tivesse sido proibido em 1758 pelo Marques de Pombal. Naquela época, de cada quatro brasileiros, três falavam Tupi.
Em poucos países americanos uma língua foi tão espalhada territorialmente como o Tupi antigo do Brasil. Ele era a língua da maioria dos membros da administração colonial, dos índios, dos africanos e europeus e tinham um papel fundamental na unificação da colônia portuguesa na América.
O Tupi proporcionou centenas de termos ao português brasileiro, foi importante para a literatura do período colonial, romântica e moderna e é um elemento central da afirmação de uma identidade cultural brasileira. O Tupi foi a língua que mais deu origem a nomes geográficos no Brasil: várias cidades, regiões e cidades tem nomes derivados do Tupi. Cidades como “Sorocaba” e “Jundiaí” (que significam, respectivamente, “Terra Fendida” e “Rio do Bagre”), apenas para mencionar duas entre muitas, tiveram suas designações em Tupi devido à suas características físico-geográficas.
A influência do Tupi é também percebida na culinária, na fauna e em expressões cotidianas no Brasil, sendo a língua não-européia mais importante na formação do português brasileiro.
Características do Tupi
A língua tupi não conhece flexões. Os vários conceitos gramaticais são expressos:
1) por prefixos e sufixos;
2) pela ordem das palavras;
3) pela duplicação do tema;
4) ou por partículas especiais.
Não há artigo definido nem indefinido.
A distinção dos sexos, quando necessária, traduz-se por palavras equivalentes a "macho" e "fêmea". Há, porém, palavras diferentes para distinguir as relações de parentesco do homem e da mulher. Assim, "filho" com referência ao homem é (t)a'ýra; com referência à mulher é membýra. A distinção leva ainda em conta o sexo do parente intermediário: "tio", irmão do pai, é o mesmo que "pai": (t)úba; já "tio", irmão da mãe, é tutýra. Há também a idade relativa: (t)ybýra é o irmão mais moço do homem; (t)ykeýra, irmão mais velho do homem.
Homens e mulheres usam linguagens diferentes: por exemplo, "sim", dito pelo homem, é pá; dito pela mulher, é e'e~.
Não existe diferença entre singular e plural nos substantivos e adjetivos. No tupi colonial, sob a influência do bilingüismo, o indefinido (s)etá, "muitos", tendia a tomar a função de plural.
São escassos no Tupi nomes abstratos relacionados com qualidades, como "injustiça", "bondade", "cor", "beleza", "distância", "tamanho", etc.
A índole concreta da língua evidencia-se ainda nos prefixos classificatórios — como a para coisas "arredondadas", pó para as compridas, pý para as largas, apé para as de superfície igual. Assim, tanto sýma quanto asýma significam "liso", mas asýma reserva-se para qualificar os objetos lisos que sejam arredondados: ybá asýma "fruta lisa".
Os substantivos e adjetivos referentes a estados da alma e qualidades interiores são amiúde meras descrições das concomitâncias nos órgãos do corpo ou nos sentidos externos: olhos, ouvidos, boca, nariz, mãos, pés, entranhas, etc.: îesarekó "considerar" ou "ter olhos em"; tesaetá "muitos olhos" ou muito cuidado; tesapóra "olhos saltados" ou "extasiado".
Nos pronomes, nenhuma distinção de gênero gramatical. Em contrapartida existe o desdobramento do pronome "nós": um que inclui a 2ª pessoa (eu ou nós & tu ou vós) e outro que exclui a 2ª pessoa (eu & ele ou eles s/ tu nem vós). Também um pronome reflexivo de 3ª pessoa o, distintivo do relativo i. Crf. latim suus e eius.
1) por prefixos e sufixos;
2) pela ordem das palavras;
3) pela duplicação do tema;
4) ou por partículas especiais.
Não há artigo definido nem indefinido.
A distinção dos sexos, quando necessária, traduz-se por palavras equivalentes a "macho" e "fêmea". Há, porém, palavras diferentes para distinguir as relações de parentesco do homem e da mulher. Assim, "filho" com referência ao homem é (t)a'ýra; com referência à mulher é membýra. A distinção leva ainda em conta o sexo do parente intermediário: "tio", irmão do pai, é o mesmo que "pai": (t)úba; já "tio", irmão da mãe, é tutýra. Há também a idade relativa: (t)ybýra é o irmão mais moço do homem; (t)ykeýra, irmão mais velho do homem.
Homens e mulheres usam linguagens diferentes: por exemplo, "sim", dito pelo homem, é pá; dito pela mulher, é e'e~.
Não existe diferença entre singular e plural nos substantivos e adjetivos. No tupi colonial, sob a influência do bilingüismo, o indefinido (s)etá, "muitos", tendia a tomar a função de plural.
São escassos no Tupi nomes abstratos relacionados com qualidades, como "injustiça", "bondade", "cor", "beleza", "distância", "tamanho", etc.
A índole concreta da língua evidencia-se ainda nos prefixos classificatórios — como a para coisas "arredondadas", pó para as compridas, pý para as largas, apé para as de superfície igual. Assim, tanto sýma quanto asýma significam "liso", mas asýma reserva-se para qualificar os objetos lisos que sejam arredondados: ybá asýma "fruta lisa".
Os substantivos e adjetivos referentes a estados da alma e qualidades interiores são amiúde meras descrições das concomitâncias nos órgãos do corpo ou nos sentidos externos: olhos, ouvidos, boca, nariz, mãos, pés, entranhas, etc.: îesarekó "considerar" ou "ter olhos em"; tesaetá "muitos olhos" ou muito cuidado; tesapóra "olhos saltados" ou "extasiado".
Nos pronomes, nenhuma distinção de gênero gramatical. Em contrapartida existe o desdobramento do pronome "nós": um que inclui a 2ª pessoa (eu ou nós & tu ou vós) e outro que exclui a 2ª pessoa (eu & ele ou eles s/ tu nem vós). Também um pronome reflexivo de 3ª pessoa o, distintivo do relativo i. Crf. latim suus e eius.
Os pronomes e os prefixos verbais são a chave da língua. Antepostos aos substantivos, os pronomes servem de possessivos. Antepostos a adjetivos, ou pospostos a substantivos e pronomes, formam os chamados verbos predicativos, dispensando o verbo "ser", que a língua tupi ignora.
O genitivo obtém-se pela simples justaposição dos dois substantivos em ordem inversa à do português: gûyrati~: "bico de pássaro"; de gûyrá "pássaro" e ti~ "bico".
O aposto, como em português, vem em segundo lugar: abá-gûyrá: "homem-pássaro"; de abá "homem" e gûyrá "pássaro".
Não há categoria de tempo gramatical ou relativo. O verbo na sua forma simples significa a ação completa ou perfeita em qualquer tempo, principalmente no passado.
Também a conjugação perifrásica realça a duração da ação verbal. Mas é o verbo auxiliar, correspondente ao nosso "estar", que vai para o gerúndio, e não o principal: anhe'éng gûitekóbo: "estou falando", lit. "falo estando".
É muito desenvolvida a linguagem afetiva. Partículas especiais exprimem os sentimentos com que a pessoa que fala acompanha a sua própria evolução; enfado, desgosto, raiva, desprezo, carinho, louvor, saudade, dúvida, interrogação, certeza, meia certeza, opinião baseada em informação de outrem, etc.
Grande número de palavras (substantivos adjetivos, verbos e preposições) leva os os prefixos t-, s- ou r-.
O genitivo obtém-se pela simples justaposição dos dois substantivos em ordem inversa à do português: gûyrati~: "bico de pássaro"; de gûyrá "pássaro" e ti~ "bico".
O aposto, como em português, vem em segundo lugar: abá-gûyrá: "homem-pássaro"; de abá "homem" e gûyrá "pássaro".
Não há categoria de tempo gramatical ou relativo. O verbo na sua forma simples significa a ação completa ou perfeita em qualquer tempo, principalmente no passado.
Também a conjugação perifrásica realça a duração da ação verbal. Mas é o verbo auxiliar, correspondente ao nosso "estar", que vai para o gerúndio, e não o principal: anhe'éng gûitekóbo: "estou falando", lit. "falo estando".
É muito desenvolvida a linguagem afetiva. Partículas especiais exprimem os sentimentos com que a pessoa que fala acompanha a sua própria evolução; enfado, desgosto, raiva, desprezo, carinho, louvor, saudade, dúvida, interrogação, certeza, meia certeza, opinião baseada em informação de outrem, etc.
Grande número de palavras (substantivos adjetivos, verbos e preposições) leva os os prefixos t-, s- ou r-.
Em princípio, pode-se dizer que t- refere-se a "gente", e s- a "coisa", isto é, tudo o que não é humano: animais, plantas, etc. Aos substantivos, t- e s- prefixam-se na função de "possuidor". Por exemplo: obá: rosto(s.) > tobá: rosto (de gente) - sobá: rosto (de coisa)
Ao contrário que muitos acreditam, não existe uma língua tupi-guarani. A língua guarani, apesar de muito se assemelhar com o tupi, tem palavras e peculiaridades distintas. O que existe é o tronco lingüístico Tupi-Guarani, que engloba, entre outras, as línguas Tupi e Guarani.
Fonte:
http://www.terrasemmal.com.br/tupi.html
http://www.terrasemmal.com.br/mais/tupi.html
Ao contrário que muitos acreditam, não existe uma língua tupi-guarani. A língua guarani, apesar de muito se assemelhar com o tupi, tem palavras e peculiaridades distintas. O que existe é o tronco lingüístico Tupi-Guarani, que engloba, entre outras, as línguas Tupi e Guarani.
Fonte:
http://www.terrasemmal.com.br/tupi.html
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