Dino Buzzati-Traverso (San Pellegrino, 16 de Outubro, 1906 - Milão, 28 de Janeiro, 1972) foi um escritor italiano, bem como jornalista do Corriere della Sera. Sua fama mundial é principalmente devido ao seu romance Il deserto dei Tartari, traduzido para português como O Deserto dos Tártaros.
Dino Buzzati nasceu no dia 16 de outubro de 1906 em San Pellegrino, Itália, próximo a Belluno, na secular vila de propriedade da família, em uma chácara de sua família. Sua mãe, veterinária, era Veneza e seu pai, professor universitário, era de uma arntiga família de Belluno. Buzzati foi o segundo dos quatros filhos do casal. Desde a mocidade os temas e as paixões do futuro escritor se manifestaram e a elas ele permaneceu fiel por toda a vida: a poesia, a música (estuda violino e piano), o desenho e a montanha, verdadeira companheira da infância. "Eu penso", diz Buzzati numa entrevista concedida em 1959, "que em todo escritor as primeiras memórias da infância são uma base fundamental. As impressões mais fortes que eu tive de criança pertencem à terra onde eu nasci, o vale do Belluno, às montanhas selvagens que o cercam e à vizinha Dolomit. Um mundo completamente nórdico, ao qual se juntou o patrimônio das recordações juvenis e a cidade de Milão, onde minha família sempre viveu no inverno." Sua temática: a fantasia, a solidão, a magia, a montanha, a música, a poesia, a espera, a morte e a eternidade.
Buzzati estudou Direito, mas começou desde cedo a trabalhar em jornal, onde fez de tudo: ilustração, reportagens, crônicas, edição. Além disso, foi correspondente do Corriere della Sera na Segunda Guerra Mundial, aos 22 anos onde permaneceria até sua morte. Entre narrativas em prosa (contos, romances, crônicas, cartas, comentários) e poesia, escreveu cerca de 40 livros. Também escreveu 16 peças de teatro e 5 libretos de ópera.
Viveu em Milão grande parte de sua vida, mas sempre que podia ia com amigos caminhar nas montanhas e todo ano voltava a Belluno e aos vales silenciosos do Monte Schiara. É esse clima de montanhas misteriosas, precipícios inacreditáveis, abismos e solidão que transparece em seus textos desde seu romance de estréia O Barnabé das montanhas de 1933. As montanhas não são só uma insistente recordação, mas também o fundo de suas histórias. Em seu livro mais famoso O deserto dos tártaros, as rochas grandiosas, os silêncios profundos e a solidão constroem a narrativa do Soldado Giovanni Drogo.
Publicado em 1940, O deserto dos tártaros (243 páginas) foi reeditado esse ano pela editora Nova Fronteira, juntamente com o romance Um amor (de 1963) e os volumes de contos Naquele Exato momento (1963) e Noites difíceis. Este último foi publicado em 1971 e traz um tom mais sarcástico, que de certa forma antecipava o seu fim, pois Buzzati já sabia do seu câncer de pâncreas (doença que o matou em 28 de janeiro de 1972).
Durante a Segunda Guerra Mundial, Buzzati serviu na África, como jornalista da Marinha italiana. Buzzati saiu como Sargento. Essa experiência serviu para que escrevesse O deserto dos tártaros antes da Segunda Guerra. Segundo o autor, o romance veio num jorro numa madrugada quando voltava do jornal.
...Caracterizado por um clima de profunda indagação filosófica, comparado desde o seu aparecimento a Kafka, trata-se de uma aguda reflexão sobre a inutilidade do poder. Mas enquanto o mundo do genial tcheco é fechado e maldito, a atmosfera idealizada por Buzzati não abstrai a possilibilidade da esperança - ainda que inútil. Ele sabe, como ninguém, fazer de sua alegoria uma verdade poética desconcertante.
O livro conta a desventura do oficial Giovanni Drogo, o qual, aos vinte anos, é nomeado, em seu primeiro posto, para o forte Bastiani, que se ergue imponente e solitário às margens abandonadas do 'deserto tártaro'. Drogo, que espera ficar ali poucos meses, aguardando uma transferência, vê a vida transcorrer sem que sua razão de ser se realize: transformar-se num soldado verdadeiro, conhecer a glória de participar de uma guerra que, tudo indica, não vai acontecer....
Mas não é só sobre o poder que Buzzati indaga. Seria simplificar muito sua obra. Há uma reflexão sobre o tempo (o que fazemos da nossa vida? Assistimos apenas o passar dos anos como se fôssemos imortais?), sobre a atitude do ser humano frente à vida, sua relação com a natureza e a sociedade. Pode-se perceber também a complexa relação homem x cidade: Drogo acaba se isolando do mundo social/urbano na rotina do forte Bastiani. Interagir e viver o ritmo da cidade torna-se impossível para quem se afasta por um tempo e vive a solidão das montanhas.
"Numa belíssima manhã de setembro Drogo, o capitão Giovanni Drogo, mais uma vez sobe a cavalo a íngreme estrada que conduz ao forte Bastiani. Teve um mês de licença, mas após vinte dias já está de volta; a cidade agora se lhe tornou completamente estranha, os velhos amigos tomaram seu caminho, ocupam posições importantes e o cumprimentam apressadamente como a um oficial qualquer" (pág. 207).
O final do livro emociona os que acompanham toda a vida de Drogo dedicada ao forte. De uma certa forma nos remete aos dias atuais em que muitos se dedicam obstinadamente a objetivos ilusórios, passam sua juventude lutando por um sonho e deixam de viver a vida verdadeiramente. Depois da leitura podemos nos questionar: o que ando fazendo da minha? Pelo quê ando lutando? Em pleno século XXI, se ainda não temos respostas, pelo menos conseguir formular mais claramente nossas perguntas...
Em 1964, casou-se com Almeria Antoniazzi, o que também marcou a realização de seu último romance, Un Amore, traduzido para o português como Um Amor, em 1963. Em 1972 morre em decorrência do câncer, após uma prolongada luta contra a doença.
Obra
Buzzati começou a escrever ficções em 1933. Em sua obra há romances, peças de teatro, peças para rádio, libretos, poesia e contos.
Escreve um livro infantil intitulado La famosa invasione degli orsi in Sicilia. Escreve um livro de comédia baseado no mito de Orfeu, Poema a fumetti.
Sua obra ocasionalmente é classificada como Realismo Mágico e alienação social. Também escreveu diversos contos com animais fantásticos tais como o bogeyman e, de sua própria criação, il colombre.
O Deserto dos Tártaros
Il deserto dei Tartari, obra máxima de Dino Buzzati, foi publicada em 1940. A experiência de quando servira no exército, antes da Segunda Guerra Mundial, serviu como base para o romance. Segundo o próprio o autor, a história veio numa madrugada quando voltava ao jornal onde trabalhava, o Corriere della Sera, de uma só vez:
"Caracterizado por um clima de profunda indagação filosófica, comparado desde o seu aparecimento a Kafka, trata-se de uma aguda reflexão sobre a inutilidade do poder. Mas enquanto o mundo do genial tcheco é fechado e maldito, a atmosfera idealizada por Buzzati não abstrai a possilibilidade da esperança - ainda que inútil. Ele sabe, como ninguém, fazer de sua alegoria uma verdade poética desconcertante. O livro conta a desventura do oficial Giovanni Drogo, o qual, aos vinte anos, é nomeado, em seu primeiro posto, para o forte Bastiani, que se ergue imponente e solitário às margens abandonadas do 'deserto tártaro'. Drogo, que espera ficar ali poucos meses, aguardando uma transferência, vê a vida transcorrer sem que sua razão de ser se realize: transformar-se num soldado verdadeiro, conhecer a glória de participar de uma guerra que, tudo indica, não vai acontecer...."
O romance se passa em torno da figura do recém oficial Giovanni Drogo que passa quase toda sua vida no Forte Bastini à espera do exército de tártaros que podem chegar a qualquer momento. O Deserto dos Tártaros, talvez um dos maiores romances italianos do século passado, constitui assim, uma meditação sobre a solidão e sobre a inexorável passagem do tempo.
Comentário de Ugo Giorgetti acerca do livro: Um homem encerrado numa fortaleza espera por uma batalha decisiva, quando os tártaros chegarem. Em meio à monotonia da vida de quartel, a pequenos incidentes inócuos, a um lento escorrer do tempo, a vida vai passando. E os tártaros nunca chegam. Os olhos agora velhos ainda espreitam através do binóculo o lugar ao longe onde um dia os tártaros deveriam surgir. A vida finalmente passa e o homem morre. Esse romance que é, na síntese de um ensaísta italiano, “o tema da vida como espera, renúncia e derrota” é uma das obras mais inquietantes do século XX.
Influências
Pode-se observar na obra de Dino Buzzati uma forte influência de toda a literatura fantástica do Século XIX. Já no século XX, a influência de Jean-Paul Sartre, Albert Camus e, princiapalmente, Franz Kafka.
Bibliografia
Prosa e Poesia
Bàrnabo delle montagne, 1933
Il segreto del bosco vecchio (O Segredo do Bosque Velho), 1935;
Il deserto dei Tartari (O Deserto dos Tártaros), 1940.
I sette messaggeri (Os Sete Mensageiros), 1942.
La famosa invasione degli orsi in Sicilia (A Famosa Invasão dos Ursos Na Sicília), 1945.
Il libro delle pipe, 1945.
Paura alla Scala, 1949.
In quel preciso momento (Naquele Exato Momento), 1950.
Il crollo della Baliverna (A Queda da Baliverna), 1957.
Sessanta racconti, 1958.
Le storie dipinte, 1958.
Esperimento di magia, 1958.
Il grande ritratto, 1960.
Egregio signore, siamo spiacenti di..., 1975.
Un amore (Um Amor), 1963.
Il capitano Pic e altre poesie, 1965.
Scusi da che parte per Piazza Duomo?, 1965.
Tre colpi alla porta, 1965.
Il colombre, 1966.
Presentazione a L'opera di Bosch, 1966.
Due poemetti, 1967.
Prefazione a R.James, 1967.
Prefazione a W:Disney, Vita e dollari di Paperon de' Paperoni, 1968.
La boutique del mistero, 1968.
Poema a fumetti, 1969.
Le notti difficili (As Noites Difíceis), 1971.
I miracoli di Val Morel, 1971.
Prefazione a Tarzan delle scimmie, 1971.
Cronache terrestri, servizi giornalistici, a cura di Domenico Porzio, 1972.
Congedo a ciglio asciutto di Buzzati, 1974.
Romanzi e racconti, 1975.
I misteri d'Italia, 1978.
Teatro, 1980.
Dino Buzzati al Giro d'Italia, 1981.
Le poesie, 1982.
180 racconti, 1984.
Il reggimento parte all'alba, 1985.
Lettere a Brambilla, 1985.
Il meglio dei racconti, 1990.
Le montagne di vetro, 1990.
Lo strano Natale di Mr. Scrooge e altre storie, 1990.
Bestiario, 1991.
Il buttafuoco, 1992.
La mia Belluno, 1992
Il borghese stregato ed altri racconti, 1994.
Teatro
Piccola passeggiata, 1942.
La rivolta contro i poveri, 1946.
Un caso clinico, 1953.
Drammatica fine di un musicista, 1955.
Sola in casa, 1958.
Una ragazza arrivò, 1958.
Le finestre, 1959.
L'orologio, 1959.
Un verme al ministero, 1960
I suggeritori, 1960.
Il mantello, 1960.
L'uomo che andrà in America, 1962
L'aumento (O aumento), 1962
La colonna infame, 1962.
Spogliarello, 1962.
La telefonista, 1964
La famosa invasione degli orsi in Sicilia (representado em Milão em 1965).
La fine del borghese, 1968.
Libreto para Música
Procedura penale, Ricordi, 1959.
Ferrovia sopraelevata, 1960.
Il mantello, Ricordi, 1960.
Battono alla porta, 1963.
Era proibito, 1963.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/
ALVES, Valéria de Oliveira. Dino Buzzati e o Deserto dos Tártaros. In http://www.sitedeliteratura.cjb.net/
http://www.releituras.com/
http://www.girovagandointrentino.it/ (foto)
Dino Buzzati nasceu no dia 16 de outubro de 1906 em San Pellegrino, Itália, próximo a Belluno, na secular vila de propriedade da família, em uma chácara de sua família. Sua mãe, veterinária, era Veneza e seu pai, professor universitário, era de uma arntiga família de Belluno. Buzzati foi o segundo dos quatros filhos do casal. Desde a mocidade os temas e as paixões do futuro escritor se manifestaram e a elas ele permaneceu fiel por toda a vida: a poesia, a música (estuda violino e piano), o desenho e a montanha, verdadeira companheira da infância. "Eu penso", diz Buzzati numa entrevista concedida em 1959, "que em todo escritor as primeiras memórias da infância são uma base fundamental. As impressões mais fortes que eu tive de criança pertencem à terra onde eu nasci, o vale do Belluno, às montanhas selvagens que o cercam e à vizinha Dolomit. Um mundo completamente nórdico, ao qual se juntou o patrimônio das recordações juvenis e a cidade de Milão, onde minha família sempre viveu no inverno." Sua temática: a fantasia, a solidão, a magia, a montanha, a música, a poesia, a espera, a morte e a eternidade.
Buzzati estudou Direito, mas começou desde cedo a trabalhar em jornal, onde fez de tudo: ilustração, reportagens, crônicas, edição. Além disso, foi correspondente do Corriere della Sera na Segunda Guerra Mundial, aos 22 anos onde permaneceria até sua morte. Entre narrativas em prosa (contos, romances, crônicas, cartas, comentários) e poesia, escreveu cerca de 40 livros. Também escreveu 16 peças de teatro e 5 libretos de ópera.
Viveu em Milão grande parte de sua vida, mas sempre que podia ia com amigos caminhar nas montanhas e todo ano voltava a Belluno e aos vales silenciosos do Monte Schiara. É esse clima de montanhas misteriosas, precipícios inacreditáveis, abismos e solidão que transparece em seus textos desde seu romance de estréia O Barnabé das montanhas de 1933. As montanhas não são só uma insistente recordação, mas também o fundo de suas histórias. Em seu livro mais famoso O deserto dos tártaros, as rochas grandiosas, os silêncios profundos e a solidão constroem a narrativa do Soldado Giovanni Drogo.
Publicado em 1940, O deserto dos tártaros (243 páginas) foi reeditado esse ano pela editora Nova Fronteira, juntamente com o romance Um amor (de 1963) e os volumes de contos Naquele Exato momento (1963) e Noites difíceis. Este último foi publicado em 1971 e traz um tom mais sarcástico, que de certa forma antecipava o seu fim, pois Buzzati já sabia do seu câncer de pâncreas (doença que o matou em 28 de janeiro de 1972).
Durante a Segunda Guerra Mundial, Buzzati serviu na África, como jornalista da Marinha italiana. Buzzati saiu como Sargento. Essa experiência serviu para que escrevesse O deserto dos tártaros antes da Segunda Guerra. Segundo o autor, o romance veio num jorro numa madrugada quando voltava do jornal.
...Caracterizado por um clima de profunda indagação filosófica, comparado desde o seu aparecimento a Kafka, trata-se de uma aguda reflexão sobre a inutilidade do poder. Mas enquanto o mundo do genial tcheco é fechado e maldito, a atmosfera idealizada por Buzzati não abstrai a possilibilidade da esperança - ainda que inútil. Ele sabe, como ninguém, fazer de sua alegoria uma verdade poética desconcertante.
O livro conta a desventura do oficial Giovanni Drogo, o qual, aos vinte anos, é nomeado, em seu primeiro posto, para o forte Bastiani, que se ergue imponente e solitário às margens abandonadas do 'deserto tártaro'. Drogo, que espera ficar ali poucos meses, aguardando uma transferência, vê a vida transcorrer sem que sua razão de ser se realize: transformar-se num soldado verdadeiro, conhecer a glória de participar de uma guerra que, tudo indica, não vai acontecer....
Mas não é só sobre o poder que Buzzati indaga. Seria simplificar muito sua obra. Há uma reflexão sobre o tempo (o que fazemos da nossa vida? Assistimos apenas o passar dos anos como se fôssemos imortais?), sobre a atitude do ser humano frente à vida, sua relação com a natureza e a sociedade. Pode-se perceber também a complexa relação homem x cidade: Drogo acaba se isolando do mundo social/urbano na rotina do forte Bastiani. Interagir e viver o ritmo da cidade torna-se impossível para quem se afasta por um tempo e vive a solidão das montanhas.
"Numa belíssima manhã de setembro Drogo, o capitão Giovanni Drogo, mais uma vez sobe a cavalo a íngreme estrada que conduz ao forte Bastiani. Teve um mês de licença, mas após vinte dias já está de volta; a cidade agora se lhe tornou completamente estranha, os velhos amigos tomaram seu caminho, ocupam posições importantes e o cumprimentam apressadamente como a um oficial qualquer" (pág. 207).
O final do livro emociona os que acompanham toda a vida de Drogo dedicada ao forte. De uma certa forma nos remete aos dias atuais em que muitos se dedicam obstinadamente a objetivos ilusórios, passam sua juventude lutando por um sonho e deixam de viver a vida verdadeiramente. Depois da leitura podemos nos questionar: o que ando fazendo da minha? Pelo quê ando lutando? Em pleno século XXI, se ainda não temos respostas, pelo menos conseguir formular mais claramente nossas perguntas...
Em 1964, casou-se com Almeria Antoniazzi, o que também marcou a realização de seu último romance, Un Amore, traduzido para o português como Um Amor, em 1963. Em 1972 morre em decorrência do câncer, após uma prolongada luta contra a doença.
Obra
Buzzati começou a escrever ficções em 1933. Em sua obra há romances, peças de teatro, peças para rádio, libretos, poesia e contos.
Escreve um livro infantil intitulado La famosa invasione degli orsi in Sicilia. Escreve um livro de comédia baseado no mito de Orfeu, Poema a fumetti.
Sua obra ocasionalmente é classificada como Realismo Mágico e alienação social. Também escreveu diversos contos com animais fantásticos tais como o bogeyman e, de sua própria criação, il colombre.
O Deserto dos Tártaros
Il deserto dei Tartari, obra máxima de Dino Buzzati, foi publicada em 1940. A experiência de quando servira no exército, antes da Segunda Guerra Mundial, serviu como base para o romance. Segundo o próprio o autor, a história veio numa madrugada quando voltava ao jornal onde trabalhava, o Corriere della Sera, de uma só vez:
"Caracterizado por um clima de profunda indagação filosófica, comparado desde o seu aparecimento a Kafka, trata-se de uma aguda reflexão sobre a inutilidade do poder. Mas enquanto o mundo do genial tcheco é fechado e maldito, a atmosfera idealizada por Buzzati não abstrai a possilibilidade da esperança - ainda que inútil. Ele sabe, como ninguém, fazer de sua alegoria uma verdade poética desconcertante. O livro conta a desventura do oficial Giovanni Drogo, o qual, aos vinte anos, é nomeado, em seu primeiro posto, para o forte Bastiani, que se ergue imponente e solitário às margens abandonadas do 'deserto tártaro'. Drogo, que espera ficar ali poucos meses, aguardando uma transferência, vê a vida transcorrer sem que sua razão de ser se realize: transformar-se num soldado verdadeiro, conhecer a glória de participar de uma guerra que, tudo indica, não vai acontecer...."
O romance se passa em torno da figura do recém oficial Giovanni Drogo que passa quase toda sua vida no Forte Bastini à espera do exército de tártaros que podem chegar a qualquer momento. O Deserto dos Tártaros, talvez um dos maiores romances italianos do século passado, constitui assim, uma meditação sobre a solidão e sobre a inexorável passagem do tempo.
Comentário de Ugo Giorgetti acerca do livro: Um homem encerrado numa fortaleza espera por uma batalha decisiva, quando os tártaros chegarem. Em meio à monotonia da vida de quartel, a pequenos incidentes inócuos, a um lento escorrer do tempo, a vida vai passando. E os tártaros nunca chegam. Os olhos agora velhos ainda espreitam através do binóculo o lugar ao longe onde um dia os tártaros deveriam surgir. A vida finalmente passa e o homem morre. Esse romance que é, na síntese de um ensaísta italiano, “o tema da vida como espera, renúncia e derrota” é uma das obras mais inquietantes do século XX.
Influências
Pode-se observar na obra de Dino Buzzati uma forte influência de toda a literatura fantástica do Século XIX. Já no século XX, a influência de Jean-Paul Sartre, Albert Camus e, princiapalmente, Franz Kafka.
Bibliografia
Prosa e Poesia
Bàrnabo delle montagne, 1933
Il segreto del bosco vecchio (O Segredo do Bosque Velho), 1935;
Il deserto dei Tartari (O Deserto dos Tártaros), 1940.
I sette messaggeri (Os Sete Mensageiros), 1942.
La famosa invasione degli orsi in Sicilia (A Famosa Invasão dos Ursos Na Sicília), 1945.
Il libro delle pipe, 1945.
Paura alla Scala, 1949.
In quel preciso momento (Naquele Exato Momento), 1950.
Il crollo della Baliverna (A Queda da Baliverna), 1957.
Sessanta racconti, 1958.
Le storie dipinte, 1958.
Esperimento di magia, 1958.
Il grande ritratto, 1960.
Egregio signore, siamo spiacenti di..., 1975.
Un amore (Um Amor), 1963.
Il capitano Pic e altre poesie, 1965.
Scusi da che parte per Piazza Duomo?, 1965.
Tre colpi alla porta, 1965.
Il colombre, 1966.
Presentazione a L'opera di Bosch, 1966.
Due poemetti, 1967.
Prefazione a R.James, 1967.
Prefazione a W:Disney, Vita e dollari di Paperon de' Paperoni, 1968.
La boutique del mistero, 1968.
Poema a fumetti, 1969.
Le notti difficili (As Noites Difíceis), 1971.
I miracoli di Val Morel, 1971.
Prefazione a Tarzan delle scimmie, 1971.
Cronache terrestri, servizi giornalistici, a cura di Domenico Porzio, 1972.
Congedo a ciglio asciutto di Buzzati, 1974.
Romanzi e racconti, 1975.
I misteri d'Italia, 1978.
Teatro, 1980.
Dino Buzzati al Giro d'Italia, 1981.
Le poesie, 1982.
180 racconti, 1984.
Il reggimento parte all'alba, 1985.
Lettere a Brambilla, 1985.
Il meglio dei racconti, 1990.
Le montagne di vetro, 1990.
Lo strano Natale di Mr. Scrooge e altre storie, 1990.
Bestiario, 1991.
Il buttafuoco, 1992.
La mia Belluno, 1992
Il borghese stregato ed altri racconti, 1994.
Teatro
Piccola passeggiata, 1942.
La rivolta contro i poveri, 1946.
Un caso clinico, 1953.
Drammatica fine di un musicista, 1955.
Sola in casa, 1958.
Una ragazza arrivò, 1958.
Le finestre, 1959.
L'orologio, 1959.
Un verme al ministero, 1960
I suggeritori, 1960.
Il mantello, 1960.
L'uomo che andrà in America, 1962
L'aumento (O aumento), 1962
La colonna infame, 1962.
Spogliarello, 1962.
La telefonista, 1964
La famosa invasione degli orsi in Sicilia (representado em Milão em 1965).
La fine del borghese, 1968.
Libreto para Música
Procedura penale, Ricordi, 1959.
Ferrovia sopraelevata, 1960.
Il mantello, Ricordi, 1960.
Battono alla porta, 1963.
Era proibito, 1963.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/
ALVES, Valéria de Oliveira. Dino Buzzati e o Deserto dos Tártaros. In http://www.sitedeliteratura.cjb.net/
http://www.releituras.com/
http://www.girovagandointrentino.it/ (foto)
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