sexta-feira, 30 de maio de 2008

Paulo V. Pinheiro (Um sempre na noite clara)

Como sempre, numa noite de fazer tremer, como se as outras não fizessem, as pessoas se unem e tramam o dia de amanhã.

Seja em oficinas, nas ruas, nos colégios, nos nos... como eu diria... nos lugares onde a gente anda... trama... pensa ou projeta a vida..., como se nesta ânsia a gente pudesse fazer que os sonhos se transformassem em vida.

A pessoa tem medo do amanhã. Como tem medo da morte e da escuridão. Tem medo mais ainda do desconhecido, da demência, do mal que não vê e que circunda a cada inalação ou baforada de um cigarro que não fuma, mas que sente a sua presença. Os crepitares do silêncio e a aurora que teima em adiar os seus raios, rasos, flácidos e... a gente se agarra a uma sobra do agora como os bêbados se agarram aos seus copos e garrafas ou coisas assim.

Fascinações de uma página, não mais. Um fascínio tal que dá angústia quando se sabe que quem escreve quer o contrário. O acordar do real pesadelo. O pesadelo de se ver a si, como se isso sempre tivesse de ser ruim. Como se isso tivesse de não ser bom.

O agora fascina e faz tremer. É onde a gente se olha de frente vê o verdadeiro tamanho que conquistou até o segundo anterior. Tal soma pode ser do maravilhoso ao esfarrapado e a maioria procura na embriaguês a celebração deste encontro. Peço perdão aos sóbrios a generalização.

O ordinário é buscar a luz como buscam as mariposas antes de morrerem. Ficam embriagadas nas luzes que não são delas e queimam suas patas e asas e quando algumas escolhem uma fogueira é um crepitar da valentia estúpida. Ébrios e heróis andam de braços dados...

Fontes:
http://paulovinheiro.blogspot.com
http://aghatadafne.loveblog.com.br (imagem)

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