Zélia Gattai (São Paulo, 2 de julho de 1916 — Salvador, 17 de maio de 2008) foi uma escritora e fotógrafa brasileira, tendo também sido expoente da militância política durante quase toda a sua longa vida, da qual partilhou cinqüenta e seis anos casada com o também escritor Jorge Amado, até a morte deste.
Filha dos imigrantes italianos Angelina e Ernesto Gattai, é a caçula de cinco irmãos. Nasceu e morou durante toda a infância na Alameda Santos, 8, no bairro Paraíso, em São Paulo.
Zélia participava, com a família, do movimento político-operário anarquista que tinha lugar entre os imigrantes italianos, espanhóis, portugueses, no início do século XX.
A família da escritora foi bastante atuante no movimento político-operário. Em 1938, o pai de Zélia chegou a ser preso pela polícia política do Estado Novo.
As lembranças desse engajamento familiar – a casa dos Gattai foi palco de fervorosos debates – inspiraram o primeiro livro da escritora: “Anarquistas, graças a Deus”. Lançada em 1979, a obra já vendeu mais de 250 mil exemplares no Brasil, ganhou versões em francês, italiano, espanhol, alemão e russo e ainda inspirou uma minissérie homônima na Rede Globo, que foi ao ar em 1984, dirigida por Walter Avancini.
Aos vinte anos, casou-se com Aldo Veiga, intelectual e militante do Partido Comunista. Graças ao círculo de amizades de Veiga, Zélia se aproximou da elite intelectual brasileira da época. Desse grupo de amigos, faziam parte os escritores Oswald de Andrade, Mario de Andrade, Rubem Braga e Vinícius de Moraes. Também ficou próxima dos artistas Lasar Segall e Tarsila do Amaral.
O casamento chegou ao fim após oito anos. Deste casamento eve um filho, Luís Carlos, nascido em São Paulo, em 1942.
A vida com Jorge Amado
Leitora entusiasta de Jorge Amado, Zélia Gattai o conheceu em 1945, quando trabalharam juntos no movimento pela anistia dos presos políticos. A união do casal deu-se poucos meses depois. A partir de então, Zélia Gattai trabalhou ao lado do marido, passando a limpo, à máquina, seus originais e o auxiliando no processo de revisão.
Em 1946, com a eleição de Jorge Amado para a Câmara Federal, o casal mudou-se para o Rio de Janeiro, onde nasceu o filho João Jorge, em 1947. Um ano depois, com o Partido Comunista declarado ilegal, Jorge Amado perdeu o mandato, e a família teve que se exilar. Em 1948, com a repressão política no país, a família se exila na Europa por cinco anos. Em Paris, Zélia Gattai fez os cursos de civilização francesa, fonética e língua francesa na Sorbonne.
No exílio, Jorge e Zélia participaram intensamente da vida cultural européia e conviveram com personalidades como Pablo Neruda, Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir e Picasso. Em Paris ainda descobre uma nova paixão: a fotografia. De 1950 a 1952, a família viveu na Checoslováquia, onde nasceu a filha Paloma. Foi neste tempo de exílio que Zélia Gattai começou a fazer fotografias, tornando-se responsável pelo registro, em imagens, de cada um dos momentos importantes da vida do escritor baiano.
O casal retornou ao Brasil em 1952 e viveu no Rio de Janeiro, na casa dos pais de Zélia, durante 11 anos. Em 1978, após 33 anos de companheirismo, Jorge e Zélia oficializaram a união.
Em 1963, a família Amado fixa residência em Salvador. E é lá que Zélia passa a se dedicar mais à literatura. Além de “Anarquistas, graças a Deus”, é autora dos livros de memórias “Um chapéu para viagem” (1982), “Senhora do baile” (1984), “Jardim de inverno” ( 1988) e “A casa do rio Vermelho” (1999). Também é escreveu os livros infantis “Pipistrelo das mil cores” (1989) e “O segredo da rua 18” (1991), em um total de 15 obras.
Sua obra é composta de nove livros de memórias, três livros infantis, uma fotobiografia e um romance. Alguns de seus livros foram traduzidos para o francês, o italiano, o espanhol, o alemão e o russo.
Anarquistas, graças a Deus foi adaptado para minissérie pela Rede Globo e Um chapéu para viagem foi adaptado para o teatro.
Prêmios e homenagens
- Prêmio Dante Alighieri (1980)
- Prêmio Revelação Literária, concedido pela Associação de Imprensa (1980)
- Diploma de Sócia Benemérita da Ordem Brasileira dos Poetas da Literatura de Cordel
- Placa “As dez mulheres mais bem sucedidas do Brasil” pela Mac Keen (1980)
- Título de Sócia Benemérita do Clube Baiano da Trova (1981)
- Título de Cidadã Honorária da Cidade de Salvador, Bahia (1984)
- Título de Cidadã Honorária da Cidade de Mirabeau (1985)
- Título no grau de Grande Oficial da Ordem do Infante Dom Henrique, concedido pelo governo português (1986)
- Diploma de Madrinha dos Trovadores, concedido pela Ordem Brasileira dos Poetas da Literatura de Cordel
- Medalha do Mérito Castro Alves, da Secretaria da Educação e Cultura do Estado da Bahia (1987)
- Diploma de Reconhecimento do Povo Carioca pelos relevantes serviços prestados à Cultura e ao Turismo, da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro;
- Prêmio Destaque do Ano (1988)
- Eleita A Mulher do Ano pelo Conselho Nacional da Mulher (1989)
- Diploma de Magnífica Amiga dos Trovadores Capixabas, Espírito Santo (1991)
- Comenda das Artes e das Letras dada pela ministra da França, Caterine Trautmann (1998)
- Comenda Maria Quitéria pela Câmara Municipal de Salvador (1999)
- Criação da Fundação de Cultura e Turismo Zélia Gattai, pela Prefeitura de Taperoá (2001).
Em 2001, foi eleita para a Academia Brasileira de Letras, para a cadeira 23, anteriormente ocupada por Jorge Amado, que teve Machado de Assis como primeiro ocupante e José de Alencar como patrono. No mesmo ano, foi eleita para a Academia de Letras da Bahia e para a Academia Ilheense de Letras. Em 2002, tomou posse nas três. É mãe de Luis Carlos, Paloma e João Jorge. É amiga de personalidades e gente simples. No lançamento do livro 'Jorge Amado: um baiano romântico e sensual, em 2002, em uma livraria de Salvador, estavam pessoas como Antonio Carlos Magalhães, Sossó, Calasans Neto, Miguel Arcanjo Prado, Auta Rosa, Bruna Lima, Antonio Imbassahy e James Amado, entre outros.
Ao lançar seu primeiro livro, Anarquistas graças a Deus, Zélia Gattai recebeu o Prêmio Paulista de Revelação Literária de 1979. No ano seguinte, recebeu o Prêmio da Associação de Imprensa, o Prêmio McKeen e o Troféu Dante Alighieri. A Secretaria de Educação do Estado da Bahia concedeu-lhe a Medalha Castro Alves, em 1987. Em 1988, recebeu o Troféu Avon, como destaque da área cultural e o Prêmio Destaque do Ano de 1988, pelo livro Jardim de inverno. O livro de memórias Chão de meninos recebeu o Prêmio Alejandro José Cabassa, da União Brasileira de Escritores, em 1994.
O casamento de Zélia Gattai e Jorge Amado durou 56 anos, até a morte do escritor, em 2001.
A história de amor de mais de meio século que viveu com Jorge Amado inspirou alguns de seus trabalhos. Caso da fotobiografia do escritor, “Reportagem incompleta” (1987), além dos livros de memórias “A casa do Rio Vermelho” (1999), “Jorge Amado - Um baiano romântico e sensual” (2002) – em parceria com os filhos João e Paloma – e “Memorial do amor” (2004).
No dia 21 de maio de 2002, a escritora passou a integrar a Academia Brasileira de Letras (ABL), ocupando a mesma cadeira que pertencia ao marido: a de número 23. O posto também já pertenceu aos escritores José de Alencar, Machado de Assis, Alfredo Pujol.
Após o falecimento do companheiro, Zélia decide abrir a casa em que viveram juntos por 21 anos e onde receberam personalidades como o escritor Pablo Neruda.
Atualmente aberta para visitação, a famosa “casa do Rio Vermelho” – onde estão as cinzas do escritor – será transformada em um museu.
Obras
Memórias
Anarquistas Graças a Deus. Rio de Janeiro: Record, 1979.
Um Chapéu para Viagem. Rio de Janeiro: Record, 1982.
Pássaros Noturnos do Abaeté, com gravuras de Calasans Neto. Salvador, 1983.
Reportagem Incompleta, com fotografias de sua autoria. 1987.
Jardim de Inverno. Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado. 1988.
Chão de Meninos. Rio de Janeiro: Record, 1992.
A Casa do Rio Vermelho. 1999.
Città di Roma, ilustrado com fotografias de época. 2000.
Códigos de Família. Rio de Janeiro: Record, 2001.
Jorge Amado: um Baiano Sensual e Romântico. Rio de Janeiro: Record, 2002.
Literatura infanto-juvenil
Pipistrelo das Mil Cores, com ilustrações de Pink Wainer. 1989.
Jonas e a Sereia, com ilustrações de Roger Mello. 2000.
Romance
O Segredo da Rua 18, ilustrado por Ricardo Leite. Rio de Janeiro: Record, 1991.
Crônica de uma Namorada. Rio de Janeiro: Record, 1995.
Fontes:
http://www.academia.org.br/
http://pt.wikipedia.org/
http://g1.globo.com/Noticias
Filha dos imigrantes italianos Angelina e Ernesto Gattai, é a caçula de cinco irmãos. Nasceu e morou durante toda a infância na Alameda Santos, 8, no bairro Paraíso, em São Paulo.
Zélia participava, com a família, do movimento político-operário anarquista que tinha lugar entre os imigrantes italianos, espanhóis, portugueses, no início do século XX.
A família da escritora foi bastante atuante no movimento político-operário. Em 1938, o pai de Zélia chegou a ser preso pela polícia política do Estado Novo.
As lembranças desse engajamento familiar – a casa dos Gattai foi palco de fervorosos debates – inspiraram o primeiro livro da escritora: “Anarquistas, graças a Deus”. Lançada em 1979, a obra já vendeu mais de 250 mil exemplares no Brasil, ganhou versões em francês, italiano, espanhol, alemão e russo e ainda inspirou uma minissérie homônima na Rede Globo, que foi ao ar em 1984, dirigida por Walter Avancini.
Aos vinte anos, casou-se com Aldo Veiga, intelectual e militante do Partido Comunista. Graças ao círculo de amizades de Veiga, Zélia se aproximou da elite intelectual brasileira da época. Desse grupo de amigos, faziam parte os escritores Oswald de Andrade, Mario de Andrade, Rubem Braga e Vinícius de Moraes. Também ficou próxima dos artistas Lasar Segall e Tarsila do Amaral.
O casamento chegou ao fim após oito anos. Deste casamento eve um filho, Luís Carlos, nascido em São Paulo, em 1942.
A vida com Jorge Amado
Leitora entusiasta de Jorge Amado, Zélia Gattai o conheceu em 1945, quando trabalharam juntos no movimento pela anistia dos presos políticos. A união do casal deu-se poucos meses depois. A partir de então, Zélia Gattai trabalhou ao lado do marido, passando a limpo, à máquina, seus originais e o auxiliando no processo de revisão.
Em 1946, com a eleição de Jorge Amado para a Câmara Federal, o casal mudou-se para o Rio de Janeiro, onde nasceu o filho João Jorge, em 1947. Um ano depois, com o Partido Comunista declarado ilegal, Jorge Amado perdeu o mandato, e a família teve que se exilar. Em 1948, com a repressão política no país, a família se exila na Europa por cinco anos. Em Paris, Zélia Gattai fez os cursos de civilização francesa, fonética e língua francesa na Sorbonne.
No exílio, Jorge e Zélia participaram intensamente da vida cultural européia e conviveram com personalidades como Pablo Neruda, Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir e Picasso. Em Paris ainda descobre uma nova paixão: a fotografia. De 1950 a 1952, a família viveu na Checoslováquia, onde nasceu a filha Paloma. Foi neste tempo de exílio que Zélia Gattai começou a fazer fotografias, tornando-se responsável pelo registro, em imagens, de cada um dos momentos importantes da vida do escritor baiano.
O casal retornou ao Brasil em 1952 e viveu no Rio de Janeiro, na casa dos pais de Zélia, durante 11 anos. Em 1978, após 33 anos de companheirismo, Jorge e Zélia oficializaram a união.
Em 1963, a família Amado fixa residência em Salvador. E é lá que Zélia passa a se dedicar mais à literatura. Além de “Anarquistas, graças a Deus”, é autora dos livros de memórias “Um chapéu para viagem” (1982), “Senhora do baile” (1984), “Jardim de inverno” ( 1988) e “A casa do rio Vermelho” (1999). Também é escreveu os livros infantis “Pipistrelo das mil cores” (1989) e “O segredo da rua 18” (1991), em um total de 15 obras.
Sua obra é composta de nove livros de memórias, três livros infantis, uma fotobiografia e um romance. Alguns de seus livros foram traduzidos para o francês, o italiano, o espanhol, o alemão e o russo.
Anarquistas, graças a Deus foi adaptado para minissérie pela Rede Globo e Um chapéu para viagem foi adaptado para o teatro.
Prêmios e homenagens
- Prêmio Dante Alighieri (1980)
- Prêmio Revelação Literária, concedido pela Associação de Imprensa (1980)
- Diploma de Sócia Benemérita da Ordem Brasileira dos Poetas da Literatura de Cordel
- Placa “As dez mulheres mais bem sucedidas do Brasil” pela Mac Keen (1980)
- Título de Sócia Benemérita do Clube Baiano da Trova (1981)
- Título de Cidadã Honorária da Cidade de Salvador, Bahia (1984)
- Título de Cidadã Honorária da Cidade de Mirabeau (1985)
- Título no grau de Grande Oficial da Ordem do Infante Dom Henrique, concedido pelo governo português (1986)
- Diploma de Madrinha dos Trovadores, concedido pela Ordem Brasileira dos Poetas da Literatura de Cordel
- Medalha do Mérito Castro Alves, da Secretaria da Educação e Cultura do Estado da Bahia (1987)
- Diploma de Reconhecimento do Povo Carioca pelos relevantes serviços prestados à Cultura e ao Turismo, da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro;
- Prêmio Destaque do Ano (1988)
- Eleita A Mulher do Ano pelo Conselho Nacional da Mulher (1989)
- Diploma de Magnífica Amiga dos Trovadores Capixabas, Espírito Santo (1991)
- Comenda das Artes e das Letras dada pela ministra da França, Caterine Trautmann (1998)
- Comenda Maria Quitéria pela Câmara Municipal de Salvador (1999)
- Criação da Fundação de Cultura e Turismo Zélia Gattai, pela Prefeitura de Taperoá (2001).
Em 2001, foi eleita para a Academia Brasileira de Letras, para a cadeira 23, anteriormente ocupada por Jorge Amado, que teve Machado de Assis como primeiro ocupante e José de Alencar como patrono. No mesmo ano, foi eleita para a Academia de Letras da Bahia e para a Academia Ilheense de Letras. Em 2002, tomou posse nas três. É mãe de Luis Carlos, Paloma e João Jorge. É amiga de personalidades e gente simples. No lançamento do livro 'Jorge Amado: um baiano romântico e sensual, em 2002, em uma livraria de Salvador, estavam pessoas como Antonio Carlos Magalhães, Sossó, Calasans Neto, Miguel Arcanjo Prado, Auta Rosa, Bruna Lima, Antonio Imbassahy e James Amado, entre outros.
Ao lançar seu primeiro livro, Anarquistas graças a Deus, Zélia Gattai recebeu o Prêmio Paulista de Revelação Literária de 1979. No ano seguinte, recebeu o Prêmio da Associação de Imprensa, o Prêmio McKeen e o Troféu Dante Alighieri. A Secretaria de Educação do Estado da Bahia concedeu-lhe a Medalha Castro Alves, em 1987. Em 1988, recebeu o Troféu Avon, como destaque da área cultural e o Prêmio Destaque do Ano de 1988, pelo livro Jardim de inverno. O livro de memórias Chão de meninos recebeu o Prêmio Alejandro José Cabassa, da União Brasileira de Escritores, em 1994.
O casamento de Zélia Gattai e Jorge Amado durou 56 anos, até a morte do escritor, em 2001.
A história de amor de mais de meio século que viveu com Jorge Amado inspirou alguns de seus trabalhos. Caso da fotobiografia do escritor, “Reportagem incompleta” (1987), além dos livros de memórias “A casa do Rio Vermelho” (1999), “Jorge Amado - Um baiano romântico e sensual” (2002) – em parceria com os filhos João e Paloma – e “Memorial do amor” (2004).
No dia 21 de maio de 2002, a escritora passou a integrar a Academia Brasileira de Letras (ABL), ocupando a mesma cadeira que pertencia ao marido: a de número 23. O posto também já pertenceu aos escritores José de Alencar, Machado de Assis, Alfredo Pujol.
Após o falecimento do companheiro, Zélia decide abrir a casa em que viveram juntos por 21 anos e onde receberam personalidades como o escritor Pablo Neruda.
Atualmente aberta para visitação, a famosa “casa do Rio Vermelho” – onde estão as cinzas do escritor – será transformada em um museu.
Obras
Memórias
Anarquistas Graças a Deus. Rio de Janeiro: Record, 1979.
Um Chapéu para Viagem. Rio de Janeiro: Record, 1982.
Pássaros Noturnos do Abaeté, com gravuras de Calasans Neto. Salvador, 1983.
Reportagem Incompleta, com fotografias de sua autoria. 1987.
Jardim de Inverno. Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado. 1988.
Chão de Meninos. Rio de Janeiro: Record, 1992.
A Casa do Rio Vermelho. 1999.
Città di Roma, ilustrado com fotografias de época. 2000.
Códigos de Família. Rio de Janeiro: Record, 2001.
Jorge Amado: um Baiano Sensual e Romântico. Rio de Janeiro: Record, 2002.
Literatura infanto-juvenil
Pipistrelo das Mil Cores, com ilustrações de Pink Wainer. 1989.
Jonas e a Sereia, com ilustrações de Roger Mello. 2000.
Romance
O Segredo da Rua 18, ilustrado por Ricardo Leite. Rio de Janeiro: Record, 1991.
Crônica de uma Namorada. Rio de Janeiro: Record, 1995.
Fontes:
http://www.academia.org.br/
http://pt.wikipedia.org/
http://g1.globo.com/Noticias
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