quinta-feira, 8 de maio de 2008

Poesias Soltas ao Vento II

Maria Petronilho
(Como flor à primavera)

Num círculo se fundem
o mar e o céu
num círculo me vejo eu
pequenina no imenso
derivando

nas gotas de orvalho
orlando os gomos fechados
singeleza que conserva
no cerne a folha e a pétala
esperando a primavera
Sol quente ao raiar da aurora
estendo meus braços na espera
de um amor que me transcenda
em mim se abra e eu contenha

Como a flor à primavera!
*****
Maria Thereza Neves
(Alamedas)

nesta orla de verdes em verdes
no silêncio dos passos-pensamentos
sozinha volto a caminhar na placidez do orvalho
na manhã que em mim desponta
no vício das cores do eterno olhar
ecos que minha alma entoa
na grama que rasga as pedras
na chuva que lava a terra
alamedas do meu sentir
nos sentidos que respira a memória
crio as minhas telas
sinfonias em aquarelas
poemas
gravados nas entranhas
que voam como pássaros
ao espaço como as folhas
livres das minhas mãos
regando outras emoções
como flechas espalhadas pelo chão .
******
Marcial Salaverry
(Chamas que chamam)

Assim são as chamas...
Pela água chamam...
E todos a Deus clamam,
e delas reclamam...
Uma floresta em chamas,
ateadas por alguém,
arde sem destino...
Um coração em chamas,
ateadas pelo amor,
arde em desatino...
***
Marcial Salaverry
(O sonho da folha)

E a folha caindo,
viu assim se esvaindo
seu sonho de ser flor,
e com sua cor,
o mundo embelezar...

Fonte:
Varandas das Estrelícias -
http://www.joaquimevonio.com
Colaboração de Douglas Lara. In
www.sorocaba.com.br/acontece

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