Dona Benedita é narrado em 3ª pessoa, versa sobre a psicologia feminina. A personagem é elaborada a partir do sentido do termo veleidade, que, no entanto, só será revelado ao leitor nas últimas linhas do conto. A personalidade fugaz da protagonista é contaminada pelo vírus da indecisão. Com breves pinceladas, à maneira de um pintor, surgem a hesitação, a volubilidade, a inconstância no eterno vai, não vai; casa, não casa; viaja, não viaja. D. Benedita é lapidada com tamanha perfeição que quase pode ser tocada, pressentida pelo leitor em suas pequenas ações.
Veleidade: esta personagem alegórica define a personalidade da protagonista: mulher de vontade fraca, hesitante, inconstante.
Missa do Galo: Conceição vai crescendo no decorrer da narrativa, assumindo a leveza das grandes personagens, a sabedoria das deusas e a essência das mulheres fatais. Torna-se envolvente, sensual, iluminada. A revelação da personagem é captada através de um flagrante de vida real - um jovem à espera da missa do galo na Corte.
É focalizado o insólito de uma situação, misto de conversa, de aconchego, de sensualidade e de insinuações. A densidade psicológica capaz de driar uma atmosfera voltada para o inusitado deve ser anotada como supremo ato da criação machadiana. A elasticidade temporal também é uma das marcas da genialidade do escritor, pois a marcação do tempo psicológico transcorre independente do tempo cronológico e o leitor se vê envolvido em um clima hipnótico que só se desfaz nas linhas finais. O conto é narrado em 1ª pessoa.
O Espelho é Inicialmente narrado em 3ª pessoa, há o relato teórico que revolve a essência humana através da investigação metafísica, antecipada no subtítulo "esboço de uma nova teoria da alma humana". Jacobina, personagem central do conto, toma a palavra e em 1ª pessoa revela como descobriu sua verdadeira essência, isto é, como reconheceu sua própria identidade ao vestir uma farda de alferes. Para reforçar a idéia das duas almas, Machado utiliza a imagem de duas metades de uma mesma laranja que constituem, em última instância, as duas almas humanas - a interior e a exterior - e a laranja, como a alma, só estará completa quando as duas metades estiverem física e metafisicamente unidas.
Sereníssima República é em 1ª pessoa, faz uma inquirição a respeito da alma exterior do homem. Através de uma alegoria política sob a forma de uma conferência, Machado discursa a respeito do homem e da sociedade que ele constrói.
Quanto ao homem, ser de múltiplas faces, cabe buscar a perfeição, tentar driblar a própria natureza. Para tanto, não importam os outros; importa, sim, seu interesse pessoal e com uma eterna malícia ele vai construindo arapucas que desembocam em um espiral crescente. E quanto a sociedade? Com, é melhor esperar com paciência... Recomenda-se a leitura cuidadosa do articulado processo político que está sendo construído, principalmente quando o narrador lança mão do recurso lingüístico que lhe permite as mais audaciosas interpretações.
O Segredo do Bonzo: Narrado em 1ª pessoa, tem como subtítulo "capítulo inédito de Fernão Mendes Pinto". Para a perfeita compreensão do texto, faz-se necessário ler a nota 25 da página 41. O conto surge da narração de um fato absurdo, mas que possui um profundo sentido: a virtude e o saber tem duas existências paralelas: uma no sujeito possuidor; outra, no espírito de quem ouve ou contempla, pois "não há espetáculo sem espectador".
Segundo o narrador, "uma coisa pode existir na opinião sem existir na realidade" e vice-versa. Por isso, "não nos cabe inculcar aos outros uma opinião que não temos, e sim a opinião de uma qualidade que não possuímos". O conto analisa a capacidade que alguns homens têm de persuadir o próximo.
Nota 25 página 41: Fernão Mendes Pinto (1510-1583) viajante e escritor português de vida bastante acidentada. No livro póstumo - Peregrinações - deixou registradas as aventuras e as observações das viagens que fez pelo Extremo Oriente. Suas narrativas foram consideradas, durante muito tempo, puras invencionices, inspirando o trocadilho Fernão, mentes? - Minto.
Entre Santos: Em 1ª pessoa, narra a experiência de um capelão que ouvir a conversa de santos da igreja que assumiram a forma humana. Entre eles estavam S. Francisco de Paula, S. João Batista e S. Francisco de Sales. A conversa girava em torno das observações que os santos faziam dos fiéis, quando eles lhes confessavam os pecado. S. Francisco de Sales tomou a palavra a relatou o caso de um homem avaro que estava perdendo a mulher, acometida de uma doença fatal.
Mas a avareza, sua própria e humana essência, não lhe permitiu prometer mais do que rezas em profusão, não conseguindo superar seu maior problema. O homem perdoa-se e escapa de suas problemáticas buscando os mais diferentes artifícios.
A Causa Secreta: É um dos melhores contos da antologia. Em 3ª pessoa, o narrador onisciente constitui uma notável caracterização psicológica em que revela, ao fazer o estudo do personagem Fortunato, o ápice do prazer que é conseguido na contemplação da desgraça alheira. O motivo do conto é explicar o verdadeiro sentido do termo sadismo.
Fonte:
http://www.vestibular1.com.br
Veleidade: esta personagem alegórica define a personalidade da protagonista: mulher de vontade fraca, hesitante, inconstante.
Missa do Galo: Conceição vai crescendo no decorrer da narrativa, assumindo a leveza das grandes personagens, a sabedoria das deusas e a essência das mulheres fatais. Torna-se envolvente, sensual, iluminada. A revelação da personagem é captada através de um flagrante de vida real - um jovem à espera da missa do galo na Corte.
É focalizado o insólito de uma situação, misto de conversa, de aconchego, de sensualidade e de insinuações. A densidade psicológica capaz de driar uma atmosfera voltada para o inusitado deve ser anotada como supremo ato da criação machadiana. A elasticidade temporal também é uma das marcas da genialidade do escritor, pois a marcação do tempo psicológico transcorre independente do tempo cronológico e o leitor se vê envolvido em um clima hipnótico que só se desfaz nas linhas finais. O conto é narrado em 1ª pessoa.
O Espelho é Inicialmente narrado em 3ª pessoa, há o relato teórico que revolve a essência humana através da investigação metafísica, antecipada no subtítulo "esboço de uma nova teoria da alma humana". Jacobina, personagem central do conto, toma a palavra e em 1ª pessoa revela como descobriu sua verdadeira essência, isto é, como reconheceu sua própria identidade ao vestir uma farda de alferes. Para reforçar a idéia das duas almas, Machado utiliza a imagem de duas metades de uma mesma laranja que constituem, em última instância, as duas almas humanas - a interior e a exterior - e a laranja, como a alma, só estará completa quando as duas metades estiverem física e metafisicamente unidas.
Sereníssima República é em 1ª pessoa, faz uma inquirição a respeito da alma exterior do homem. Através de uma alegoria política sob a forma de uma conferência, Machado discursa a respeito do homem e da sociedade que ele constrói.
Quanto ao homem, ser de múltiplas faces, cabe buscar a perfeição, tentar driblar a própria natureza. Para tanto, não importam os outros; importa, sim, seu interesse pessoal e com uma eterna malícia ele vai construindo arapucas que desembocam em um espiral crescente. E quanto a sociedade? Com, é melhor esperar com paciência... Recomenda-se a leitura cuidadosa do articulado processo político que está sendo construído, principalmente quando o narrador lança mão do recurso lingüístico que lhe permite as mais audaciosas interpretações.
O Segredo do Bonzo: Narrado em 1ª pessoa, tem como subtítulo "capítulo inédito de Fernão Mendes Pinto". Para a perfeita compreensão do texto, faz-se necessário ler a nota 25 da página 41. O conto surge da narração de um fato absurdo, mas que possui um profundo sentido: a virtude e o saber tem duas existências paralelas: uma no sujeito possuidor; outra, no espírito de quem ouve ou contempla, pois "não há espetáculo sem espectador".
Segundo o narrador, "uma coisa pode existir na opinião sem existir na realidade" e vice-versa. Por isso, "não nos cabe inculcar aos outros uma opinião que não temos, e sim a opinião de uma qualidade que não possuímos". O conto analisa a capacidade que alguns homens têm de persuadir o próximo.
Nota 25 página 41: Fernão Mendes Pinto (1510-1583) viajante e escritor português de vida bastante acidentada. No livro póstumo - Peregrinações - deixou registradas as aventuras e as observações das viagens que fez pelo Extremo Oriente. Suas narrativas foram consideradas, durante muito tempo, puras invencionices, inspirando o trocadilho Fernão, mentes? - Minto.
Entre Santos: Em 1ª pessoa, narra a experiência de um capelão que ouvir a conversa de santos da igreja que assumiram a forma humana. Entre eles estavam S. Francisco de Paula, S. João Batista e S. Francisco de Sales. A conversa girava em torno das observações que os santos faziam dos fiéis, quando eles lhes confessavam os pecado. S. Francisco de Sales tomou a palavra a relatou o caso de um homem avaro que estava perdendo a mulher, acometida de uma doença fatal.
Mas a avareza, sua própria e humana essência, não lhe permitiu prometer mais do que rezas em profusão, não conseguindo superar seu maior problema. O homem perdoa-se e escapa de suas problemáticas buscando os mais diferentes artifícios.
A Causa Secreta: É um dos melhores contos da antologia. Em 3ª pessoa, o narrador onisciente constitui uma notável caracterização psicológica em que revela, ao fazer o estudo do personagem Fortunato, o ápice do prazer que é conseguido na contemplação da desgraça alheira. O motivo do conto é explicar o verdadeiro sentido do termo sadismo.
Fonte:
http://www.vestibular1.com.br
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