segunda-feira, 25 de agosto de 2008

André Augusto Passari (Xadrez)

(id:MCCXL)

O rei come o peão
A dama desaba diante do cavalo
Um mísero cavalo!

Os bispos e as torres armam um xeque
Mas num golpe de mestre
Quem era fraco se fortalece

O rei dança com a dama
E dão-se as mãos e dão-se as bocas
Mas há o flerte daquele peão
Que conspira contra essa paixão

O rei come o peão
Mas a dama morre violentada
Por aquele maldito cavalo!

O rei jura vingança
E arquiteta uma revolução
Avança as torres, aciona os bispos
Libera os cavalos e congrega os peões

A sorte é uma mãe besta
Uma dádiva traiçoeira
Enquanto a morte, essa condessa,
Uma madrasta justiceira

- Morte ao rei negro!

Porém, no último instante
No minuto de misericórdia
Uma revelação:

- O quê?! A dama tinha um amante?!

E era justamente aquele peão
Que o rei matou sem perdão

E dizem, por maldade talvez
Que não foi o cavalo quem matou a dama
Mas sim a própria dama
Que se jogou em sua frente

De tanta dor e aflição
Que tinha no coração
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O Mago da Ironia, e notas biográficas do autor, postados em 30 de junho
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Fonte:
E-mail enviado pelo autor.

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