Não gostava de poesia. Pelo menos dizia não gostar. E dizia que não gostava porque – por fantástico que possa parecer – jamais tinha lido um poema. Na verdade, não tinha o hábito da leitura.
Um dia, porém, deparou com um livro aberto sobre a mesa de jantar da pensão. Outro hóspede o deixara ali, esquecido.
Leu a primeira frase. Achou esquisita, mas agradável. Leu a segunda. Não era má. Leu a terceira – e viu que a última palavra rimava com a palavra de fecho da primeira.
Levou um pequeno susto. Era um poema, o que estava lendo!
Hesitou. Prosseguiria na leitura?
Decidiu continuar para ver no que dava. Leu o quarto verso.
é. Era interessante.
Continuou a ler. Deliciou-se. Passou para o poema seguinte. Não é que era bom?
Foi assim que o cidadão Diogo Albuquerque Mendonça perdeu para sempre o direito de dizer que não gostava de ler poesia.
Fonte:
WANKE, Eno Teodoro. Caminhos: minicontos. 1.ed. RJ: Plaquette, 1992, p.35.
Um dia, porém, deparou com um livro aberto sobre a mesa de jantar da pensão. Outro hóspede o deixara ali, esquecido.
Leu a primeira frase. Achou esquisita, mas agradável. Leu a segunda. Não era má. Leu a terceira – e viu que a última palavra rimava com a palavra de fecho da primeira.
Levou um pequeno susto. Era um poema, o que estava lendo!
Hesitou. Prosseguiria na leitura?
Decidiu continuar para ver no que dava. Leu o quarto verso.
é. Era interessante.
Continuou a ler. Deliciou-se. Passou para o poema seguinte. Não é que era bom?
Foi assim que o cidadão Diogo Albuquerque Mendonça perdeu para sempre o direito de dizer que não gostava de ler poesia.
Fonte:
WANKE, Eno Teodoro. Caminhos: minicontos. 1.ed. RJ: Plaquette, 1992, p.35.
Imagem = CD Rom Digeratti.
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