terça-feira, 26 de maio de 2009

Dicionário do Folclore (Letra L)



LABATUT. É um monstro que tem forma humana e que vive na região do Apodi, fronteira do Ceará com o Rio Grande do Norte. É um bicho pior que o lobisomem, pior que a caipora e o cão coxo. Ele mora no fim do mundo e, todas as noites, percorre a cidade procurando o que comer. Seus pés são redondos, as mãos são compridas, os cabelos são longos e assanhados, seu corpo é cabeludo, só tem um olho na testa e seus dentes são como os do elefante. O nome do monstro é uma lembrança das violências e brutalidades do General Pedro Labatut, que esteve no Ceará (1832-1833) para combater a insurreição de Joaquim Pinto Madeira, e que terminou se rendendo com 1690 homens em armas. O monstro Labatut preferia comer as crianças por terem a carne mais mole.

LADAINHAS. São orações de Nossa Senhora, do Sagrado Coração de Jesus e de todos os Santos, rezadas durante as novenas e os terços.

LAGO ENCANTADO DO GRONGONZO. O morro do Grongonzo fica situado no município de São Bento, Pernambuco. No morro, que é arredondado, diz a lenda que aparece e desaparece, sem deixar vestígios, um grande lago que guarda, no fundo de suas águas, riquezas incalculáveis. Quem viu o lago uma vez não verá mais.

LAMA-DE-POTE. É o lodo formado nas paredes do lado de fora dos potes e das quartinhas (bilhas) de barro. Misturado com cinza e suco de limão é um remédio popular bastante usado pelas pessoas que estão com papeira (cachumba).

LAMPIÃO. Virgulino Ferreira da Silva, mais conhecido como Lampião, nasceu em Floresta do Navio, Pernambuco, no dia 4 de junho de 1898. Com três anos de escola aprendeu a ler e escrever. Antes de tornar-se assassino, com 17 anos de idade, Lampião era vaqueiro, amansador de cavalos e burros. Nas horas vagas, fazia obras de couro (selas, arreios, etc.) e tocava sanfona de oito baixos. Quando seu pai faleceu, Lampião já havia assassinado algumas pessoas e assaltado muitas fazendas e pequenas cidades. Lampião não entrou no cangaço por vingança. Conhecedor da região, Lampião sabia se esconder, em companhia de seu bando, das forças policiais de quatro Estados que andavam à sua procura, combatendo-o em batalhas das quais ele conseguia sempre escapar. Ninguém sabe quantas pessoas Lampião matou. Considerado violento, sádico, estuprador, incendiário, Lampião escreveu uma das páginas mais sangrentas da história dos sertões nordestinos. Rezava, tocava sanfona, gostava de ler e de ser fotografado, fazia versos, era temido e respeitado durante os anos que dominou o sertão. Apesar de cego de um olho (leucoma), tinha uma boa pontaria para matar os soldados que lhe davam combate. Depois de muitas lutas, cercos, fugas, Lampião foi abatido com um tiro de fuzil, na cabeça, pelo soldado Antônio Honorato da Silva, da Força Policial Alagoana, sob o comando do Capitão João Bezerra da Silva, que era pernambucano. Maria Bonita, que era sua amante e vivia no grupo, caiu morta ao seu lado, em companhia de mais nove cangaceiros. Com a morte de Lampião, a paz recomeçou a reinar nos sertões nordestinos. Veja COITEIROS, XAXADO.

LAPINHA. É o nome que o povo dá ao pastoril, sem a inclusão de danças e cantos estranhos aos assuntos natalinos, substituídos pela manjedoura, o menino Jesus, Nossa Senhora, São José e os Reis Magos com seus presentes, bem como os animais, em forma de pequenas imagens dos santos e miniatura de animais da manjedoura. Na Noite de Reis, retiradas as imagens dos santos e as estátuas dos animais, a lapinha é queimada. Veja PASTORIL e QUEIMA.

LARANJINHA. 1. Cachaça em cuja garrafa são colocados pedaços de laranja; 2. Também era, nos carnavais antigos, bolas de cera cheias de água perfumada, que eram jogadas nos foliões, também conhecida como lima-de-cheiro ou limão-de-cheiro dos carnavais cariocas. A laranjinha desapareceu depois que surgiu o lança-perfume.

LARANJO. O laranjo é como se chama, no interior da Bahia, Pernambuco e Piauí, o homem ruivo de olhos azuis. Talvez seja o resultado do casamento de brasileiros com holandeses e franceses, quando andaram pela região.

LAURA DELLA MONICA nasceu no dia 21 de novembro de 1922, na cidade de São Paulo, SP. Licenciada em Música - pelo Conservatório Dramático e Musical de São Paulo (1947), em Pedagogia – pela Faculdade de Educação e Ciências Humanas "Prof. Laerte de Carvalho" (1978) e em Educação Artística – pela Faculdade de Ciências e Letras de Araras – SP (1980), Pós-Graduação, em nível de Especialização em Percepção Musical – pela Escola Nacional de Música do Rio de Janeiro (1972), em Didática do Ensino Superior – pela Faculdade São Judas Tadeu, em Museologia – pelo Instituto de Museologia de São Paulo e Pós-Graduação em nível de Mestrado – pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (1992), Pós-Graduação em nível de Doutorado – curso de Ciências da Comunicação – Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, além de vários outros cursos, seminários e jornadas sobre Folclore, Turismo, Lazer, etc., e estágios em diversas entidades culturais, Laura Della Mônica que muito tem divulgado o Folclore brasileiro nos países que tem visitado tomando parte em congressos e seminários além de vários ensaios publicados em revistas especializadas e muitos artigos na imprensa brasileira, nos deu Folclore paulista (1965), Rosa Amarela (1967), Manual do Folclore (1976), Folclore brasileiro (1976), Acorda povo! (1988), Festas populares (1991), Folclore e taologia (1992), A influência indígena na formação cultural brasileira (1993), A influência francesa no cancioneiro infantil do Brasil (1994) e Os três santos do mês de junho (1995) e outros.

LAVAGEM-DE-IGREJA. Dizem os historiadores que a lavagem das igrejas é uma tradição que tem mais de duzentos anos e consiste na promessa que as pessoas fazem de varrer, lavar e enfeitar as igrejas. É uma tradição que vem dos tempos imperiais, quando uma princesa varria a Igreja de Petrópolis, como uma simples empregada. Em Salvador é que a tradição se mantém viva até hoje. A lavagem da Igreja do Senhor do Bonfim na quinta-feira de oitava não é de origem africana, de vez que já existia em Portugal. Quem introduziu a lavagem da igreja do Senhor do Bonfim foi um português que combateu na Guerra do Paraguai e fez uma promessa de lavar o átrio da referida igreja se voltasse vivo. Hoje, entretanto, a cerimônia se transformou numa festa tradicional.

LAVANDEIRA. É um pássaro de cor branco-creme com asas pretas, também conhecida como lavandeira de nossa senhora. Quem matar uma lavandeira ofende Nossa Senhora porque a ave ajudou a lavar as roupinhas do Menino Jesus.

LAZARINA. A lazarina é uma espingarda de carregar pela boca, usando chumbo fino e médio, muito amiga dos homens do campo que, aos domingos, saem para caçar. Seu nome teve origem em 1651, quando o milanês Lázaro Caminazzo começou a fabricar essas espingardas que ganharam seu nome.

LÉGUA-DE-BEIÇO. Para o nosso matuto, acostumado a andar a pé, todo lugar fica perto. Quando perguntado onde fica a fazenda ou sítio de um agricultor, ele, estendendo o lábio inferior, diz: - "É ali...". Acontece que o sítio ou fazenda ficam a algumas léguas de distância. Daí a expressão légua-de-beiço, geralmente léguas muito grandes, muito compridas.

LENÇO. É muito comum presentear uma pessoa com uma caixa de lenços. Mas o povo acredita que não é bom receber lenços de presente porque eles chamam lágrimas, isto é, fazem com que morra alguém da família. Quando uma pessoa recebe lenços de presente é bom dar logo outro presente à pessoa que lhe deu; assim fazendo, nada acontecerá.

LENDA. A lenda é um episódio heróico ou sentimental com elemento maravilhoso ou sobre-humano, transmitida na tradição oral popular, conservadas as quatro características do conto popular: ambigüidade, persistência, oralidade e anonimato. Muitas são as lendas existentes no Brasil e em todos os países do mundo: a lenda da Mãe-D'água, a lenda de Santo Antônio, a lenda do Barba-Ruiva.

LEONARDO ANTÔNIO DANTAS SILVA nasceu em 1945, na cidade do Recife, PE. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Católica de Pernambuco (1969), dedicou-se, desde jovem, ao jornalismo, tendo começado na revisão e posteriormente exercido as funções de redator do Jornal do Commercio (1965-1975) e do Diario de Pernambuco (1974-1988). Diretor do Departamento Estadual de Cultura (1975-1979), criador da Fundação de Cultura Cidade do Recife (1979-1983), Diretor de Assuntos Culturais da Fundarpe (1983-1987), atualmente exerce as funções de Diretor da Editora Massangana da Fundação Joaquim Nabuco. Além de produtor fonográfico e animador cultural, tem publicado inúmeros ensaios e artigos, bem como vários livros dentre os quais destacamos Bandeira de Pernambuco (1972), Recife: uma História de Quatro Séculos (1975), Pequeno Calendário Histórico-Cultural de Pernambuco (1976), Ritmos e Danças-frevo (1977), Cancioneiro Pernambucano (1978), O Piano em Pernambuco (1987), Alguns Documentos para a História da Escravidão (1988), A Imprensa e Abolição (1988), A Abolição em Pernambuco (1988), Estudos sobre a Escravidão Negra 2v. (1988), Nabuco e a República (1990) e A República em Pernambuco (1990), Blocos carnavalescos do Recife (1998) e Bandas musicais de Pernambuco (1998).

LIMÃO. O limão, com que se faz uma deliciosa limonada, muito aconselhável aos que moram nos lugares de clima quente, também afasta os malefícios. Quando a pessoa vai viajar de navio ou de avião, conduzir um limão no bolso ou na bolsa faz com que a pessoa não enjoe. O sumo do limão é um poderoso contraveneno. Na culinária, é bom espremer limão, principalmente em carne de porco. Depois de uma feijoada bem pesada, nada como um cálice de batida-de-limão, feita com água de coco, para equilibrar o estômago.

LÍNGUA. Estirar a língua em quase todos os países do mundo é um insulto. Mas no Tibet é a maneira mais educada de se saudar uma pessoa. Os meninos gostam de estirar a língua, quando estão brabos.

LITERATURA ORAL. A literatura oral é a literatura falada, como a estória, a lenda, as adivinhações, os provérbios, as parlendas, as frases-feitas, os ditos, os trava-línguas, etc., diferente da literatura escrita que compreende o romance, o conto, a crônica, a poesia, etc.

LOBISOMEM. O lobisomem é um mito universal. A imaginação do povo retrata o lobisomem assim: é um homem pálido, magro, de orelhas compridas e nariz levantado. Como é que surge o lobisomem? Nasce o lobisomem quando o filho é resultado de um incesto. É o filho que nasceu de um casal que teve sete filhas. Quando chega aos treze anos, numa terça ou quinta-feira, sai à noite e, quando encontra um lugar onde um jumento se espojou, começa o fado. Daí por diante, todas as terças e sextas-feiras, de meia-noite às duas horas, o lobisomem tem que fazer sua corrida, visitando sete cemitérios, sete partidas do mundo, sete oiteiros, sete encruzilhadas e, ao regressar ao lugar onde o jumento se esponjou, readquire a forma humana. Quem ferir o lobisomem, quebra-lhe o fado; mas a pessoa não deve se sujar com seu sangue porque, se assim acontecer, também se tornará lobisomem. Para desencantar um lobisomem basta feri-lo ou usar uma bala untada com cera de vela acesa durante três missas de domingo ou na Missa do Galo, rezada na meia-noite de Natal.

LONGUINHO. É um santo popular do Nordeste. Quando uma pessoa perde alguma coisa, faz uma promessa a São Longuinho, rezando, assim: "Meu São Longuinho, se eu achar o que eu perdi, dou três saltos, três gritos e três assobios". Achando a coisa perdida a pessoa paga a promessa feita, dando três pulos, três gritos e três assobios.

LORDE. A palavra lord em inglês significa senhor e o vocábulo se popularizou com o intercâmbio comercial do Brasil com a Inglaterra, começado em 1810. Ainda hoje o povo usa este termo quando acha que uma pessoa está alinhada, bem vestida. A pessoa está, assim, lorde.

LOURENÇO. Lourenço foi um santo que morreu queimado vivo numa grelha, por perseguição do Imperador Valeriano, em Roma, no século I I I . O povo diz que São Lourenço é o guardião dos ventos, governador dos ventos. Quando os meninos nordestinos querem soltar papagaio (pipa) e não tem vento, eles costumam gritar: - "São Lourenço, São Lourenço! Abra a porta do vento!" E o vento num instante chega, fazendo com que os papagaios ganhem as alturas.

LOUVA-A-DEUS. É um pequeno inseto também conhecido por põe-mesa. Parecido com um grilo muito magro, traz sempre as mãos postas, juntas, os joelhos dobrados e os olhos voltados para o céu, como se estivesse rezando, razão pela qual é chamado louva-a-deus.

LUA. A Lua é considerada como a mãe das plantas, presidindo seu crescimento. O povo crê que cabelo cortado em noite de Lua Nova cresce rápido e afina. Se a mulher grávida dormir banhada pela claridade da Lua, o filho nasce débil mental, aluado. É bom mostrar dinheiro à Lua Nova para que ele se multiplique, cresça. Nas noites de Lua, as mães embalam seus filhos cantando: - "A bênção, Dindinha Lua,/Me dê pão com farinha,/ Para eu dar à minha galinha,/ Que está presa na cozinha!/ Xô, galinha! Vai pra tua camarinha!". A Lua tem muito significado para as pessoas que se amam. É nas noites de Lua Cheia que são feitas as serenatas, as serestas, ao som de violões e clarinetes, quando os rapazes enaltecem a beleza da mulher amada, declarando seu amor. O cancioneiro popular é rico tendo a Lua como tema, principalmente valsas. A Lua sempre foi e continuará sendo a inspiração dos poetas, nos seus sonetos e poemas.

LUÍS DA CÂMARA CASCUDO nasceu em 1898, na cidade do Natal, RN. Começou a estudar medicina em Salvador, mas teve que desistir em virtude das dificuldades financeiras de sua família. Estreou no jornalismo aos vinte anos de idade, publicando seus primeiros artigos em A IMPRENSA, jornal de propriedade de seu pai. Concluiu o curso de Direito na Faculdade de Direito do Recife em 1928. Publicou seu primeiro livro aos vinte e três anos, Alma Patrícia, reunindo artigos sobre escritores de sua terra. Professor de Direito Internacional Público da Faculdade de Direito, e de Etnologia Geral da Faculdade de Filosofia do Natal, Cascudo foi um homem culto e simples, havendo publicado mais de cem livros e ninguém sabe quantos artigos em jornais e revistas nacionais e internacionais. Considerado por suas pesquisas, seu saber e seus trabalhos na área de sua predileção como o Papa do Folclore Brasileiro, publicou dentre outros os seguintes livros: Vaqueiros e Cantadores (1952), Geografia do Mito Brasileiro (1947), Literatura Oral (1952), Dicionário do Folclore Brasileiro (1954), Geografia do Brasil Holandês (1956), Jangada (1957), A Vaquejada Nordestina (1974), Antologia da Alimentação no Brasil (1977). Faleceu na cidade do Natal, onde viveu toda a sua vida no seio de seu povo, que ele tanto amou, em 1986.

LUMINÁRIAS. Os indígenas brasileiros descobriram o fogo friccionando, pacientemente, uma haste de madeira, seca, na cavidade de um tronco de árvore. Logo que esse atrito continuado produzia chama, fogueiras eram feitas para adorar seus deuses, moquear a carne da caça abatida, proteger a taba dos animais ferozes e iluminar suas noites. Já os colonizadores sabiam dominar o fogo e fabricavam suas luminárias de pequenas panelas de barro contendo azeite de mamona, de coco ou de baleia, com uma torcida de algodão e começaram a ser usadas no Brasil a partir do século XVI, recomendadas por Cartas Régias. O querosene só apareceu em 1850. Somente depois de 1870 é que os candeeiros passaram a iluminar as casas, e as cidades tiveram suas ruas iluminadas por lampiões. Algum tempo depois começaram a chegar da Europa bonitos candeeiros de vidro, coloridos com flores e pássaros, de diversos tamanhos, com mangas medidas por linhas, enfeitando as salas dos senhores de engenho, dos comerciantes e das famílias abastadas. Os funileiros da zona rural, aproveitando as latas de manteiga, de compotas, de óleo lubrificante e de outros produtos industrializados, começaram a fabricar seus fifós, de mesa ou de parede, ainda hoje usados nas casas humildes. As famílias ricas iluminavam suas salas com artísticos lustres de cristal a carboreto, novidade trazida para o Nordeste pelos trens da Great Western. Ainda hoje vamos encontrar no interior, durante as festas de Natal, de Ano Novo, de Reis ou da padroeira do lugar, toscos bicos de carboreto iluminando os taboleiros de confeito, mata-fome ou cocada e as toldas de sorvete raspa-raspa. Os velhos funileiros do interior, no seu artesanato, matam a saudade do tempo passado fazendo seus fifós até mesmo de lâmpadas elétricas inutilizadas.

LUNÁRIO PERPÉTUO. Durante cerca de duzentos anos o Lunário Perpétuo foi o livro mais lido do Nordeste brasileiro. Nele, as pessoas encontravam as informações mais diferentes como horóscopos, remédios populares, fazes da lua, o tempo certo de serem plantados o milho, o feijão, etc. A primeira edição do livro data de 1703, feita pela casa de Miguel Menescal, em Lisboa. Hoje o Lunário é uma preciosidade só encontrada na biblioteca dos estudiosos ou bibliófilos.

LUNDU. Conhecido também como lundum, landu, londu, o lundu foi uma música e dança trazidas pelos escravos africanos. Outros gêneros musicais surgiram do lundu, como aconteceu com a chula, o tango brasileiro e o fado. Era um bailado muito erótico.

LUZ. A luz, combatendo a escuridão noturna, afugenta os fantasmas, as almas penadas, o espírito dos mortos recentes que ainda acham que estão vivos. É crença do povo que criança pagã, mulher de resguardo, doente grave, não devem dormir no escuro. O diabo, os morcegos e as feras noturnas não gostam e têm medo da luz.

LUZIA. Santa Luzia nasceu (281) e faleceu (304) em Siracusa. Foi perseguida pelo Imperador romano Diocesano que mandou arrancar seus olhos, colocando-os numa bandeja e enviando de presente, a quem havia elogiado sua beleza. No dia de Santa Luzia, comemorado no dia 13 de dezembro, não se caça, não se pesca, não se costura. Quando cai um argueiro no olho de uma pessoa, o melhor remédio que o povo usa é recitar, esfregando o dedo no olho, dizendo as seguintes palavras: - "Corre, corre, cavaleiro,/ Vai à porta de São Pedro,/ Dizer a Santa Luzia/ Que me dê uma pontinha do lenço/ Pra tirar esse argueiro!". A Experiência de Santa Luzia, pra saber se o inverno vai ser bom, é feita da seguinte maneira: Colocam-se doze pedras de sal enfileiradas, no sereno. Cada pedra representa um mês do ano. No dia seguinte, as pedras que estiverem derretidas são os meses de chuva e as outras, que não se derreteram, são os meses secos, sem chuva. Luzia também era o nome que o povo dava ao Partido Liberal no Segundo Império, depois que Caxias derrotou a insurreição em Minas Gerais. Depois da Revolução Praieira de 1848, os liberais pernambucanos eram conhecidos por Luzias.
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O Dicionário completo pode ser obtido em http://sites.google.com/site/pavilhaoliterario/dicionario-de-folclore
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Fontes:
LÓSSIO, Rúbia. Dicionário de Folclore para Estudantes. Ed. Fundação Joaquim Nabuco
Imagem = http://www.terracapixaba.com.br/

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