quarta-feira, 13 de maio de 2009

Lima Barreto (13 Maio 1881 – 1 Novembro 1922)

Afonso Henriques De Lima Barreto nasceu em 13 maio de 1881 no Rio de Janeiro e faleceu em 1o de novembro de 1922 na mesma cidade. Iniciou os seus estudos primários com sua mãe, que era professora.

Aos 7 anos de idade, morrendo sua mãe, entra para a escola pública. Ingressa posteriormente no Liceu Popular Niteroiense, matriculando-se em seguida no Colégio Pedro II, onde se bacharelou em Ciências e Letras. Este curso foi custeado pelo Visconde de Ouro Preto, seu padrinho de batismo. Em 1903, por ocasião da loucura de seu pai, teve de abandonar a Escola Politécnica no terceiro ano, para assumir os deveres de chefe-de-família.

Foi professor particular e depois funcionário público na Diretoria do Expediente da Secretaria da Guerra, deixando estas funções em virtude da desordenada boêmia a. que se entregara, o que lhe arruinou prematuramente a saúde, tom indisfarçáveis reflexos em sua carreira literária. Colaborou assiduamente na imprensa carioca.

Candidato à Academia Brasileira de Letras, obtém apenas dois votos. De dezembro de 1919 até fevereiro do ano seguinte, Lima Barreto esteve novamente em tratamento no Hospício Nacional. Candidato ao prêmio da Academia com a "Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sã", obtém menção honrosa. Faleceu, no Rio de Janeiro, vítima de colapso cardíaco.

Escreveu:
"Recordações do Escrivão Isaías Caminha" (1909); "0 Triste Fim de Policarpo Quaresma" (1915); "Numa e a Ninfa" (1915); "Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá", (1919); "Histórias e Sonhos", (1922), etc. Deixou inéditos vários trabalhos, edição póstuma: - "Os Bruzundangas", 'Magatelas", "Mágoas e Sonhos do Povo", "Clara dos Anjos" (1948). Permanecem ainda sem editor o seu "Diário Intimo" e "Feiras e Mafuás". Suas Obras Completas foram reunidas em 17 volumes.

Para compreendermos perfeitamente a posição de Lima Barreto relativamente aos seus escritos, necessário será situá-lo dentro da história. Aos sete anos, assistiu com seu pai à assinatura da Lei Áurea e às festas populares da Abolição, retendo na memória a imagem daquela imensa multidão que aguardava a liberdade, a figura da Princesa Isabel e a visão dos carros do Imperador. Contudo, guardou uma figura triste e penosa da proclamação da República, um ano mais tarde quando seu pai foi desligado da "Tribuna Liberal", passando por sérias dificuldades.

Algum tempo depois, consegue novo emprego, graças ao Ministro da Justiça, Cesário Alvim, seu conhecido de longos anos. A partir deste episódio, compreendemos a atitude inconformista do autor de Policarpo Quaresma, com o Visconde de Ouro Preto, último baluarte do Império agonizante, e que justamente foi o autor da desgraça do pai. Lima Barreto foi amanuense do Ministério da Guerra, assíduo freqüentador de botequins, alcoólatra, com várias passagens pelo Hospício, enfim um homem fora da sociedade.

Apesar de tudo, foi o grande escritor, considerado o "romancista da Primeira República", pois reflete em seus romances os principais acontecimentos do novo regime. Penetrou fundo na ambiência de toda uma época, revelando totalmente sua mentalidade, o seu substrato social e humano. Grande maximalista, enalteceu ardorosamente a Revolução Russa de 1917. Como espiritualista, baseou sua experiência literária nas doutrinas de Taine e Brunetikre.

Lima Barreto é considerado como um dos nossos maiores ficcionistas de todos os tempos, teve uma vida frustrada, cheia de desenganos e desilusões. Criou-se em uma colônia de alienados onde seu pai era funcionário. Tentou formar-se em engenharia mas teve que desistir do curso e contentar-se com um cargo de escrevente em uma secretaria de Estado.

Escritor e jornalista não conseguiu em vida a consagração e o reconhecimento de seu valor. E consumiu-se na bebida, dipsomaníaco incorrigível, aos quarenta e poucos anos. Os contos; e romances principalmente, são que fizeram de Lima Barreto o grande escritor que ele é, pois neles estão retratados os subúrbios do Rio de Janeiro.

0 subúrbio carioca é mesmo a sua grande paisagem, que ele sentiu mesmo como poucos e como poucos descreveu. É preciso ressaltar, nele o crítico dos costumes, por vezes sarcástico e impiedoso quando retrata e Interpreta certos meios como nas páginas das "Memórias do Escrivão Isaías Caminha" e ainda no "Triste Fim de Policarpo Quaresma".

Fontes:
http://virtualbooks.terra.com.br/
http://pt.wikipedia.org/

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