sábado, 9 de maio de 2009

Adelia Maria Woellner (Cristais Poéticos)


CONQUISTA

Joguei o laço,
ajustei o nó;
apertei o espaço
e segurei o tempo.

Onde e quando
agora não existem.

Basto-me eu só,
na insistência
em viver...
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TECELÃ

Costurei palavras,
retalhos colhidos
no baú dos devaneios.

Fiz, do manto-poema
agasalho
das esperanças.
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OUTRO TEMPO

Escrevo para outro tempo.
A página é selo:
guarda, encobre, protege,
mas também é passaporte
para envio da mensagem.
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O destinatário ainda não chegou.
Escrevo para outro tempo…
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SEM TÍTULO

Ave desgarrada,
há muito vôo sozinha,
nesse espaço vazio,
em busca do ninho sonhado.

Já nem mais sei
quem sou.

Apenas descubro
que tenho por mãe a humanidade…
e o universo sabe que é meu pai.
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INVERNO

O frio
endurece os ramos,
faz encolheren
as pétalas das flores
e transforma
a superfície das águas
em fatias de cristal.
Só assim pode,
a geada,
colocar grinaldas de gelo
nas folhas de capim.
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Fontes:
http://poetasdobrasil.blogspot.com/2007/06/adlia-maria-woellner-nasceu-em-curitiba.html
– Antologia dos Acadêmicos; edição comemorativa dos 60 anos da Academia de Letras José de Alencar. SP: Scortecci, 2001.

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