domingo, 10 de maio de 2009

Josué Montello (1917 – 2006)



Josué de Souza Montello nasceu em São Luís, a 21 de agosto de 1917. faleceu na cidade do Rio de Janeiro (RJ), em 15 de março de 2006. Fez em São Luís seus estudos dos cursos fundamental e médio e colaborou em diversos jornais, a exemplo de A Tribuna, Folha do Povo e O Imparcial. Ainda estudante do Liceu Maranhense, dirigiu A Mocidade, órgão do corpo discente daquele tradicional estabelecimento de ensino.

Integrou, em 1932, o Cenáculo Graça Aranha. Em 1936 transferiu-se para Belém-PA, onde fez sua estréia em livro, com História dos homens de nossa História, de parceria com Nélio Reis. No fim desse ano mudou-se para o Rio de Janeiro. Ali participou da redação de inúmeros jornais e revistas, tornou-se técnico do MEC e publicou, em 1941, seu primeiro romance: Janelas fechadas.

Romancista, novelista, contista, teatrólogo, historiador, cronista, ensaísta, biógrafo, conferencista, professor.

Foi adido cultural do Brasil em Lima, Lisboa, Madri e Paris. Diretor da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, do Serviço Nacional de Teatro, do Museu Histórico Nacional, subchefe da Casa Civil do Presidente da República, fundador e primeiro diretor do Museu da República; autor da proposta de criação e primeiro presidente do Conselho Federal de Cultura; membro dos Conselhos Federal de Educação, Social Rural, do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, de Orientação Nacional do Livro, Consultivo do Instituto Cultural Brasil-Argentina, de Desenvolvimento do Nordeste, Estadual de Cultura do Maranhão; reitor da Universidade Federal do Maranhão; embaixador do Brasil junto à Unesco, de 1985 a 1989; presidente da Academia Brasileira de Letras, 1995-96.

Possui, entre outras, as seguintes comendas e condecorações:
Ordem do Sol (Peru);
Ordem do Infante Dom Henrique (Portugal);
Legião de Honra da França;
Ordem do Mérito Naval;
Medalha do Sesquicentenário do Arquivo do Exército;
Ordem do Mérito das Forças Armadas, da Ordem do Mérito de Brasília,
Ordem do Mérito do Grão-Pará,
Medalha Anchieta;
Medalha Cultural Alexandre de Gusmão;
Ordem Militar de Sant’Iago da Espada (Portugal);
Ordem de Andrés Bello (Venezuela);
Ordem do Congresso Nacional;
Medalha Cultural Pedro I;
Medalha Marechal Hermes;
Mérito Timbira e João Lisboa, do Estado do Maranhão;
Medalha Sousândrade do Mérito Universitário, da Universidade Federal do Maranhão;
La Ravardière, da Prefeitura de São Luís.

É catedrático honorário da Universidad Nacional Mayor de San Marcos, do Peru, e doutor Honoris Causa da Universidade Federal do Maranhão.

Pertence, entre outras instituições culturais, à Academia Brasileira de Letras, ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, ao Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, ao Instituto Histórico e Geográfico do Pará, à Academia das Ciências de Lisboa, à Academia Portuguesa de História, à Sociedade de Geografia de Lisboa.

Colaborador permanente da revista Manchete e do Jornal do Brasil, por longos períodos. No último, durante cerca de 40 anos.

Distinguido com os prêmios literários de Teatro, Romance e Ensaio da ABL; de Intelectual do Ano, da UBE; Fernando Chinaglia, da UBE/RJ, e Luís Cláudio de Souza, do Pen Club do Brasil, por Os degraus do paraíso; de Romance, da Fundação Cultural de Brasília, por Cais da sagração.

Ocupou a cadeira nº 29 da Academia Brasileira de Letras por 51 anos. Cadeira n. 31 da Academia Maranhense de Letras.

Bibliografia

Romance:
Janelas fechadas; A luz da estrela morta; Labirinto de espelhos ; A décima noite ; Os degraus do paraíso ; Cais da sagração ; Os tambores de São Luís ; Noite sobre Alcântara ; A coroa de areia ; O silêncio da confissão ; Largo do Desterro ; Aleluia ; Pedra viva ; Uma varanda sobre o silêncio ; Perto da meia-noite ; Antes que os pássaros acordem ; A última convidada ; Um beiral para os bentivis ; O camarote vazio ; O baile da despedida ; A viagem sem regresso ; Uma sombra na parede ; A mulher proibida ; Enquanto o tempo não passa

Novela:
O fio da meada ; Duas vezes perdida ; Numa véspera de Natal ; Uma tarde, outra tarde ; A indesejada aposentadoria ; Um rosto de menina e outras novelas reais

literatura infantil e juvenil
O tesouro de Dom José ; As aventuras do Calunga ; O bicho do circo ; A viagem fantástica ; A cabeça de ouro ; As três carruagens e outras histórias ; Fofão, Antena e o vira-lata inteligente ; O carrasco que era santo

Ensaio
Gonçalves Dias ; Histórias da vida literária ; O Hamlet de Antônio Nobre ; Cervantes e o moinho de vento ; Fontes tradicionais de Antônio Nobre ; Ricardo Palma, clássico da América.; Artur Azevedo e a arte do conto ; Estampas literárias ; Caminho da fonte ; A oratória atual do Brasil ; O Presidente Machado de Assis ; O conto brasileiro: de Machado de Assis a Monteiro Lobato ; Uma afinidade de Manuel Bandeira: Vicente de Carvalho ; Santos de casa ; Uma palavra depois da outra ; Un maître oublié de Sthendal ; Estante giratória ; Machado de Assis; Ruy, o parlamentar; Literatura para professores do 1º grau ; Fachada de azulejo; O tempo devolvido; Cenas e figuras da História do Brasil ; Baú de juventude ; A Academia Brasileira entre o Silogeu e o Petit Trianon ; A condição literária.

História
História dos homens de nossa história ; Os holandeses no Maranhão ; Theremin ; História da Independência do Brasil, 4v. ; Pedro I e a Independência do Brasil à luz da correspondência epistolar

história literária
Pequeno anedotário da Academia Brasileira ; Na casa dos 40 ; Anedotário geral da Academia Brasileira ; Aluísio Azevedo e a polêmica d’O Mulato ; A polêmica de Tobias Barreto com os padres do Maranhão ; O modernismo na Academia; testemunhos e documentos

Crônica:
Os bonecos indultados ; Lanterna vermelha ; Janela de mirante

Antologia
Aluísio Azevedo ; Machado de Assis ; Para conhecer melhor Gonçalves Dias ; Para conhecer melhor José de Alencar.

Teatro
Escola da saudade (comédia em 3 atos) ; O verdugo (drama em 1 ato) ; A miragem (comédia em 3 atos) ; Através do olho mágico (comédia em 3 atos) ; O anel que tu me deste (comédia em 3 atos) ; A baronesa (comédia em 3 atos) ; Alegoria das três capitais (espetáculo oficial da inauguração de Brasília); Um apartamento no céu (peça em 4 atos).

A obra romanesca de Montuello até Perto da meia-noite foi reunida em Romances e novelas, 3v. Rio de Janeiro: Nova Aguilar/INL, 1986. No volume Romances escolhidos (Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996) foram reeditados Os tambores de São Luís, Noite sobre Alcântara, A luz da estrela morta, Cais da sagração, O baile da despedida, Antes que os pássaros acordem, Aleluia e, pela primeira vez, editado A mulher proibida.

Fonte:
Academia Maranhense de Letras. http://www.academiamaranhense.org.br/

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