PRIMEIRO ENCONTRO
Noite... Sábado... Dezessete de agosto
de mil novecentos e noventa e três...
foi quando te vi pela primeira vez,
cruzando minha vida como um sol posto!
Na casa de meu peito não há mais desgosto,
Porque fugiram todas as amarguras de uma vez...
E ainda hoje sou feliz, mil vezes feliz, bem vês;
Por ter nosso encontro assim todo exposto...
Que este versinho perdure eternamente
E que o tenhas sempre vivo em tua mente,
Para num porvir o releres para nós...
E, ao fazê-lo, sussurre bem baixinho...
Que me ouvirás dizendo com carinho
Estes versinhos, com a tua voz!...
PERGUNTA VÃ
Que me vale a vida sem amor;
amor sem carinho;
carinho sem ternura;
ternura sem meiguice;
meiguice sem querer;
você em saudade;
saudade sem você?
- Nada!...
PRELÚDIO 3
Quando... No cálice de nossas bocas
(em ânsias loucas),
bebermos até a embriaguez dos nossos sentidos,
o puro vinho do amor
que o desejo oferecerá...
Com nossos corpos abraçados
num só enraizados,
nossa alma tudo esquecerá...
Então falaremos coisas sem tino
e sem nexo,
num sensual desatino
ante a volúpia do sexo...
....................................
E nosso espírito a balouçar,
será um barco sem leme, sem vela,
perdido... Em alto mar...
PRELÚDIO 6
Hoje eu soube apreciar com emoção
O feliz casal que despertou sorrindo...
A MANHÃ e o SOL!
Ambos com um misto de beleza e esplendor
Num canto primaveril de amor infindo...
Senti-me também assim,
Como eles, feliz e esplendoroso
todo cheio e orgulhoso
Com o coração a cantar em mim!...
É porque hoje... Hoje irei vê-la
Com o seu sorriso de criança
Falando-me de carinho e paixão
E de nós dois...
Sem mais receios, ou embaraços...
Hoje, serei o SOL e ela, a MANHÃ,
Feliz e envolta
Bem solta
Em meus braços!...
PRELÚDIO 7
O céu, a terra, o mar,
Tornaram-se me
tão incomuns;
tão pequeninos;
tão sem destinos,
como se tivessem perdido a cor.
Foi depois que vi
e senti,
a luz dos meus olhos
grudada nos olhos
do teu amor!...
À ESPERA...
Aqui me pego, à tua saudade, esperando
que venhas e traga ternura em teus traços...
Porém, passam-se as horas... E já desanimado
Cismo que não chegarás até meus braços
E meus anseios vão se arrastando
em tua ausência c’os meus embaraços...
Tão depressa as horas foram passando,
Que até ouço a saudade e seus passos...
Perto de mim, muita gente segue cruzando
indiferente ao anseio de que desejo ver-te
e que aos poucos estou me definhando...
Esgotou-se o tempo... Esperar-te foi em vão.
Mas a angústia louca de amanhã rever-te,
faz regressar feliz este meu coração!…
ACABOU
Fim de romance... Nossa despedida.
E os teus olhos nada revelaram...
Nem sequer um instante vacilaram,
Na hora triste da cruel partida!
Chaga imensa se abriu em minha vida
Desde o instante em que se afastaram
Nossas almas que sempre caminharam
Juntas, unidas, numa mesma lida.
Apartaram-se. Fim do nosso amor
...Melhor assim...
Sigamos, pois, esse destino enfim,
Sem queixa, lamúria, ou rancor,
Saiba, tudo farei para um dia esquecer...
...Sem sofrer...
Mas... Não! O que estou a dizer?!
Oh! Não te vás! Não me deixe meu amor!...
CHUVA E SAUDADE
Cai a chuva... É triste o dia...
A manhã é cinzenta e baça...
E eu mudo vejo a chuva fria,
A correr de leve na vidraça...
E a chuva cai... Cai e não passa...
Nem sequer a chuva estia...
Para que um pouco se desfaça,
A saudade de quem eu tanto queria!...
Qual essa vidraça, está meu rosto...
E meus olhos não querem desanuviar...
É por demais sofrido o meu desgosto...
Aumenta a chuva e com ela a minha dor...
Soluço qual criança perdida, sem cessar,
Na incerteza de ao menos rever-te amor!...
REGRESSO
Que fazes aqui?!
Mandaram-te embora
E somente agora
vens procurar
o teu ninho antigo
para te abrigar?!...
Pobre coitada!...
Por que fostes assim desprezada?...
...tamanha maldade fizeram contigo...
Mas, se vens para ficar
Com este primeiro
E verdadeiro
amigo,
Podes entrar... Venha, SAUDADE,
Fique comigo!...
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Noite... Sábado... Dezessete de agosto
de mil novecentos e noventa e três...
foi quando te vi pela primeira vez,
cruzando minha vida como um sol posto!
Na casa de meu peito não há mais desgosto,
Porque fugiram todas as amarguras de uma vez...
E ainda hoje sou feliz, mil vezes feliz, bem vês;
Por ter nosso encontro assim todo exposto...
Que este versinho perdure eternamente
E que o tenhas sempre vivo em tua mente,
Para num porvir o releres para nós...
E, ao fazê-lo, sussurre bem baixinho...
Que me ouvirás dizendo com carinho
Estes versinhos, com a tua voz!...
PERGUNTA VÃ
Que me vale a vida sem amor;
amor sem carinho;
carinho sem ternura;
ternura sem meiguice;
meiguice sem querer;
você em saudade;
saudade sem você?
- Nada!...
PRELÚDIO 3
Quando... No cálice de nossas bocas
(em ânsias loucas),
bebermos até a embriaguez dos nossos sentidos,
o puro vinho do amor
que o desejo oferecerá...
Com nossos corpos abraçados
num só enraizados,
nossa alma tudo esquecerá...
Então falaremos coisas sem tino
e sem nexo,
num sensual desatino
ante a volúpia do sexo...
....................................
E nosso espírito a balouçar,
será um barco sem leme, sem vela,
perdido... Em alto mar...
PRELÚDIO 6
Hoje eu soube apreciar com emoção
O feliz casal que despertou sorrindo...
A MANHÃ e o SOL!
Ambos com um misto de beleza e esplendor
Num canto primaveril de amor infindo...
Senti-me também assim,
Como eles, feliz e esplendoroso
todo cheio e orgulhoso
Com o coração a cantar em mim!...
É porque hoje... Hoje irei vê-la
Com o seu sorriso de criança
Falando-me de carinho e paixão
E de nós dois...
Sem mais receios, ou embaraços...
Hoje, serei o SOL e ela, a MANHÃ,
Feliz e envolta
Bem solta
Em meus braços!...
PRELÚDIO 7
O céu, a terra, o mar,
Tornaram-se me
tão incomuns;
tão pequeninos;
tão sem destinos,
como se tivessem perdido a cor.
Foi depois que vi
e senti,
a luz dos meus olhos
grudada nos olhos
do teu amor!...
À ESPERA...
Aqui me pego, à tua saudade, esperando
que venhas e traga ternura em teus traços...
Porém, passam-se as horas... E já desanimado
Cismo que não chegarás até meus braços
E meus anseios vão se arrastando
em tua ausência c’os meus embaraços...
Tão depressa as horas foram passando,
Que até ouço a saudade e seus passos...
Perto de mim, muita gente segue cruzando
indiferente ao anseio de que desejo ver-te
e que aos poucos estou me definhando...
Esgotou-se o tempo... Esperar-te foi em vão.
Mas a angústia louca de amanhã rever-te,
faz regressar feliz este meu coração!…
ACABOU
Fim de romance... Nossa despedida.
E os teus olhos nada revelaram...
Nem sequer um instante vacilaram,
Na hora triste da cruel partida!
Chaga imensa se abriu em minha vida
Desde o instante em que se afastaram
Nossas almas que sempre caminharam
Juntas, unidas, numa mesma lida.
Apartaram-se. Fim do nosso amor
...Melhor assim...
Sigamos, pois, esse destino enfim,
Sem queixa, lamúria, ou rancor,
Saiba, tudo farei para um dia esquecer...
...Sem sofrer...
Mas... Não! O que estou a dizer?!
Oh! Não te vás! Não me deixe meu amor!...
CHUVA E SAUDADE
Cai a chuva... É triste o dia...
A manhã é cinzenta e baça...
E eu mudo vejo a chuva fria,
A correr de leve na vidraça...
E a chuva cai... Cai e não passa...
Nem sequer a chuva estia...
Para que um pouco se desfaça,
A saudade de quem eu tanto queria!...
Qual essa vidraça, está meu rosto...
E meus olhos não querem desanuviar...
É por demais sofrido o meu desgosto...
Aumenta a chuva e com ela a minha dor...
Soluço qual criança perdida, sem cessar,
Na incerteza de ao menos rever-te amor!...
REGRESSO
Que fazes aqui?!
Mandaram-te embora
E somente agora
vens procurar
o teu ninho antigo
para te abrigar?!...
Pobre coitada!...
Por que fostes assim desprezada?...
...tamanha maldade fizeram contigo...
Mas, se vens para ficar
Com este primeiro
E verdadeiro
amigo,
Podes entrar... Venha, SAUDADE,
Fique comigo!...
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Aparecido Raimundo de Souza, paranaense de nascimento, reside em Vila Velha, no Espírito Santo, jornalista da Revista Isto é Gente, escritor e poeta. Possui vários livros publicados.
Fonte:
Colaboração do Autor
Fonte:
Colaboração do Autor
Imagem = Pintura do Convento, em Vila Velha
Um comentário:
Quero parabenizar o Pavilhão Literário pela beleza do blogger.
E deixar aqui meus aplausos poéticos ao Aparecido Raimundo Souza, pela grandeza de seus escritos, não o conhecia como poeta e me surpreendi, grata surpresa por sinal.
Felicidades.
Silviah
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