sábado, 3 de abril de 2010

Nilton Manoel (Haicais Tiberenses)


1
Corredias choram
as águas do Preto... enfim,
os sonhos de sempre!

2
Sem profundeza
corre o Preto atrás do Pardo...
e as palmeiras,gemem.

3
Palmeiras ao léu;
rápidas águas deslizam
na história do Preto!

4
Um grão de feijão
no úmido algodão, revela
a transformação.

5
Parede de rua...
treme e geme um cobertor
em noite sem lua.

6
Na calçada dorme
um homem... e alguém joga água;
mas o espaço é público!

7
Na forquilha da árvore
uma tanga de papel
motiva conversas!

8
Tarde ensolarada...
feliz,Zé coça o nariz.
É fim de jornada!

9
Medo que amofina;
no chão corre um escorpião...
churrasco na China!

10
Carretel de linha;
venta e a pipa voa lenta...
A tarde definha!

11
Deitado em calçada,
triste o homem resiste
a vida do nada.

12
Canta o garnisé
no terreiro... O fazendeiro,
corre e faz café.

13
Gaiolas... cem pássaros!
o passarinheiro canta
e os pássaros choram...

14
Morada do Sol...
singelo, o girassol sonha,
no belo arrebol.

15
Mirante do bosque;
um João de Barro dispensa
ajuda...trabalha!

16
Famosa morada;
o Sol joga futebol,
na sua jornada!

17
Venta! Leve é o Sol...
um menino solta pipa,
sem usar cerol!

18
Quando uma moto-serra
entra em movimento. O vento
desfolha ao relento.

19
Tristonha a palmeira
arrancada do solo,
cai sobre o guindaste!

20
Calçadas da Vila?
mata-burros,basculantes;
dane-se o pedestre.
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Fonte:
Colaboração do autor.

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