Josafá é do Rio de Janeiro
3.Lugar no Concurso de Poesia Carlos Cezar
A minha paz, a paz que eu tinha, onde transita?
Quisera tê-la a consolar minha alma aflita!
Quisera achá-la, uma vez mais, em meu viver!
Já tive dias tão alegres... tão festivos...
já fui, talvez, o mais feliz dos seres vivos...
quando não tinha um só desgosto a me abater!
A paz, saudosa de outras trilhas mais bonitas,
em que eu sorria e até zombava das desditas,
buscou, quem sabe, transitar nesses caminhos...
E eu me entristeço, vendo a paz retroceder,
porque sem paz, não há deleite nem prazer,
já que, sem ela, todos nós somos sozinhos!
Eu a imagino recolhida ao meu passado,
por desajuste à minha inércia... ao meu enfado,
em que envolvia grande parte dos meus dias...
É que a violência tomou conta da cidade
e me roubou a sensação de liberdade:
eu tive medo até das minhas companhias!
Ah! Se, de novo, eu caminhasse, como outrora,
sobre uma estrada enluarada, a qualquer hora,
sentindo a paz, que já fugiu de tantas vidas;
sorvendo o aroma que trescala a flor noturna,
sem exibir minha aparência taciturna,
de mente enferma, a imaginar balas perdidas!...
Ah! Se o Bom Deus me libertasse do meu mundo,
onde, sem paz, o ser humano, moribundo,
a cada dia mais se avilta e se desfaz!...
Como seria bela e nobre a minha vida,
se cada rua à paz servisse de avenida...
se tão somente eu transitasse em plena paz...
Por não ter paz, transito por caminho tenso
e, a cada passo, desgostoso, eu me convenço
que nunca mais verei meus dias mais risonhos!
E, numa angústia que parece não ter fim,
a paz que eu tinha até já trama contra mim,
quando incendeia o lindo bosque dos meus sonhos!...
http://caeseubt.blogspot.com.br/
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