Uma Trova de Ademar
Eu, que nunca pude tê-las...
Que é um sonho do menestrel;
sonhei enchendo de estrelas,
meu barquinho de papel!
–Ademar Macedo/RN–
Uma Trova Nacional
Desde o berço à sepultura
caminharei sem temor,
conduzindo esta ventura:
ter nascido Trovador.
–Gilson Maia/RJ–
Uma Trova Potiguar
No meu baú de lembranças
onde a rotina enterrei,
restaram minhas andanças
e os prantos que derramei...
–Rejane Costa/CE–
Uma Trova Premiada
2011 - ATRN-Natal/RN
Tema: VERTENTE - 14º Lugar
É tanta angústia, insistente,
pesar intenso e profundo,
que eu me sinto uma vertente
de toda a mágoa do mundo.
–João Costa/RJ–
...E Suas Trovas Ficaram
De tudo a perdoaria,
(coisas de quem muito amou)
- só não perdoo a saudade
que ela, maldosa, deixou...
–Aparício Fernandes/RN–
U m a P o e s i a
Um vento passa alisando
as costas da capoeira,
quase sem fazer poeira
passa só suavizando,
o sol lento, se ocultando
lambendo as costas da serra,
um bezerro afoito berra
por ser da mãe apartado;
parece um quadro pintado
das tardes de minha terra.
–Brás Ivan/PE–
Soneto do Dia
DESPEJADAS.
–Haroldo Lyra/CE–
Trocou su’alma santa e o mais sutil
traço de vida calma e intemerata,
pelo vesgo contágio da ribalta
que lhe acena com brilho mercantil.
Na luxúria, no beijo que arrebata
das entranhas da carne o gozo vil,
paga o preço que a fama discutiu
nas premissas que o vero não retrata.
E colhe entre os abraços repentinos,
os laivos dos amores clandestinos,
em cavilosas juras gotejadas,
que tão cedo lhe explodem em desenganos,
martírio desses tratos levianos:
o alto custo das ninfas despejadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário