Biblioteca Manuel Antonio Pina |
RETORNANDO...
DE UMA FESTA POÉTICA
Obrigada, Senhor, eu Te agradeço
os dias de emoção que me ofertaste;
este sol, esta luz, que não tem preço
e faz do céu azul o seu engaste;
estes campos viçosos que se estendem
numa carícia aos olhos que, cansados,
buscam repouso e o brilho reacendem
na veludosa ondulação dos prados.
Obrigada, Senhor, pela ternura
colhida em cada gesto, em cada olhar...
ficou mais bela a minha noite escura
depois do beijo suave do luar.
Obrigada, Senhor, muito obrigada,
pela doce esperança que acarinho
de que a Poesia, que me abriu a estrada,
me ajude a reencontrar este caminho!
ANSEIO
Por mais que em convulsões o mundo trema,
rumo ao caos que implacável nos atinge...
Por mais, seja negado o suave lema,
Paz e Amor, que de sangue hoje se tinge...
Por mais que o desencanto fel esprema
nas almas secas de quem já nem finge,
creio, ainda, num Deus que é Luz suprema,
e é Sol que aclara o Bem e o Mal restringe!
Mesmo envolta nas sombras da amargura,
mesmo que os dias sigam mais tristonhos
e a vida, cada vez menos segura,
fujo à incerteza que o momento traz
e, sempre vivo, a incrementar meu sonho,
eu guardo o anseio de encontrar a Paz!
A GRANDE MESTRA
Não temas que o Destino te atraiçoe
pondo pedras demais no teu caminho.
Usa as pedras que acaso ele te doe,
e, ao construir, não estarás sozinho!
Se Deus te deu a luz da inteligência
e o poder de ir e vir em liberdade,
tens o solo, a semente e, com paciência,
um dia hás de colher felicidade!
Não creias, por temor e covardia,
que só o Destino teu porvir decida!
- Destino tu constróis, a cada dia!
E a Gran Mestra da Obra é a própria Vida!
ENCANTAMENTO
Como se a luz de um palco se abrandasse
velada pelas nuances da cortina,
assim o fim-do-dia inteiro dá-se,
num cenário de encanto que fascina!
O sol, como se o leito procurasse,
reduz o ardor da audácia matutina.
Um toque de rubor colore a face
das nuvens com recatos de menina.
Volta em bando ruidoso o passaredo,
não é mais dia e não é noite ainda,
ganham mais vida os galhos do arvoredo!
A tarde se desfaz... o céu deslumbra...
e a natureza, cada vez mais linda,
mergulha, pouco a pouco, na penumbra!
CONSELHOS DE MÃE
Meu filho, a vida é dura e fere... e nos magoa...
mas, trata-a com respeito e guarda a dignidade.
Ainda que a alma inteira sem clemência doa,
não permitas que o mal altere o que é verdade!
Sonha bem alto e segue o voo do teu sonho,
sem pressa de alcança-lo e tendo-o sempre à vista!
Cada dia que passa é um dia mais risonho,
quando o amanhã promete as glórias da conquista!
“Segura a mão de Deus!” Segue o rumo sem medo.
Os caminhos, verás, se abrirão à medida
que teu passo provar firmeza e, sem segredo,
revelar o sentido e o Ideal da tua vida!
Não temas opressões nem quedas. Persevera!
Se achares que ao final o saldo não convence,
reage, continua... a vida tens à espera!
Confia em teu valor! Trabalha! Luta! E vence!
ALMA LIBERTA
Ser livre é poder falar e seguir livre depois...
A paisagem é rude! E triste pobre é o mundo
onde o sonho fenece à míngua de lugar!
Onde a Fé e a Esperança habitam caos profundo,
onde o Amor estertora, exangue a agonizar!
Olho o ventre da terra, ubérrimo, fecundo,
a pedir que a semente o venha despertar.
E vejo a fome rir... levando ao colo imundo
as vidas que roubou da indigência ou de um lar!
Clamo! Fechem-me a boca e hei de gritar! Que importa,
seja selado o vão de minha humilde porta,
ninguém há de abafar meu grito, meu lamento!
Clamo! Quebro o silêncio... o vil silêncio imposto!
- De que serve o mutismo a mascarar meu rosto,
se tenho a alma liberta e livre o pensamento!?
CÂNTICO DE FÉ
Manhã de sol, fragrante a maresia!
A vida a pedir vida, de asa ao vento...
Cada suspiro alenta o novo dia
e cada instante vale o novo alento!
O sonho espera na amplidão vazia...
E o vazio recua no momento
em que o Amor se antecipa, na alegria
de recompor os sonhos em fragmento!
Ouro jorra do azul. Rebrilha o sol.
Desdobram-se as alvuras do arrebol
e em taça cristalina a aurora dá-se!
O céu é fonte a transbordar de luz!
E, enquanto a Deus entrego a minha cruz,
eu bebo Fé nesta manhã que nasce!
SILÊNCIO
O silêncio sucede à voz da tempestade.
No silêncio do aroma, inteira dá-se a rosa,
a oferecer à vida a sua amenidade
e em silêncio a desfolha a insensatez maldosa!
Há silêncio no espaço. E densa nebulosa
guarda estrelas sem conta! A penumbra persuade
de que se oculta em véus, talvez, porque invejosa
desses sonhos de luz, de brilho e de verdade!
Se o silêncio de um beijo, ou tantos que colhemos,
em transportes de amor, em anseios supremos,
a vida transformar em pedras contra nós,
silenciemos, calando a mesquinhez do mundo,
que não entende a voz do nosso amor profundo,
nem o amargo e infeliz cansaço de dois sós!
BENDITO SEJA...
As palavras o tempo apaga e arrasta
- pétalas soltas, ao sabor do vento...
O livro é escrínio que resguarda e engasta
as jóias perenais do pensamento!
O livro é amigo silencioso. E basta
que traga em si o gérmen do talento,
para, banindo a dúvida nefasta,
mentes clarear e aos sonhos dar alento!
Bendito o livro que mantém o lume
do saber, a ajudar a erguer-se um povo
que na cultura o seu lugar assume!
Bendito seja quem imita os astros,
valorizado, a cada instante novo,
à luz de um livro, que lhe doura os rastros!
SAUDADE
Roubando idéias sensatas,
tu queimas, corróis, causticas!...
Saudade - torturas, matas!
Mando-te embora mas... ficas!
Que esta mão, que o verso escreve,
de minha alma te retire!
Saudade, a vida é tão breve,
deixa que eu, livre, respire!
VI NOS TEUS OLHOS:
A negação de tudo o que eu sonhara!
A saciedade, o tédio, a indiferença.
o desencanto, consequência clara
da estafa emocional, que o amor dispensa!
Mentiras, decepções, vi nos teus olhos,
neles tentando achar sinceridade.
Vi muita coisa boa entre os escolhos,
porém, não pude ver felicidade!
PRESENÇA
Tão feminina e triste, minha amiga,
não queiras com teu jeito amargo e doce,
instilar-nos no sangue o fel da intriga:
- basta o suplício que este adeus nos trouxe!
Nosso amor é tão grande... não periga!
Ao teste da distância, confirmou-se.
Deixa que a vida sua estrada siga...
Nossa estrada, por ora, bifurcou-se.
Terna, dizes que beijas seus cabelos...
Eu asseguro que não tenho zelos
por estares, fiel, sempre ao seu lado:
- Ora, saudade, não me fazes ciúmes!
- Ao lado dele, minha forma assumes
e, junto a mim, tens o seu rosto amado!
CÉU DE AMOR
Bastava o manto azul da fantasia
a oferecer à vida luz e cor...
Bastava uma semente de Poesia
para, de sonhos, um jardim compor!
Bastava acreditar que ainda viria
nos meus braços pulsar um grande amor.
O que nunca, meu Deus, pressentiria,
é que a vida guardasse tanta dor!
E se a angústia aceitei por companheira,
sinto, agora, feliz, por vez primeira,
a doçura de obter, sem pedir nada!
Que importam rumos que o destino assume,
se, sobre mim, há um céu que se resume
nesta glória de amar e ser amada!
1976
(in: Destino, p.64)
SÚPLICA
Dá-me, Senhor, a benção que resume
a certeza de que, crescendo aos poucos,
hei de chegar a ver o excelso lume
- privilégio dos bons, quiçá bem poucos!
Dá-me a graça de olhar, sem ter ciúme,
namorados aos pares, de amor loucos,
da saudade a esquecer o frio gume
e o coração no peito a dar-me socos!
Dá-me ver rosas, mesmo em vaso alheio,
a enfeitar este mundo, às vezes feio
- feio porque o egoísmo assim o quis!
Dá-me um punhado tenro de esperanças...
Dá-me o riso espontâneo das crianças...
- Mais nada eu peço, para ser feliz!
(in: Destino, p.98)
NOVA FRIBURGO
Loira "Princesa da Serra",
das nuvens rasgando o véu!
Indago, serás da terra
ou doce visão do céu?!
Tens glórias de velho burgo,
cobrem-te rendas e galas,
mas, sempre nova, Friburgo,
vive a beijar-te o Bengalas!
Pelas nuvens resguardada,
meio aos penhascos da Serra,
Friburgo és concha encantada,
onde a Poesia se encerra!
Tua chave, hoje, me ofertas!
Isto me faz tua irmã...
e vejo portas abertas,
nesta festiva manhã!
Em troca deste presente
que me dás, Friburgo bela,
minha alma te abro e, contente,
verás que estás dentro dela!
E quando meus olhos ponho
no céu azul, sobre ti...
Não sei, Friburgo, se é sonho...
só sei que o teu céu sorri!!!
(in: Destino, p.186-187)
Fontes:
http://www.avspe.eti.br/avspe2012/CarolinaRamos.htm
RAMOS, Carolina. Destino: poesias. SP: EditorAção, 2011
DE UMA FESTA POÉTICA
Obrigada, Senhor, eu Te agradeço
os dias de emoção que me ofertaste;
este sol, esta luz, que não tem preço
e faz do céu azul o seu engaste;
estes campos viçosos que se estendem
numa carícia aos olhos que, cansados,
buscam repouso e o brilho reacendem
na veludosa ondulação dos prados.
Obrigada, Senhor, pela ternura
colhida em cada gesto, em cada olhar...
ficou mais bela a minha noite escura
depois do beijo suave do luar.
Obrigada, Senhor, muito obrigada,
pela doce esperança que acarinho
de que a Poesia, que me abriu a estrada,
me ajude a reencontrar este caminho!
ANSEIO
Por mais que em convulsões o mundo trema,
rumo ao caos que implacável nos atinge...
Por mais, seja negado o suave lema,
Paz e Amor, que de sangue hoje se tinge...
Por mais que o desencanto fel esprema
nas almas secas de quem já nem finge,
creio, ainda, num Deus que é Luz suprema,
e é Sol que aclara o Bem e o Mal restringe!
Mesmo envolta nas sombras da amargura,
mesmo que os dias sigam mais tristonhos
e a vida, cada vez menos segura,
fujo à incerteza que o momento traz
e, sempre vivo, a incrementar meu sonho,
eu guardo o anseio de encontrar a Paz!
A GRANDE MESTRA
Não temas que o Destino te atraiçoe
pondo pedras demais no teu caminho.
Usa as pedras que acaso ele te doe,
e, ao construir, não estarás sozinho!
Se Deus te deu a luz da inteligência
e o poder de ir e vir em liberdade,
tens o solo, a semente e, com paciência,
um dia hás de colher felicidade!
Não creias, por temor e covardia,
que só o Destino teu porvir decida!
- Destino tu constróis, a cada dia!
E a Gran Mestra da Obra é a própria Vida!
ENCANTAMENTO
Como se a luz de um palco se abrandasse
velada pelas nuances da cortina,
assim o fim-do-dia inteiro dá-se,
num cenário de encanto que fascina!
O sol, como se o leito procurasse,
reduz o ardor da audácia matutina.
Um toque de rubor colore a face
das nuvens com recatos de menina.
Volta em bando ruidoso o passaredo,
não é mais dia e não é noite ainda,
ganham mais vida os galhos do arvoredo!
A tarde se desfaz... o céu deslumbra...
e a natureza, cada vez mais linda,
mergulha, pouco a pouco, na penumbra!
CONSELHOS DE MÃE
Meu filho, a vida é dura e fere... e nos magoa...
mas, trata-a com respeito e guarda a dignidade.
Ainda que a alma inteira sem clemência doa,
não permitas que o mal altere o que é verdade!
Sonha bem alto e segue o voo do teu sonho,
sem pressa de alcança-lo e tendo-o sempre à vista!
Cada dia que passa é um dia mais risonho,
quando o amanhã promete as glórias da conquista!
“Segura a mão de Deus!” Segue o rumo sem medo.
Os caminhos, verás, se abrirão à medida
que teu passo provar firmeza e, sem segredo,
revelar o sentido e o Ideal da tua vida!
Não temas opressões nem quedas. Persevera!
Se achares que ao final o saldo não convence,
reage, continua... a vida tens à espera!
Confia em teu valor! Trabalha! Luta! E vence!
ALMA LIBERTA
Ser livre é poder falar e seguir livre depois...
A paisagem é rude! E triste pobre é o mundo
onde o sonho fenece à míngua de lugar!
Onde a Fé e a Esperança habitam caos profundo,
onde o Amor estertora, exangue a agonizar!
Olho o ventre da terra, ubérrimo, fecundo,
a pedir que a semente o venha despertar.
E vejo a fome rir... levando ao colo imundo
as vidas que roubou da indigência ou de um lar!
Clamo! Fechem-me a boca e hei de gritar! Que importa,
seja selado o vão de minha humilde porta,
ninguém há de abafar meu grito, meu lamento!
Clamo! Quebro o silêncio... o vil silêncio imposto!
- De que serve o mutismo a mascarar meu rosto,
se tenho a alma liberta e livre o pensamento!?
CÂNTICO DE FÉ
Manhã de sol, fragrante a maresia!
A vida a pedir vida, de asa ao vento...
Cada suspiro alenta o novo dia
e cada instante vale o novo alento!
O sonho espera na amplidão vazia...
E o vazio recua no momento
em que o Amor se antecipa, na alegria
de recompor os sonhos em fragmento!
Ouro jorra do azul. Rebrilha o sol.
Desdobram-se as alvuras do arrebol
e em taça cristalina a aurora dá-se!
O céu é fonte a transbordar de luz!
E, enquanto a Deus entrego a minha cruz,
eu bebo Fé nesta manhã que nasce!
SILÊNCIO
O silêncio sucede à voz da tempestade.
No silêncio do aroma, inteira dá-se a rosa,
a oferecer à vida a sua amenidade
e em silêncio a desfolha a insensatez maldosa!
Há silêncio no espaço. E densa nebulosa
guarda estrelas sem conta! A penumbra persuade
de que se oculta em véus, talvez, porque invejosa
desses sonhos de luz, de brilho e de verdade!
Se o silêncio de um beijo, ou tantos que colhemos,
em transportes de amor, em anseios supremos,
a vida transformar em pedras contra nós,
silenciemos, calando a mesquinhez do mundo,
que não entende a voz do nosso amor profundo,
nem o amargo e infeliz cansaço de dois sós!
BENDITO SEJA...
As palavras o tempo apaga e arrasta
- pétalas soltas, ao sabor do vento...
O livro é escrínio que resguarda e engasta
as jóias perenais do pensamento!
O livro é amigo silencioso. E basta
que traga em si o gérmen do talento,
para, banindo a dúvida nefasta,
mentes clarear e aos sonhos dar alento!
Bendito o livro que mantém o lume
do saber, a ajudar a erguer-se um povo
que na cultura o seu lugar assume!
Bendito seja quem imita os astros,
valorizado, a cada instante novo,
à luz de um livro, que lhe doura os rastros!
SAUDADE
Roubando idéias sensatas,
tu queimas, corróis, causticas!...
Saudade - torturas, matas!
Mando-te embora mas... ficas!
Que esta mão, que o verso escreve,
de minha alma te retire!
Saudade, a vida é tão breve,
deixa que eu, livre, respire!
VI NOS TEUS OLHOS:
A negação de tudo o que eu sonhara!
A saciedade, o tédio, a indiferença.
o desencanto, consequência clara
da estafa emocional, que o amor dispensa!
Mentiras, decepções, vi nos teus olhos,
neles tentando achar sinceridade.
Vi muita coisa boa entre os escolhos,
porém, não pude ver felicidade!
PRESENÇA
Tão feminina e triste, minha amiga,
não queiras com teu jeito amargo e doce,
instilar-nos no sangue o fel da intriga:
- basta o suplício que este adeus nos trouxe!
Nosso amor é tão grande... não periga!
Ao teste da distância, confirmou-se.
Deixa que a vida sua estrada siga...
Nossa estrada, por ora, bifurcou-se.
Terna, dizes que beijas seus cabelos...
Eu asseguro que não tenho zelos
por estares, fiel, sempre ao seu lado:
- Ora, saudade, não me fazes ciúmes!
- Ao lado dele, minha forma assumes
e, junto a mim, tens o seu rosto amado!
CÉU DE AMOR
Bastava o manto azul da fantasia
a oferecer à vida luz e cor...
Bastava uma semente de Poesia
para, de sonhos, um jardim compor!
Bastava acreditar que ainda viria
nos meus braços pulsar um grande amor.
O que nunca, meu Deus, pressentiria,
é que a vida guardasse tanta dor!
E se a angústia aceitei por companheira,
sinto, agora, feliz, por vez primeira,
a doçura de obter, sem pedir nada!
Que importam rumos que o destino assume,
se, sobre mim, há um céu que se resume
nesta glória de amar e ser amada!
1976
(in: Destino, p.64)
SÚPLICA
Dá-me, Senhor, a benção que resume
a certeza de que, crescendo aos poucos,
hei de chegar a ver o excelso lume
- privilégio dos bons, quiçá bem poucos!
Dá-me a graça de olhar, sem ter ciúme,
namorados aos pares, de amor loucos,
da saudade a esquecer o frio gume
e o coração no peito a dar-me socos!
Dá-me ver rosas, mesmo em vaso alheio,
a enfeitar este mundo, às vezes feio
- feio porque o egoísmo assim o quis!
Dá-me um punhado tenro de esperanças...
Dá-me o riso espontâneo das crianças...
- Mais nada eu peço, para ser feliz!
(in: Destino, p.98)
NOVA FRIBURGO
Loira "Princesa da Serra",
das nuvens rasgando o véu!
Indago, serás da terra
ou doce visão do céu?!
Tens glórias de velho burgo,
cobrem-te rendas e galas,
mas, sempre nova, Friburgo,
vive a beijar-te o Bengalas!
Pelas nuvens resguardada,
meio aos penhascos da Serra,
Friburgo és concha encantada,
onde a Poesia se encerra!
Tua chave, hoje, me ofertas!
Isto me faz tua irmã...
e vejo portas abertas,
nesta festiva manhã!
Em troca deste presente
que me dás, Friburgo bela,
minha alma te abro e, contente,
verás que estás dentro dela!
E quando meus olhos ponho
no céu azul, sobre ti...
Não sei, Friburgo, se é sonho...
só sei que o teu céu sorri!!!
(in: Destino, p.186-187)
Fontes:
http://www.avspe.eti.br/avspe2012/CarolinaRamos.htm
RAMOS, Carolina. Destino: poesias. SP: EditorAção, 2011
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