segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Martins Fontes (1884 - 1937)


José Martins Fontes nasceu em Santos, 23 de junho de 1884 e faleceu na mesma cidade em 25 de junho de 1937. É considerado o melhor poeta de sua geração na lusofonia, e um dos dez melhores na língua portuguesa; os outros nove são Camões, Bocage, António Nobre, Guerra Junqueiro, Fernando Pessoa, Castro Alves, Olavo Bilac, Raimundo Correia e Alberto de Oliveira (o brasileiro).

Martins Fontes, o "Zezinho Fontes", nasceu na casa 4 da praça José Bonifácio, filho de Isabel Martins Fontes e do Dr. Silvério Martins Fontes. Frequentou os principais colégios de seu tempo. Em sua vida de estudante em Santos, teve como professor Tarquínio da Silva, ao qual prestou homenagem posteriormente. Mais tarde vai estudar no Rio de Janeiro.

Aos oito anos de idade, Martins Fontes publicou seus primeiros versos num jornalzinho denominado "A Metralha", dando os primeiros sinais do grande poeta que viria a ser durante sua vida, do qual foram publicados 9 números aos domingos e cujo cabeçalho em três cores era feito por seu avô, o coronel Francisco Martins dos Santos. A 1° de maio de 1892, estreia recitando um hino a Castro Alves. Com dezesseis anos, ele lê uma ode de sua autoria na inauguração do monumento comemorativo ao quarto centenário do Descobrimento do Brasil, levantado próximo à biquinha em São Vicente.

Em 1908, defendeu tese de doutorado na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, tornando-se médico sanitarista, tendo convivido com poetas como Olavo Bilac, Coelho Neto, Emílio de Meneses e outros. Depois de formado foi médico da Comissão das Obras do Alto Acre, interno da Santa Casa do Rio de Janeiro, auxiliar de Oswaldo Cruz na profilaxia urbana, médico da Santa Casa de Misericórdia de Santos, médico da Beneficência Portuguesa de Santos, inspetor sanitário em Santos e Diretor do Serviço Sanitário.

Também foi médico da Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio, da Companhia Segurança Industrial, da Companhia Brasil, da Repartição de Saneamento e da Casa de Saúde de Santos.

Durante a epidemia de gripe de 1918 tornou-se um dos beneméritos da cidade, desdobrando-se para socorrer os bairros do Macuco e Campo Grande e estendendo sua ação para a localidade de Iguape. Como médico, notabilizou-se como conferencista e foi tisiologista da Santa Casa de Misericórdia de Santos e destacado humanista, lutou junto com Oswaldo Cruz em defesa sanitária da cidade de Santos. Em seu consultório particular tratava de pessoas sem poder aquisitivo, não cobrando as consultas.

Fundou com Olavo Bilac uma agência publicitária para serviços de propaganda dos produtos brasileiros na Europa e em outros países. Em 1924 tornou-se correspondente da Academia das Ciências de Lisboa. Quando Júlio Prestes, governador do Estado de São Paulo e candidato à presidência da República, partiu em viagem para percorrer os países da Europa e EUA, Martins Fontes foi convidado para acompanhá-lo como médico da caravana. Devido ao seu trabalho como conferencista conheceu o Brasil de norte a sul, e ainda a Argentina, o Uruguai, os Estados Unidos, a França, a Inglaterra, a Espanha, a Itália e Portugal.

Colaborou literariamente com os jornais A Gazeta e o Diário Popular em São Paulo, e para o Diário de Santos e o Cidade de Santos, além de inúmeros periódicos do Rio de Janeiro e outras cidades.

Foi titular da Academia das Ciências de Lisboa e, ao longo de sua vida, recebeu os títulos de comendador da Ordem de São Tiago da Espada, Cavaleiro da Espanha, Par da Inglaterra entre outras distinções. É patrono da cadeira n.° 26 da Academia Paulista de Letras.

Morreu na cidade natal e está ali sepultado no Cemitério de Paquetá.

Sua obra literária é bastante volumosa, chegando atualmente a cinquenta e nove títulos publicados, em poesia e prosa.

Algumas publicações:
Verão. Santos, 1917.
A Dança. Santos, 1919.
O Mar. São Paulo,, 1922.
As Cidades Eternas. Santos, 1923.
O Colar Partido. Santos, 1927.
Poesias. Santos, 1928.
O Mar, A Terra e o Céu. Santos, 1929.
Canções do Meu Vergel. São Paulo, “Revista dos Tribunais”, Fevereiro de 1937.

Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Martins_Fontes

2 comentários:

Prof. Aristeu Soares de Campos disse...

O Coronel Francisco Martins dos Santos não é o avô e sim o Bisavô dele.

Jota Feldman disse...

Obrigado pela sua colaboração para consertarmos erros nos textos, sabemos que nem todos são exatos. Contudo precisaria verificar a exatidão com o Instituto Histórico e Geográfico de Santos, de onde foi obtido esta biografia, pois ele ocupava cadeira nesta instituição (https://www.ihgs.com.br/cadeiras/patronos/josemartinsfontes.html).
abraços