Abraço, linda maneira
de transmitir o calor
da bela luz verdadeira
cheia de paz e de amor!
A cabana do sertão
tem na mesa um bom café,
batata, farinha e pão...
oração e muita fé!
A cabocla Maringá,
a mais bela do sertão,
deu ao rico Paraná
nome à cidade-canção.
A esperança não se vê,
é pura imaginação...
e eu me pergunto: - Por que
sobrevive essa ilusão?
Ante aplausos da menina,
na restinga do sertão,
rolam as águas da mina,
cantado suave canção.
A paciência domina
impulsos de afobação,
clarividência que ensina
as veredas da Razão.
A tão frequente saudade,
na caminhada da vida,
retrata felicidade
de outra época vivida...
A tapera que, outro dia,
só vivia festejada,
hoje curte nostalgia...
só cantar... da passarada.
Até o fogo se consome,
quando lhe falta alimento
e, morrendo, troca o nome:
a cinza será o rebento.
A velhice, sem temores,
fala dos dias passados,
quando sempre havia flores,
amigos... e namorados.
Canta o galo no terreiro,
corre o cavalo na raia;
na mata grita o ferreiro...
as águas lambem a praia.
Consulto meu travesseiro,
a forte insônia me diz:
- Sonha, sonha, companheiro,
querendo ser bem feliz!
Criança, mimo de gente,
remetendo rara luz,
pela sua alma fluente
em que a beleza seduz.
Detesto toda maldade,
não comungo com a dor.
Meu nome é felicidade,
empunho a taça do amor.
E canta água na cascata,
tropeiro segue o caminho,
no mar desliza a fragata,
as aves dormem no ninho.
Em suave visão seleta
de bom sonho encantador,
brilham luzes ao poeta,
distribuindo paz e amor!
E na festa da colheita,
com alegria encantada,
lavrador vê, na receita,
o fruto da terra amada.
E seja ou não coincidência,
luz de vela é como a fé:
Durante a sua vivência,
queima, queima e morre em pé.
Ilumine sua estrada
praticando sempre o bem,
e torne a vida encantada...
com anjos dizendo Amém!
Memórias... um lindo achado,
para que eu possa externar
as trovas do meu agrado,
frutos do alegre pensar.
Na caminhada da vida
escuros há, e claridade...
Vencer espaços da lida
encerra felicidade.
Na grandeza do universo,
feitura do Criador,
verte a leveza do verso,
nasce a beleza da flor.
Na manjedoura, só paz...
nasce o Menino Jesus!
Quanta alegria Ele traz,
quanta fé, perdão e luz...
Na paz de Deus vivo, sim,
numa perfeita harmonia,
caminhando sempre assim,
sustentado na alegria.
Na leveza do meu sonho,
imensa felicidade!
Acordado, eu me componho...
só faltou continuidade.
No caminho, a ribanceira
impõe drástica parada;
fala bem perto a palmeira:
- Por ali tem outra estrada...
No jardim a branca palma,
de perfume tão profundo...
Beija-flor, com toda calma,
inspira... Sou rei do mundo!
Nossa terra, nossa gente,
sob o céu de puro anil,
num espaço continente,
somos o lindo Brasil!
O rico e belo pinheiro
das terras do Guairacá,
com seu porte vanguardeiro:
símbolo do Paraná!
O São Francisco de Assis
seguiu seus próprios caminhos,
teve fé e foi feliz...
amigo dos passarinhos.
O sapo, quieto, feioso,
não aparenta valor...
mas há o lado valoroso:
Mata os insetos da flor!
O tempo constante passa,
leva passagens queridas;
é fogueira com fumaça,
a corroer nossas vidas...
Ouça o murmurar das águas
e o cantar da suave brisa,
jogue fora suas mágoas
e tenha a paz por divisa.
Para uns a noite é sonho,
para outros sonho é dia.
Com sorriso, até suponho:
- Tudo é fina melodia.
Poesia é forma de escrita,
mas elaborada em verso:
Vem da inspiração do artista
e brilha em todo o Universo!
Procurei sempre o saber,
em uma escala crescente...
e a vida ensinou-me a ver
o poder de Deus presente.
Realce não pude ser
nas áreas do trovador,
mesmo assim, passo a fazer
a trova.... com muito amor!
Saudade - recordação
de uma luz que não morreu,
que mora no coração,
onde sempre ali viveu.
Seja estrela sorridente,
na maneira de viver,
e com força transcendente
faça o bem acontecer!
Sinta a ternura da paz,
a beleza que produz...
Na harmonia que se faz,
todo escuro vira luz!
Turismo, doce cultura,
irmana-se à educação,
rico evento que assegura
estreitamento e união.
Viaja, viaja, caminhando,
viandante maltrapilho,
no sol ou chuva... sonhando
ter um dia com mais brilho.
Voltar a tempo passado,
impossível... só vontade.
O que tudo foi marcado,
vislumbra-se na saudade...
Fonte:
União Brasileira dos Trovadores Seção de Porto Alegre-RS. Trovas de Vanda Fagundes Queiroz e Vidal Idony Stockler. Coleção Terra e Céu LXV. Cachoeirinha/RS: Texto Certo, 2016.
Nenhum comentário:
Postar um comentário