sábado, 10 de novembro de 2018

Zeferino Brazil (1870 - 1942) Príncipe dos Poetas Rio-Grandenses

Zeferino Antônio de Souza Brazil, filho de João Antonio de Souza e de Fausta Carolina de Souza, nasceu em 24 de abril de 1870, no distrito ribeirinho de Taquari, em Porto Grande. 

Em 1879, mudou-se para a capital provincial do Rio Grande do Sul, onde exerceu diversas funções até ingressar, em 1889, através de concurso, no funcionalismo público, como oficial do Tesouro do Estado. 

Em 1890, conheceu Celina Ribeiro Totta, com quem se casou em 1891. 

Zeferino Brazil firmou-se como cronista, romancista, dramaturgo, crítico, mas a sua marca pessoal, como artista da palavra, foi a poesia, obtendo, por isso, o epíteto “Príncipe dos poetas rio-grandenses”, devido à sua expressiva e notória sensibilidade poética: “romancista de vastos recursos, prosador imaginoso e ágil, lidador da imprensa diária, humorista fino e mordaz, orador elegante e fluente, tudo isto Zeferino Brazil conseguiu ser! O Poeta, porém, constituía o feitio integral daquele espírito cheio de harmonias e de doçuras infindas!”, conforme Augusto de Carvalho. 

Colaborou com vários jornais usando, além do nome Zeferino Brazil, vários pseudônimos, dentre eles, conforme o próprio autor: Nilo Castanheira, João Simplício, Lúcifer, Til, João da Ega, Eça de Oliveira, Brás Patife Júnior, José dos Cantinhos, Zézinho, Tic, Tac e Diabo Coxo, Celino Délio, Vasco de Montarroyos, Phoebus de Montalvão e Diávolo e Luiz Deniz. 

Membro e posteriormente Presidente de Honra da Academia Literária Sul-rio-grandense e da Academia Riograndense de Letras; 

Membro da comissão de lexicografia da Academia de Letras do Rio Grande do Sul; 

Presidente de honra do Cenáculo Literário Porto Alegrense; 

Presidente de Honra da Casa do Intelectual Brasileiro; 

Foi homenageado por um grupo de jovens de Santiago do Boqueirão, que fundou, em 02/09/1919, um grêmio denominado Grêmio Literário Zeferino Brazil, e também por um grupo de jovens de Encruzilhada, que criou, em 15/05/1942, um centro de cultura denominado Ateneu Zeferino Brazil. 

O poeta Zeferino Brazil, o príncipe dos poetas rio-grandenses, faleceu em 03 de outubro de 1942, em Porto Alegre, à margem do Guaíba, deixando a esposa, filhos, netos e bisnetos, além de uma legião de amigos que manifestaram sua dor e reconhecimento numa série de artigos publicados na imprensa local. 

Fragmento, extraído do Diário Carioca, de 04/10/1942: “Ele viveu para as letras. O cargo público que exercera mal lhe dava o pão de cada dia. Todo o seu tempo, os seus dias, os seus minutos eram voltados para as coisas do espírito. Com elas viveu e com elas morreu.”

Começou a escrever muito cedo, deixando publicadas nove obras poéticas, dois romances e um livro de crônicas, na seguinte ordem:

Alegros e surdinas (versos dos 15 anos) – 1891;
Traços cor de rosa (verso) – 1892;
Comédia da Vida – 1896-1897;
Juca, o letrado (estudo da psicologia mórbida) – 1900;
Vovó musa – 1903;
Visão do ópio – 1906;
Torre de marfim – 1910,;
Comédia da vida. Versos alegres para gente triste. 2ª série. – 1914;
O meio: psicofisiologia do alcoolismo – 1922;
Teias do luar – 1924;
Bohemia da Penna (prosa velha) – 1932;
Alma gaúcha – 1935;

Como dramaturgo, escreveu a comédia Ester, (apresentada pela Sociedade dramática de Porto Alegre, no Teatro São Pedro em 21 de julho de 1902); o drama O outro, em 1904, (também apresentada pela Sociedade Dramática) e a comédia de um ato O Homem de gênio, encenada, mas sem menção da companhia teatral. 

Fonte:
Pontífice Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

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