terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Vanice Zimerman (Poemas Escolhidos) 3


CORES NA PRAÇA

Manacás floridos fazem companhia aos bancos vazios da praça...
O colorido das flores embeleza a manhã de quem passa…
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ESCRITO NO CORAÇÃO...

Na capa do disco antigo
escreveu uma declaração de amor.
O tempo, quase apagou as palavras, a data...
Mas, no coração ainda permanece lindo o amor!
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GOTAS DE EMOÇÃO

Em cada lágrima, retratos de emoção...
Em cada retrato:
um rosto, lembranças e sonhos,
desenhados pela saudade:
nas telas pequenas  e mágicas das lágrimas…
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HÁ DIAS ASSIM...

A lembrança do seu olhar,
Do perfume permanece.
A música da última dança...
E a saudade insiste!
Há dias assim
E noites também…
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JANELAS...

Das janelas vejo as estações dos anos...
A lua e as estrelas.
Admiro as gotas de chuvas...
Folhas secas, flores...
Da janela, ouço os pássaros.
Sonho...
De uma dessas janelas vi o Amor chegar!
Janela mágica que encantou e inspirou o brilho no olhar,
Com as cores da felicidade...
Da janela do Tempo veio a despedida
E com ela, a saudade a espreitar...
Fecho a cortina e finjo que não a vejo.
A Janela da Saudade, tento fechar...
Mas ela é intensa, e mais forte que minhas mãos,
Desisto e deixo-a entrar...
Empresto da janela da Primavera, às flores.
Enfeito a saudade, que iluminada  e decidida
Desenha lembranças nas janelas do meu coração…
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NUM PISCAR DE OLHOS

Num piscar de olhos...
Um amor se conhece,
Abraços e beijos...
Num piscar de olhos,
Sonhos são desenhados,
Aquarelados.
Num piscar de olhos,
A despedida acontece.
A saudade permanece...
Refletido nas lágrimas,
Vejo seu rosto,
Num piscar de olhos...
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O DESPERTAR DA NATUREZA

Os sons da casa ao acordar...
Indicam que um novo e belo dia irá começar!

O sol que entra pela janela,
Na sala, aquece três lindos  e sonolentos gatos...

E lá fora...
Deixa as flores das floreiras, mais belas!
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O ÚLTIMO OLHAR...

Impossível foi evitá-lo...
Não havia mais como fugir, fingir sua ausência.
O último olhar se fez necessário.

A despedida de cor cinza com gosto de saudade,
Como entender e aceitar o fim do amor,
A sensação de vazio, de tempo perdido...

De um amor  que não pode ser esquecido?
Como viver sem seu olhar?
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POSES DE GATO

    Atento
Sentado
    Brincando
  Deitado
   Dormindo
     Espreguiçando...
         Lambendo a patinha.
            Gato preto em sete poses
        deixa linda e misteriosa a caneca branca: encanta!
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REFLEXOS EM MEU OLHAR...

Ao olhar-me no espelho vejo um pouco dos seus olhos...
Ainda lembro-me do dia do seu aniversário, do seu signo,
Do seu doce preferido, de como gostava do café…
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TRAÇOS DA TUA AUSÊNCIA

Tua ausência tem nome, perfume e cor.
Além de senti-la posso até desenhá-la...
Às vezes, tão real é o desenho que quase acaricio teu rosto…
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TRISTE ROTINA

O relógio na parede marca as horas e observa silencioso,
o encontro dos camponeses à mesa,
depois de um dia exaustivo de trabalho, a rotina continua,
a vida prossegue sem a esperança de um futuro mais digno...

O cômodo rústico revela as poucas posses, poucos direitos.
As roupas escuras e gastas pelo constante uso, se completam
com as mãos grandes, ideais para trabalhar a terra...
Olhares sem brilho, revelando tristeza e conformismo.

Cada personagem perdido em seu próprio mundo: como se
seus destinos estivessem traçados muito antes de nascerem.
Olhares sem brilho, refletindo almas sem vida, sem cores,
faltando-lhes vontade e coragem de mudar.

Liberdade, alegria, dignidade para os trabalhadores da terra,
só em sonhos...

* Poesia inspirada no quadro “Os Comedores de Batata”, de Vincent Van Gogh (1885)

Fonte:
Recanto das Letras da Poetisa

2 comentários:

Marli Terezinha Andrucho Boldori disse...

Excelente, parabéns a todos!
Parabéns, Vanice!

Anônimo disse...

Boa tarde Marli Baldori, muito obrigada querida. Abraços, Vanice Zimerman.