A POESIA EM NÓS
No frio de nossos dias,
o calor da tua presença
aquece!
Das nossas bocas,
palavras com veemência
e sintonia.
Tua voz rouca
e esse olhar em sorriso,
minha tristeza fenece!
Em nossos ouvidos,
uma bela sinfonia
enlouquece!
É tudo tão preciso
Nesse nosso universo,
sem ponto ou reticências.
Escrevemos os nossos versos,
sem métrica, com ou sem rimas:
é o nosso amor, fazendo poesia.
****************************************
CHUVA NO OUTONO
Nas folhas
soltas a voar,
ela demora a enxergar
que fora o vento,
e tão somente,
que levou consigo
uma lágrima de saudade
na chuva de outono.
****************************************
ESCOMBROS
Meu peito inflama
com uma chama
que me invade
de incertezas.
A cada tombo
me levanto
e organizo
meus escombros.
****************************************
MÃE NATUREZA
Da natureza, tudo se extrai...
Vida em meio a tanta devastação,
um rio de poluição se vai
e se abrupta na correnteza.
Uma mãe, no centro
dessa imensidão,
os seus filhos
jamais abandona.
Vida, vivos seres de tanta beleza,
Ela se consome em preocupação...
Observa o oceano:
ainda rico em profundeza.
****************************************
ORVALHO
O orvalho da noite
chora testemunhando
tão profunda dor,
que dói como açoite.
Doida esta, a de amor...
Um choro que
não é solitário,
ainda tenho sorte:
pelo orvalho
do choro que cai,
vem exalar seu perfume,
a flor!
****************************************
SEUS OLHOS
Os seus olhos são
como dois diamantes...
Parecem pedras preciosas,
que juntas estão
assim como nós,
na união de amantes,
nas horas gostosas
em que ficamos a sós...
E carregam um brilho
trazendo a sua beleza:
verdes e marcantes,
puros e fascinantes,
como a própria natureza.
****************************************
SOFREGUIDÃO
Ouço a voz do silêncio,
a paz que acalenta a noite,
a força do vento
que parece um açoite...
Mas, não, é a magia
da minha feliz solidão,
como um sussurro
no infinito, na imensidão
de uma saga que, juro,
não é angústia...
É vida, é sofreguidão!
****************************************
Rita Delamari, nascida Rita do Rocio Alves dos Santos é graduada 1º Sargento da Reserva na Polícia Militar do Paraná (PMPR). Começou seus escritos na adolescência. Cursou Redação Técnico-Científica com formação acadêmica em Pedagogia. A poesia se enraizou, durante o período em que seguiu a carreira militar: “meu encanto na poesia, minha centelha à posteridade.” É membro efetivo do Centro de Letras do Paraná, 2017.
Seus livros: Das pedras as flores, Ed. Íthala, 2011; Da janela do quarto, Ed. Blanche, 2015; Contornos e contrastes, Marianas Edições, 2018.
Participou de diversas antologias, dentre elas: Cronistas do Centro de Letras do Paraná (Coleção Literária de Autores Paranaenses, 2018), Histórias que vi, vivi e ouvi II (Associação Literária Lapeana, 2019) e Conexões Atlânticas IV (Ed. In-Finita Lisboa-Portugal/2019). Seu poema “Engrenagem” foi publicado em livro, com os vencedores do Concurso Literário Fazenda Rio Grande-PR/2018 (1º lugar, gênero poesia, categoria comunidade).
Fonte:
Poemas e Biografia por colaboração
Nenhum comentário:
Postar um comentário