terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Vanessa Campos Rocha (Catarata de Poesias)


PRESENTE

Em cima da mesa
de forma oval
suspira cansado
sem tempo para nada
transparente
O depósito de cinzas
de horas passadas
recém desconhecido
presente de gratidão
O cinzeiro
de vidro (bonito)
que meu amigo
me deu.

EU DUVIDO DE TUDO:

ponta da mesa
alça da bolsa
papel de chiclete
meia sem elástico
rua sem saída
avesso da roupa
trilha sonora
noite sem lua
molho de chaves
dois pontos

Eu duvido da escuridão
E também
do
não

“TAROT”

O tempo estreito
cabe no bolso direito
da calça xadrez
No outro bolso:
O louco
uma pequena página
arrancada
e que não era do fim
“A vida”


a manhã já tarde, entrou pelas beiradas do quarto
e foi se encostando nas pontas dos pés de Ana,
para que ela se lembrasse que estava viva.
ou então assim:
(o sol na ponta do dedo de ana
a ana na ponta dos pés da vida)
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