sexta-feira, 28 de maio de 2010

Vicência Jaguaribe (Tentativas frustradas)



Em frente ao monitor, espero.
Não preciso apontar o lápis
nem rasgar as folhas abortadas.
Espero. Espero e nada.
E, enquanto espero,
a vida estaciona e também espera.
Espero. Espero e nada.
Inspeciono os cabos, muitos.
Malditos cabos! Embaralhados.
Estão eles embaralhados ou
embaralhadas estão minhas idéias?
Espero. Espero e nada.
Será o provedor fora do ar
ou fora do ar estão meus pensamentos?
Espero. Espero e nada.
Pane no sistema.
Enganado por um cavalo de Tróia
... ou por um burrico da caatinga?
Talvez a pane esteja não no sistema
Mas em meus sentimentos.
Espero. Espero e nada.
Travado. Travado o mouse. Travado o teclado.
Sistema operacional corrompido
ou meu raciocínio atacado por um vírus do momento?
De repente, sem mais nem por que, quando já desistia:
- Programa não responde. Reinicie a máquina.
Finalizado o procedimento, eis que
o computador está pronto. Perfeito. Olha-me o monitor.
Está a provocar-me com seu olho imenso e leitoso.
Tento. Tento e nada.
Não adianta. A razão é mais do que simples. É simplória.
Pode-se reiniciar um programa.
Pode-se até reiniciar idéias, sentimentos,
pensamentos e raciocínio.

Mas... a vida? Pena! Não se pode reiniciar a vida.

Fontes:
Colaboração da Autora

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