Barreto Coutinho (Mãe)

Pintura de Sandra Honor (Mãe e Filho)

Eu vi minha mãe rezando
aos pés da Virgem Maria.
Era uma santa escutando
o que outra santa dizia.
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Bendita, bendita seja
a mãe, santa sem altar.
Por isso, em qualquer igreja
a gente a pode adorar.
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É como um vitral de igreja,
de minha mãe o olhar.
Por mais baixo que ele esteja,
parece no céu brilhar.
***
Farto de minhas quimeras,
quando a saudade em mim dói,
eu sinto, mãe, que tu eras
um sonho bom que se foi.
***
Neste dia em que te invoco,
mãe, invade-me a certeza
de que um dia só é pouco
para louvar-te a grandeza.
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Quando em criança eu brincava
e minha mãe me sorria,
tanto o seu olhar brilhava
que mesmo à noite era dia.
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Quando a saudade sufoca,
eu rezo, mãe, como sei:
Deus te dê rosas em troca
dos espinhos que te dei.
***
Quando eu murmuro a palavra
mãe, que é da Língua a mais bela,
sobre a minha língua lavra
toda a doçura que há nela.
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Um par luminoso arde
no céu, perpétua fogueira:
Esposa, estrela da tarde,
Mãe, astro da vida inteira.
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Fonte:
http://www.parana-online.com.br/editoria/