Ao tanger minha guitarra,
ser pobre não me importuna.
Tenho o perfil da cigarra
que é feliz sem ter fortuna.
Chega alguém...corro à janela...
mas tenha calma , emoção!
Não confunda os passos dela
com os passos da ilusão!
Depois da tua partida,
na desordem dos meus passos,
o que me prende na vida
é a memória dos teus braços…
Descem do morro, sambando,
o Conde, o Rei e a Princesa.
É o Carnaval mascarando
de sangue azul a pobreza…
Disse um "sábio" picareta
sobre um voo espacial:
- "Pra chegar noutro planeta
é só ter um mapa astral...”
Eu faço um apelo mudo
na velhice que me alcança:
– Destino, tire-me tudo
mas não me roube a esperança!
Fim do amor… mas nosso enredo
restou em minha lembrança,
como ficou em meu dedo
a marca de uma aliança…
Já fui musa no passado
e hoje só, bem que eu queria
os versos de pé quebrado
que eu desprezei certo dia…
Mágico no seu cantar,
o poeta tem na voz
a virtude de criar
mil mundos dentro de nós!
Morrem florestas, açudes
e o mundo, pobre de afeto,
perde os versos e as virtudes:
– vira selva de concreto!
Na história de tua vida
sou apenas, sem escolha,
uma sentença esquecida
no rodapé de uma folha.
Na insânia de uma paixão,
que me pega e não tem cura,
deixo de lado a razão
e dou razão à loucura!
Nas águas turvas dos rios,
os venenos poluidores
nos darão dias sombrios
de primaveras sem flores…
O destino rege as vidas
num balé, cujo andamento
lembra o das folhas caídas
dançando ao sabor do vento…
Quanto sonho se vislumbra
numa esteira, à luz de vela,
quando um amor e a penumbra
se encontram numa favela!
Quem faz poemas alcança
todo o brilho do Universo
pondo estrelas de esperança
nas rimas de cada verso!
Se um dia o céu censurar
o nosso amor, não aceito...
e a teu lado hei de encontrar
um outro céu...mais perfeito!
Sobre seda ou algodão,
na trama dos figurinos,
o Supremo Tecelão
faz desiguais os destinos.
Tem melodia tristonha
minha seresta, sei bem…
pois canto para quem sonha
nos braços de um outro alguém.
Tu chegavas e eu ouvia
o trem, em tons comoventes,
tocar canções de alegria
no teclado dos dormentes…
Vão ficando tão distantes
os carinhos do passado,
que eu nem sei se o que era antes
foi vivido...ou foi sonhado...
Velho bilhete... lembrança
de um amor que não foi meu...
Um pedido de esperança
que a vida não respondeu…
Zéfiro da tarde mansa!
por favor, sopra esta vela
e leva ao mar da esperança
minha triste caravela!
ser pobre não me importuna.
Tenho o perfil da cigarra
que é feliz sem ter fortuna.
Chega alguém...corro à janela...
mas tenha calma , emoção!
Não confunda os passos dela
com os passos da ilusão!
Depois da tua partida,
na desordem dos meus passos,
o que me prende na vida
é a memória dos teus braços…
Descem do morro, sambando,
o Conde, o Rei e a Princesa.
É o Carnaval mascarando
de sangue azul a pobreza…
Disse um "sábio" picareta
sobre um voo espacial:
- "Pra chegar noutro planeta
é só ter um mapa astral...”
Eu faço um apelo mudo
na velhice que me alcança:
– Destino, tire-me tudo
mas não me roube a esperança!
Fim do amor… mas nosso enredo
restou em minha lembrança,
como ficou em meu dedo
a marca de uma aliança…
Já fui musa no passado
e hoje só, bem que eu queria
os versos de pé quebrado
que eu desprezei certo dia…
Mágico no seu cantar,
o poeta tem na voz
a virtude de criar
mil mundos dentro de nós!
Morrem florestas, açudes
e o mundo, pobre de afeto,
perde os versos e as virtudes:
– vira selva de concreto!
Na história de tua vida
sou apenas, sem escolha,
uma sentença esquecida
no rodapé de uma folha.
Na insânia de uma paixão,
que me pega e não tem cura,
deixo de lado a razão
e dou razão à loucura!
Nas águas turvas dos rios,
os venenos poluidores
nos darão dias sombrios
de primaveras sem flores…
O destino rege as vidas
num balé, cujo andamento
lembra o das folhas caídas
dançando ao sabor do vento…
Quanto sonho se vislumbra
numa esteira, à luz de vela,
quando um amor e a penumbra
se encontram numa favela!
Quem faz poemas alcança
todo o brilho do Universo
pondo estrelas de esperança
nas rimas de cada verso!
Se um dia o céu censurar
o nosso amor, não aceito...
e a teu lado hei de encontrar
um outro céu...mais perfeito!
Sobre seda ou algodão,
na trama dos figurinos,
o Supremo Tecelão
faz desiguais os destinos.
Tem melodia tristonha
minha seresta, sei bem…
pois canto para quem sonha
nos braços de um outro alguém.
Tu chegavas e eu ouvia
o trem, em tons comoventes,
tocar canções de alegria
no teclado dos dormentes…
Vão ficando tão distantes
os carinhos do passado,
que eu nem sei se o que era antes
foi vivido...ou foi sonhado...
Velho bilhete... lembrança
de um amor que não foi meu...
Um pedido de esperança
que a vida não respondeu…
Zéfiro da tarde mansa!
por favor, sopra esta vela
e leva ao mar da esperança
minha triste caravela!
Fonte:
BRUNA, Marina. Cantares: trovas. São Paulo: Ar-Wak, 2010.
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