terça-feira, 30 de agosto de 2011

Olivaldo Junior (Marias do Brasil)


Sempre é dia de lavar roupa. Sempre há roupa pra lavar. Sempre é hora de um poema desaguar. Junto dele, vai-lhe uma canção de Vanessa da Mata, A força que nunca seca. O poema abaixo é uma homenagem às meninas da Cia. de Teatro Parafernália. Assisti a uma apresentação delas sábado passado. Às lavadeiras da arte, meus poéticos abraços.

Olivaldo Júnior
Moji Guaçu, São Paulo


MARIAS DO BRASIL

Às atrizes da Cia. de Teatro Parafernália Cultural, Andréia, Silvana e
Viviane, pela apresentação da peça
de Almir Pugina, Maria Lavadeira

São “Marias lavadeiras”,
que na beira desse rio
iluminam as ribeiras
que contornam todo rio...

São mulheres brasileiras
que no leito desse rio
imaginam as maneiras
que confortam o Brasil...

São Brasis de benzedeiras,
que na cheia desse rio
dão Antonio às lavadeiras,
às Marias do Brasil!

São Marias brasileiras
que, sem beira pra encostar,
dão razão às corredeiras
que só correm para o mar...

São correntes traiçoeiras
que, sem leito pra sonhar,
iluminam as roseiras
que, amarelas, vão corar...

São coristas lavadeiras
que, sem cheia, vão minguar
uma a uma as companheiras,
lua a lua o seu penar.

São peninhas voadeiras,
corações de amor, ardil,
que “Marias lavadeiras”
lavam mágoas nesse rio.

29/08/2011

Fonte:
Texto e imagem enviados pelo autor

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