sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Isabel Sprenger Ribas (Teia de Poesias)


Dedos, Inverno, Outono, Primavera,Verão e Vida!...

Faz o frio mais barulho em mim
do que faria o vento
nas copas das velhas árvores frondosas...

É o Inverno...

Debandam folhas,
deixando nus troncos assexuados e encabulados.
Emigra a beleza. Tomba no chão.
Transformada, é tapete gratuito,
Macio, amarelado,
por poucos, os sensíveis, notado.

É o Outono...

Meus dedos... São eles velhos dedos sem medos!
Mas suas juntas nodosas,
não suportam os invernos.
E nem os outonos, na ausência dos vales e campos floridos...

Meus dedos e minha alma,
clamam por ipês amarelados,
por ondas de mar,
montanhas rochosas,
vagalhões nas pedras, espatifados...
Meus dedos enrijecidos
querem tocar margaridas, colibris,
alguma flor colorida, muito colorida.

Meus dedos desejam com urgência,
de novo, tocar a Primavera, o Verão e a Vida,.

02/11/07. Curitiba

Urbanas Cerejeiras

Ao fundo um som de gente.
E nos olhos uma visão
que domina a alma .

Baila em mim,
saltimbanco e acrobático, um sorriso.
Com calma,
mas cheia de magia, gingado e extraordinária estripulia
nos meus olhos,
uma dança ocorre.

Em algum canto, no cérebro, se agita um guizo...

Sem senões nem agonias,
baila meu coração
nesta dança de euforia.

Unânimes, em ciranda, entrelaçadas,
a alegria
e, do meu viver,
esta momentânea magia olham.

Tanta beleza...

Dizem: Deus, só Ele! Só.
Terá criado tais flores, as da cerejeira,

obra prima eterna da natureza!

Criatividade do Recriar.

Criar...Verbo digno de imitação.

Quase semelhante a editar...
Trás ao Homem a lembrança,
sublime e absoluta, da divina criação.
Certa forma de legado. Uma herança...
Seis dias de labor, um de descanso e oração.
E nestes sete, em exercício permanente,
a todo instante, subjetiva mas premente,
no ser humano,
a necessidade de recriar.

O que Deus, com sua majestosa obra
já nos legou como lição!

Fonte:
Textos enviados pela autora

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